Ainda Amo Você - Flagui

Passado

- O que ela fez com o meu carro? – Se questionou Guilherme enquanto caminhava rumo a garagem, bufando. Quando chegou no subsolo do prédio viu seu carro pichado em cor pink com a frase "Vai se ferrar, babaca". O homem franziu a testa confuso.

Quando chegou na sala de reuniões a portas fechadas com Rose, Marcelo, Joana e Luca, estava irado. Como se não bastasse roubar os dados do cliente, para, provavelmente, vende-los depois, Flávia ainda pichou seu carro. Realmente estava irado. Mais que isso, decepcionado. Seus pensamentos foram interrompidos pela voz feminina carregada de raiva.

- Maldita hora que permiti a contratação dessa mulherzinha! – Esbravejou Rose, andando de um lado para o outro. – Você não queria contrata-la – Falou olhando para Guilherme – Mas, eu, burra, insisti. A culpa é minha.

- Na verdade, a culpa é minha, Rose. – Falou Guilherme.

- Como pode ser sua? Você não queria contratar aquela garota sem qualificação e eu não dei ouvidos. – Continuou irritada.

- Rose...- Guilherme estava disposto a contar a verdade sobre seu passado com Flávia. Tinha certeza que a garota só havia agido daquela forma, pois quis se vingar pela forma que foi tratada por ele. Quando se levantou da cadeira, pronto para pôr um ponto final nessa mentira, Antônio invadiu a sala, desesperado.

- Vocês estão cometendo um grande erro! Escutem um minuto, por favor. – Falou o rapaz, ofegante – Ontem, quando a Flávia saiu da empresa, ela usou meu cartão. Ela perdeu o cartão dela. Tenho certeza que alguém pegou o cartão dela e roubou os dados. – Guilherme abaixou os olhos como se estivesse começando a entender a situação – Por que ela faria isso, se ela seria pega tão facilmente?

- Talvez de propósito? Talvez ela tenha perdido o cartão de propósito. – Rose afirmou com veemência.

- Olha, eu sei que a conheço a pouco tempo, mas Flávia é a última pessoa na empresa que faria isso! – Disse buscando a compreensão da irmã mais velha.

Guilherme concordou com Antônio silenciosamente. Flávia jamais seria capaz de agir com tamanha falta de caráter e frieza, pensou. Não a Flávia que ele conheceu. As palavras de Antônio foram suficientes para fazê-lo acreditar na inocência da ex-mulher.

Mas, para absolve-la, precisava comprovar sua inocência para todos.

- Luca, averigue, por favor, todas as imagens onde Flávia aparece. – Ordenou – Imediatamente! – Luca assentiu e saiu da sala de reuniões – Bom...enquanto essas coisas não se resolvem, vamos trabalhar! – Falou se retirando da sala também.

Um tempo depois, Luca entrou na sala da presidência, entregando, de imediato, a gravação das escadas para Guilherme. Flávia aparecia nas imagens carregando um monte de roupas quando, sem perceber deixou cair seu cartão, minutos depois um homem desconhecido passando por ali o pegou.

- Isso comprova a inocência dela. – Disse Guilherme, sorrindo com a constatação da inocência da garota. Luca assentiu.

- E, Gui...- Luca disse segurando o riso - Tem outro vídeo que você precisa ver, é do estacionamento. – Guilherme fez um sinal para que o amigo continuasse.

No vídeo, Flávia estava escrevendo, com uma tinta em spray, na lataria do carro, enquanto Murilo dava cobertura a ela. Assim que um segurança se aproximou do local, eles saíram correndo, desesperados. Isso, definitivamente, é a cara dela, pensou Guilherme, mas sem qualquer vestígio de raiva ou irritação. Luca, diante da cena protagonizada por Flávia e o irmão, deu várias gargalhadas.

- Cada dia eu gosto mais dessa menina – Falou Luca apontando para a tela do tablet, com um sorriso largo no rosto.

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