Confiança

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Ao atingirem o ápice do prazer pela última vez naquela noite, Flávia e Guilherme desmoronaram, exaustos e ofegantes, na cama. Ela se aninhou ao corpo dele, colocando uma perna sobre o quadril e a cabeça em cima do peito largo e quente do homem que amava...sim, amava. Era tão estranho admitir isso para si mesma.

Depois de tanto tempo acreditando que o amor por Guilherme nunca esteve em seu coração, Flávia descobriu que, na verdade, esse sentimento tinha raízes tão profundas que, mesmo sem ser regado ou cuidado, resistiu ao tempo, às brigas e às magoas antigas.

Guilherme, enquanto acarinhava a pele macia das costas da mulher agarrada ao seu corpo – que lhe retribuía o carinho passando a mão em seu peitoral desnudo – e aspirava o aroma delicioso dos cabelos bagunçados e jogados perto de seu rosto, não conteve um sorriso.

O sorriso era de satisfação. Não só pela noite maravilhosa que estava passando ao lado da mulher da sua vida, mas por ela ter lhe entregado seu coração, além de seu corpo.

- Do que está rindo? – Flávia perguntou, curiosa, enquanto se apoiava no cotovelo para olhar melhor a face do homem lindo ao seu lado.

- Da gente... – Diante da expressão confusa dela, explicou – Não consigo acreditar que estamos aqui...assim...depois de tanto tempo – Falou acariciando o rosto delicado tão amado.

- Nem eu – Sorriu – A gente brigou muito... Promete que não vamos brigar mais, que vamos conversar primeiro? – Pediu apoiando o queixo no tronco do homem.

- Prometo – Assentiu, depositando um beijo no canto da boca bem desenhada – Eu não quero nunca mais brigar com você, nem ficar longe... Todos esses anos que passamos distantes foram os piores da minha vida – Ela sorriu tristemente, piscando os olhos com sono – Eu te amo, Flávia... Quero passar todos os dias da minha vida ao seu lado.

- Eu também te amo, Gui! – Depositou um beijo casto nos lábios dele – E também quero ficar para sempre com você.

Depois de trocarem mais um beijo ardente e carinhoso, Flávia sentiu suas pálpebras pesarem, enquanto os dedos de Guilherme faziam desenhos imaginários em suas costas despidas.

Após notar que ela já dormia, ele a beijou na testa coberta pela franja bagunçada, enquanto seu coração dava cambalhotas dentro do peito. Sem desfazer o sorriso insistente, ele abraçou-a forte e dormiu.

Quando os primeiros raios de sol se infiltraram pelas frestas da janela e iluminaram timidamente o quarto, Flávia acordou com os braços de Guilherme apertando-a fortemente na cintura.

Ela sorriu, sem jeito e feliz, lembrando-se da noite anterior, na qual teve coragem de, finalmente, confessar o que estava crescendo dentro do peito.

Com cuidado para não acordar o homem que dormia profundamente ao seu lado, ela levantou-se da cama e, na ponta dos pés, entrou no banheiro.

Após um banho demorado, Flávia vestiu a roupa do dia anterior – que já estava seca – e saiu do banheiro. Antes de ir embora, foi até a cama para depositar um beijo na bochecha de Guilherme, porém, ao encostar seus lábios na pele quente e bem barbeada, foi agarrada por ele que a jogou de costas no colchão macio, ficando por cima dela.

- A senhorita planejava me deixar aqui sozinho depois da noite que tivemos? – Estreitou os olhos com uma falsa indignação – Seria tão malvada assim, Flávia? – Falou, com humor na voz, antes de passar os dentes na pele do pescoço macio, cheirando a sabonete.

- Gui – Disse risonha – Eu preciso ir, preciso trocar de roupa, não posso trabalhar com a mesma de ontem...ai! – Exclamou quando sentiu uma mordida em seu pescoço.

Ainda Amo Você - FlaguiOnde histórias criam vida. Descubra agora