E em um segundo tudo se iluminara. Marie e Jonas deram as mãos. Oliver vinha andando calmamente, ele estava um pouco diferente, mais bonito - pensou Marie, mas puderam perceber certa preocupação em seu rosto.
-Oliver – disse Jonas.
Ele sorriu.
-Esperava mais alguém? – ele pergunta – não existe ninguém além de mim neste local que sentiria piedade. Venham, vou levá-los a saída.
Seguindo Oliver o caminho não passara de dez minutos. Ao termino das escadas as luzes se apagaram e os três passaram pelo portal da porta. E finalmente estavam no salão.
-Desculpe perguntar, mas o que o fez nos ajudar? – perguntou Marie.
Ele segura no braço de Marie e a expressão de Jonas enrijece.
-Não posso contar aqui, é perigoso.
-Isso foi um convite para um café? – Marie sorriu.
-Interprete da melhor forma.
Oliver abriu as grandes portas da seita e desceu as escadas solenemente. Jonas foi logo em seguida. Marie deu uma rápida olhada pela estatua de Abbadon, ano 1869. Rica em detalhes mesmo sendo tão antiga, isso intrigou bastante Marie. Ela deu o primeiro passo para fora da seita e sentiu seu sangue congelar quando seus membros a puxaram para baixo. Caiu de joelhos e sua cabeça levantou involuntariamente.
A visão do céu escurecendo pouco a pouco mudou para uma visão.
Era noite, as gotas da chuva caiam como fagulhas. Os dois homens andavam vestidos elegantemente, altos e juvenis. John e Oliver. Eles estavam abraçados. Dividindo um guarda-chuva. Eles sorriam enquanto conversavam.
-Você esta pronto? – perguntou Oliver.
-Você sabe que é um pouco difícil, minha mãe não vai querer aceitar, ela é muito devota a igreja.
-Você sabe que um dia terá que assumir, nós dois estamos juntos.
-Eu sei, mas por enquanto é melhor deixarmos isso em segredo. Você sabe muito bem que isso é o melhor para as duas partes, pelo menos por enquanto.
-Infelizmente.
A visão embaçou-se em pinceladas negras e a sua visão voltou a ser o céu carregado.
-Marie, você esta bem? – pergunta Jonas segurando-a para não cair.
Suas entranhas queimavam. John era... Ela não poderia acreditar, não poderia ser. E Oliver estava bem ali, a sua frente.
-Estou – ela respondeu levantando-se. Seu sangue fervia; Oliver o levara para aquele caminho, pelo menos era isso que ela pensava. Mas no fundo sabia que não poderia fazer nada antes que ele contasse tudo o que sabia – vamos.
Entraram todos dentro do carro. Ana olhou estupefata para Oliver, como se não vice um rapaz há muito tempo.
Antes que ela perguntasse algo sobre a origem de Oliver, Marie a interrompeu.
-Este é Oliver, um amigo que vai nos ajudar no caso de John – Jonas ligou o carro e seguiu pela rua ladrilhada. Virou à esquerda e seguiu em linha reta.
O silencio predominou durante todo o caminho. Passaram por casas irregulares formadas por vários andares, chalés e pousadas eram muito comuns. Oliver deitou o rosto no vidro, assoprou e desenhou um símbolo curioso com o dedo indicador.
Ele sabia que provavelmente teria muito a explicar quando voltasse à seita, estava correndo muitos riscos fazendo aquilo, mas tratava-se de John... Ele precisava, era mais forte que ele.
O carro parou com um estampido.
-Aqui tem um café, espero que nossa conversa valha a pena Oliver – diz Jonas – é o melhor para todos nós.
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O relógio de bolso
HorrorUma maldição; mortes inexplicáveis e mistérios nunca vistos. Tudo começa com um objeto amaldiçoado; segredos o envolvem, mortes inexplicáveis causadas por algo sobrenatural. Após a morte de John, Marie sua mãe; decide contratar um detetive particu...