Escolha

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Quando Guilherme chegou na padaria Quen-Quen, estacionou o carro bruscamente, de modo que o pneu deixou marcas no asfalto, saiu do veículo rapidamente e entrou no estabelecimento apressado, varrendo o local com os olhos, mas encontrou apenas Murilo que estava se preparando para fechar o comércio, sozinho. O rapaz franziu o cenho ao ver o ex-cunhado com a gravata afrouxada, os cabelos bagunçados e os olhos aflitos, sendo que deveria estar na própria festa de noivado.

- Murilo – Guilherme respirou fundo – A Flávia, onde está? – Perguntou, apreensivo.

- Você vai casar e vem aqui perguntar da minha irmã? – Devolveu, irritado – Deixa a Flávia em paz! – Pediu, bravo.

- É muito importante. Onde ela está? – Indagou novamente, apreensivo e desesperado, fazendo o rapaz compadecer-se com sua angústia.

- Ela está na praia, foi ver os barcos – Guilherme, virou-se sobre seus calcanhares sem dizer nada, entrou no carro e saiu, apressado.

- Vestido para casar com outra e ainda querendo falar com a minha irmã – Murilo pensou em voz alta, indignado.

                                        ***

Na festa de noivado, Rose, enquanto conversava com alguns amigos da faculdade, procurava pelo noivo com os olhos. A mulher estava começando a ficar preocupada, pois o jantar estava prestes a ser servido e, desde que o pedido de casamento havia sido feito, há meia hora, não viu mais Guilherme.

Depois de sair da roda de amigos que se formou no jardim, Rose entrou na mansão que estava decorada para a ocasião, procurando por Guilherme.

Quando chegou na biblioteca e fechou a porta, tentou ligar para o homem, mas o som do telefone dele tocando soou no ambiente, fazendo a mulher estremecer. Onde ele teria ido tão apressado que o fizera esquecer o telefone?

Mandou uma mensagem chamando seu irmão que estava tentando atender todos os convidados, tendo em vista que os noivos abandonaram a festa. Assim que Antônio chegou no local, Rose começou a chorar.

- Antônio, o Gui não está em lugar nenhum. Eu não sei onde ele está – Falou desesperada.

- Como assim, Rose? – Quis entender a situação.

- Eu não o vejo desde o pedido de casamento, o carro dele sumiu e o telefone está aqui. Antônio, eu não vou suportar ser deixada outra vez – Falou enquanto as lágrimas escorriam por sua face.

- Calma, Rose. Eu vou tentar encontra-lo – Falou com raiva de Guilherme.

                                    ***

Depois de ter passado um bom tempo olhando os barcos indo e voltando no mar, e acalmado um pouco o seu coração, Flávia decidiu voltar para casa. Porém, quando se virou, com o intuito de pedir um carro por aplicativo e ir embora, deparou-se com Guilherme, aturdido, caminhando em sua direção.

Ela, ainda com os olhos inchados e vermelhos, surpreendeu-se com a presença dele ali.

- Guilherme? – Franziu o cenho, enquanto colocava a mão nos bolsos traseiros de seu short jeans e sua franja era bagunçada pelo vento – O que está fazendo aqui?

- Flávia – A visão dele estava embaçada devido às lágrimas que se formavam involuntariamente em seus olhos castanhos – O que a Paula me contou é verdade? – Perguntou num fio de voz.

- O que ela te contou? – Flávia empalideceu – Por que você está aqui agora?

- O que aconteceu antes de nos separarmos, é verdade? – Insistiu, aflito – Perdemos um bebê? – Ela piscou algumas vezes, sem acreditar que ele havia descoberto – Eu tenho o direito de saber sobre isso.

Ainda Amo Você - FlaguiOnde histórias criam vida. Descubra agora