Capitulo sete - Cupcakes

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As mesas estavam quase todas usadas, havia apenas uma no canto sem a mínima chance de conseguir dar uma olhada a janela. Os quatro sentaram-se.

-Oliver - diz Jonas - pode começar.

-Não prefere pedir um capuchino? - ele sorri.

-Não temos tempo para isso - retruca Jonas em uma resposta. Marie ao perceber a irritação do detetive toca sua perna como um "Pare".

-Como quiser...

-Vão querer alguma coisa? - como se tivesse sido instantaneamente uma garçonete aparecera ali.

Ao contrario do que alguns possam pensar a pergunta "Vão querer alguma coisa?" pode ser considerada como retórica. Afinal, estar em um café é sinônimo de querer algo relacionado, contudo, todos sabem que essa pergunta acompanhada de uma garçonete esguia, é sem a menor sombra de duvida; uma persuasão a gastar mais.

-Um capuchino... - responde Marie - e? - referindo-se aos outros.

-Igualmente - responde Ana.

-Apenas um café para mim - responde o detetive movimentando seu dedo indicador impacientemente.

-Um suco de laranja - diz Oliver - mais saudável.

A garçonete termina de anotar o pedido e parte da-li. Sem qualquer remorso em exagerar no rebolado.

-Oliver, - diz Jonas - temos que agir rápido, não fique de gracinhas. Precisamos saber tudo sobre John.

-O.K - a voz de Oliver engrossa - como todos sabem, curiosidade esta presente em todos.

-Pule a introdução, por favor.

-Escute aqui, eu estou querendo ajudá-los sem qualquer gratificação, então não vou ficar aguentando o ego de um velho insatisfeito com a própria vida medíocre! - assim que Oliver termina suas palavras Jonas levanta de sua cadeira rapidamente com a pretensão de agredi-lo, mas antes que ele chegasse a Oliver, Marie consegue segura-lo.

Todos os olhares se direcionam a mesa.

-Jonas! Tenha modos, ele é a única coisa que temos ate o momento!

Ana encolhe-se na cadeira.

-A coisa ta animada aqui...

-A questão é que, - Oliver levanta-se e fica cara a cara com Jonas - eu não recebo ordens de um velho babão.

A expressão de Jonas ficou incompreensível, como se estivesse se esforçando ao máximo para não tentar agredir Oliver.

-Coloque-se em seu lugar - Oliver esticou o dedo e tocou a testa de Jonas - sou eu que dou as ordens.

-Já chega! - Marie interferiu como sempre fez com seus filhos - não é nem você! - ela aponta para Jonas e logo em seguida para Oliver - e nem você! Quem manda aqui é eu, e além de tudo já esta escurecendo e não pretendo ficar em um café na penumbra da noite.

-Esculacho - disse Ana, mas viu que os três olharam para ela - não... Imagina... Estava só brincando, claro.

-Curioso - diz Oliver - Você me lembra um pouco a ele.

-Ela é mãe dele - responde Jonas rispidamente.

-Não ela, - ele olha para Ana - essa aqui.

-Posso considerar como um elogio?

-Considere como quiser - e sorri.

Os três que haviam se levantado sentaram-se no mesmo instante.

-Como dizia antes de ser interrompido, - Oliver sorri torto - John era um amigo próximo... E, sei de algumas coisas. Contudo, acho que não é o melhor momento para que saibam. Sem duvida alguma, será melhor que descubram sozinho - ele levanta-se novamente e vira as costas para a mesa, mas diz uma ultima coisa antes de se retirar - antes que eu me esqueça, maldições existem; e elas continuam existindo, não importa quantas vidas sejam levadas. Enquanto não forem eliminadas; continuarão levando vidas e mais vidas. Alias, esconda-o bem Marie.

-Esconder o quê? - pergunta Marie.

-Você sabe muito bem do que estou me referindo. Afinal, um relógio como aquele deve ter muitas histórias. Desde o momento que ele apareceu em suas vidas, não é? Você sabe de onde ele veio, não é mesmo? - Oliver apóia-se na mesa - procure saber, é necessário para o bem de todos. Até mais.

E antes de qualquer indagação Oliver já não estava mais ali. Ana sentiu uma sensação familiar; a mesma que sentia quando estava junto a John. Como se Oliver tivesse algo a ver com isso.

-Vamos. Ainda temos que deixá-la em casa, senhorita - Jonas oferece o braço para Ana levantar-se. Ela aceita.

Os três levantaram-se e enquanto Marie e Ana direcionavam-se ao carro, Jonas foi a bancada principal.

A mesma funcionaria que os recepcionara encontrava-se no caixa.

-Quanto deu, por favor? - pergunta-o.

-Acho que você e seus amigos estavam com pressa. Pois não deu tempo de serem servidos, eu poderia cobrar por terem usado a mesa, porem, simpatizei com você. Pode ir, cortesia da casa - ela sorriu.

-Obrigado pela cortesia, mas eu insisto.

-Não posso cobrá-lo se não consumiu nada do local - ela responde.

-Não seja por isso - ele olha no balcão ao lado, onde se encontravam vários tipos de doces.

-Três cupcakes, por favor - a garçonete sorri e embala os doces.

Ele pega-os e agradece depois de paga-los com uma alta gorjeta.

-Volte sempre - despedi-se a garçonete.

Jonas sente algo estranho em si. Em um relance pensou ter visto a garçonete três vezes maior, olhos totalmente negros e asas brotando-se de suas costas. Ao piscar, tudo estava perfeitamente normal. Tudo não passara de sua imaginação, pensara ao sair do café.

O relógio de bolsoOnde histórias criam vida. Descubra agora