Ainda Amo Você - Flagui

Mágoa

Rose não conseguia acreditar que seu maior sonho estava se realizando: Guilherme estava, ali, lhe pedindo em casamento. Ele estava um pouco sério e sem emoção, era verdade, mas isso não importava no momento.

Desde que Guilherme se transformou num homem forte, seguro e bem-sucedido, ela se apaixonou por ele, e tê-lo, ali, a pedindo em casamento era a melhor coisa que poderia acontecer.

Principalmente, depois de ter sido abandonada por Roni, seu ex-noivo, no altar.

- Gui, se você está brincando, não tem graça, de verdade – A mulher falou com a voz embargada de felicidade – Não tem graça nenhuma.

- Estou falando sério! Rose, eu quero me casar com você. Se você também quiser, claro – Pediu sério, juntando as sobrancelhas.

- Eu não estou entendendo, o que mudou de ontem para hoje? – Quis entender a mudança repentina de atitude do homem – Você nunca me notou, nunca me viu, e de repente me pede em casamento.

- Rose, eu sei...eu nunca te notei, foi um erro meu – Engoliu em seco – Mas, quando você me confessou seus sentimentos, tudo mudou – Mentiu, fazendo uma pausa para conseguir continuar com seu plano de vingança contra Flávia – Eu pensei a noite toda, nós merecemos ser felizes – A mulher abriu um enorme sorriso, mostrando todos os seus dentes brancos – Então...você não respondeu – Quis saber a resposta dela ao seu pedido.

- Gui, está louco? Claro que sim! – Jogou-se nos braços de Guilherme que não retribuiu o abraço, apenas sorriu sem mostrar os dentes.

- Arrume-se para irmos juntos à empresa. Vamos mostrar a todo mundo que estamos juntos – pediu.

- Claro! Me arrumo em cinco minutos – Subiu apressadamente as escadas da mansão.

Antônio, que se preparava para descer, parou no topo da escada, e esperou a irmã que subia eufórica.

- O que aconteceu tão cedo para você estar assim tão feliz? – Sorriu, confuso, com a felicidade da irmã.

- Antônio, você não sabe – Falou feliz indo para seu quarto, sendo acompanhada pelo irmão – O Gui me pediu em casamento!

- O quê?! – Espantou-se.

- Por que está espantado? Pode, por favor, ficar feliz por mim? Estou morrendo de felicidade – Deu pulos de alegria – Além disso, o caminho agora está livre para o coração de Flávia – Pontuou.

- Claro que estou feliz por você, mas é que foi tão de repente e ele estava com a Flávia – Franziu o cenho.

- Ele estava com ela por falta de opção, depois que me declarei, com certeza, ele percebeu que eu sou muito melhor... aquela garota é uma interesseira, só se aproximou dele depois que ficou rico. O Gui percebeu a tempo a boa bisca que ela é.

- Rose, por favor, não fale assim da Flávia! – Irritou-se.

- Você ainda a defende porque não a conhece direito. Depois que você a conhecer, também se dará conta que ela não vale nada. Mas, desde que ela não fique entre mim e o Gui, vocês podem até se casar, se quiserem – Sorriu, escolhendo o melhor vestido para anunciar, a todos, seu casamento – Agora, me dê licença, preciso me arrumar.

Antônio desceu, de dois em dois degraus, a escada, pois queria tirar a limpo aquela história. Quando chegou na sala de estar e viu o homem, de costas, com as mãos no bolso da calça social, olhando o jardim através da enorme porta de vidro que separava a sala da área externa, puxou-o pelo braço.

- Está maluco? – Guilherme perguntou, irado, ao perceber as mãos de Antônio em seu braço, virando-se para ficar frente a frente com ele.

- O que você está fazendo? – Perguntou com ira na voz, mas em tom baixo – Por que pediu minha irmã em casamento, sendo que até ontem estava correndo atrás da Flávia e brigando comigo por ela? Eu não vou admitir que você magoe minha irmã ou a Flávia – Falou entredentes.