Ciúmes

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- Para onde estamos indo? – Flávia perguntou a Guilherme que estava sentado ao seu lado no banco de trás do veículo dirigido por Odailson.

- Para um lugar que você precisa conhecer. – Respondeu simplesmente, sem dar mais detalhes, com uma expressão indecifrável.

Assim que o carro parou, Odailson correu abrir a porta para a mulher descer. Ao sair do veículo, ela notou que estava diante de uma casa enorme e belíssima.

- Que lugar é esse? De quem é essa casa? – Flávia perguntou confusa, após agradecer o motorista pela gentileza.

- Vamos, entre! Quero conversar com você lá dentro. – Pediu suscintamente, após pedir ao motorista que lhe esperasse ali mesmo.

Quando entraram na casa, uma mulher baixinha de cabelos escuros, com um sorriso contagiante, lhes receberam. Flávia se lembrava dela de seus sonhos.

- Boa noite, Sr. Guilherme! Boa noite, menina! Não sabia que o Senhor viria hoje. Precisam de alguma coisa? – Flávia sorriu para ela de volta.

- Boa noite, Deusa! Não precisamos de nada, você pode nos dar licença, por favor! Só precisamos ficar sozinhos. – Deusa sorriu maliciosamente para os dois.

- Claro. Fiquem à vontade. Vou para a cozinha – Mas antes de sair, olhou para o patrão, curiosa – Dr. Guilherme, o Odailson trouxe o Senhor? – Diante da confirmação do homem, que balançou a cabeça positivamente, caminhou em direção à saída. – Com licença! – Sorriu forçadamente, irada - Hoje eu pego aquele traste – Disse baixinho.

- Ela e Odailson...- Flávia fez um movimento com a mão e um sorriso curioso no rosto, quando ficaram a sós.

- Sim – Guilherme sorriu diante da relação conturbada dos funcionários – Eles se gostam, mas vivem brigando. – Respondeu para a mulher que sorriu sem mostrar os dentes.

- Esta casa é sua, Guilherme? – Flávia perguntou, entrando mais no ambiente e olhando a sala ampla.

- Sim! Comprei ano passado, porém venho com pouca frequência. – Respondeu coçando a têmpora.

- Você tem um piano de cauda? – Indagou indo em direção ao instrumento disposto no meio do amplo cômodo e sentando-se no banco almofadado. – Esse sempre foi seu sonho – Sorriu largamente para o homem que não disse nada e sentou ao seu lado.

A garota, então, começou a tocar algumas notas e a cantarolar uma canção que ele logo reconheceu: ambição de Rita Lee. Quando ela errou algumas notas no instrumento, Guilherme fez um gesto para que ela continuasse cantando, enquanto a acompanhava no piano.

"Eu fugi de casa
E não tenho pra onde ir
Sempre ouvi dizer
Que esse mundo era pequeno

Pelo caminho de espinhos
Avistei um mar de rosas
Pra chegar até lá
Eu preciso um pouco mais de tempo
Preciso de um grande amor.

Assim que a canção acabou, os dois se olharam por um instante. Flávia não conseguiu ler a expressão dele, por isso resolveu perguntar.

- Por que me trouxe aqui? – Perguntou curiosa, levantando-se do assento, gesto que foi copiado por ele.

- Você não está reconhecendo este lugar? – Devolveu sério.

- Não, nunca estive aqui. – Respondeu prontamente.

- Olhe melhor – Flávia sem entender, começou a reparar melhor na casa, ela era grande, com um piano de cauda no meio da sala, janelas amplas que revelavam um jardim e uma piscina enormes. A casa possuía muitos quartos, e no maior deles havia uma barra de pole dance. A garota arqueou a sobrancelha e encarou o homem que a seguia na expedição pela casa.

Ainda Amo Você - FlaguiOnde histórias criam vida. Descubra agora