Capítulo 5
Chega ao fim mais um mês, mais um mês que Carmem sumiu naquele mar, mais um mês que Paula a procura sem descansar.
Diferente do primeiro mês, esse último foi mais fácil para a morena. As visitas constantes ao terapeuta e os remédios que o psiquiatra passou estavam a ajudando e muito.
As vezes ela ainda conversava com a loira, não a imaginando ali, mais falava com aquela parte dela que estava dentro de seu coração.
- Mais um dia vai começar sem você Carmem. Está muito difícil manter nossa empresa sem você, muito difícil seguir meus dias sem você. - A morena falava enquanto se levantava de sua cama naquela manhã de segunda para se arrumar, indo em seguida para a Terrare-Wollinger. Ela não ia todos os dias, não conseguia, mais hoje infelizmente era preciso. Tinha uma reunião importante com possíveis exportadores de seus produtos.
Saiu cedo, nem mesmo café da manhã com a filha e mãe ela quis tomar. Era mais um dia de tortura para ela, naquele dia dificilmente conseguiria comer algo.
Foi a primeira a chegar, olhou triste para o lugar onde normalmente a platinada parava sua moto. Uma lágrima desceu por seu rosto, tímida, sentida….
- Bom dia Paula. - Gabriel chegava naquela hora. A um pouco mais de um mês ele começou a frequentar a empresa, queria estar perto de Paula, ajuda-la no que pudesse e como hoje seria um dia importante, lá estava ele. - Preparada para a reunião? O pessoal de Paris parece estar muito interessado nos nossos produtos.
- Tanto faz…- ela secou aquela única lágrima com as costas de sua mão, abaixou a cabeça para que ele não a visse naquele estado, mais uma vez, entrelaçou seu braço no do menino e seguiram juntos para o elevador.Gabriel como de costume, ficaria na sala de sua mãe, que agora era Marcelo que a ocupava e Paula, esta foi pra sua sala, tentar se preparar para a tal reunião.
O tempo passou arrastado, ela havia chegado as 8h, já tinha lido e relido aqueles papéis mil vezes e acabara de dar 9h, não era possível!
Resolveu sair para tomar um café, foi até a copa, encontrando lá os três coisinhas.
- Você acha que ela está melhorando? - o rapaz perguntava.
- Eu espero que pelo bem da empresa e pelos nossos empregos, ela precisa voltar a ser a Paula de antes o mais rápido possível! - respondia Alice.A morena entra, dando um belo susto em seus funcionários - Não se preocupem, eu posso não estar bem, mais eu ainda sou muito eficiente em meu trabalho. Falir não corremos o risco, agora o emprego de vocês…- olhou furiosa para os três - Se continuarem de fofoca pelos corredores, ai sim podem dar adeus a seus cargos! - assim como ela entrou, saiu. Sem ao menos pegar seu café. Estava irritadíssima com Carmem, mais uma vez a culpa era da loira, mesmo ela não estando ali. Exatamente porque ela não estava ali!
Se trancou na sala por algumas horas, tendo sua “paz” interrompida por batidas na porta. Era sua secretária.
- Desculpe dona Paula, é que chegou esse embrulho para a senhora.
Ela abriu correndo a embalagem, Paula era extremamente curiosa, não aguentaria de curiosidade.
- Não tem cartão?
- O entregador disse que tinha algo dentro para a senhora ler.
- Obrigada, pode se retirar.Paula ficou em choque quando viu o conteúdo da caixa, era ele, o perfume dela. O famoso Heller Stern, a grande criação de Carmem Wollinger. Seu coração bateu mais forte ao sentir aquele cheiro. A dois meses ela não o sentia, não tinha coragem.
Retirou o frasco da caixa e pôde ver um papel ao fundo.
Bom dia Paulinha,
Espero que não tenha esquecido esse perfume.