Capítulo 12

235 40 23
                                    

Gabriel chega na T/W já no final da tarde. Teve que desligar seu celular a algumas horas atrás devido as tantas ligações e mensagens de uma Paula Terrare preocupada com seu sumiço.

- Paula, precisamos conversar. - o rapaz entra na sala da morena sem mesmo ser anunciado.
- Gabriel meu filho, eu fiquei preocupada! - a mais velha deu um pulo na cadeira indo logo abraçar o rapaz.
- Esta tudo bem comigo, não se preocupe - ele não conseguia olhar em seus olhos
- Aconteceu alguma coisa?
- Na verdade aconteceu sim - ele respira fundo e pega no seu bolso traseiro a passagem para París - Isso é para você, eu não posso responder nada, só ela que pode e deve isso a você.
- Carmem? - o rapaz apenas responde com um aceno de cabeça - Como?
- Ela vai estar debaixo da torre no final da tarde…eu só sei isso - deu um beijo na testa da mais velha e saiu, o mais rápido que podia, antes dela fazer mais perguntas.

O coração de Paula batia apressado e ao mesmo tempo errava as batidas, estava nervosa, com medo…

Sem pensar duas vezes, a morena se levanta, pega a bolsa e sai, passando pela secretaria anuncia que a mesma cancele todos os seus compromissos por pelo menos 2 semanas. Ela não sabia o quanto essa brincadeira de gato e rato duraria. Saiu e não falou mais nada.

Chegou em casa e foi direto para seu quarto, pegou uma de suas malas e começou a arruma-lá. Se era assim que Carmem queria, assim o seria.

Pouco tempo depois estava com tudo arrumado. Resolveu ir até a sala e comunicar a sua filha e sua mãe que faria uma viagem de emergência no outro dia, não revelaria o real motivo, certeza que elas não a deixariam viajar.

Lógico que a notícia foi surpresa para ambas, Ingrid insistiu que iria junto, sem sucesso é claro.

A noite seguiu agitada, a morena não conseguiu dormir por nenhum segundo e sabia que também não conseguiria dormir no avião. Depois do fatídico acidente, ela havia criado verdadeiro pânico de aeronaves.

Acordou cedo, tomou seu café e foi ao aeroporto, sozinha. Saiu de casa sem ninguém a ver, achava que assim seria melhor, precisava esconder a sua cara de nervosismo junto das enormes olheiras, resultado de mais uma noite sem dormir.

Já estava dentro da aeronave, sua cadeira era logo a da janela. Nervosa, apertava suas próprias mãos e xingava mentalmente, mais uma vez por Carmem a ter feito passar por isso.

Foram longas 14h de voo. Não, ela não dormiu nenhum segundo e para piorar a situação, houveram turbulências durante o percurso que fizeram a morena ter certeza que a morte finalmente a levaria consigo.

Chegou na cidade luz e para sua surpresa, havia um homem segurando uma placa com seu nome.

- Boa noite dona Paula, meu nome é Alfred e levarei a senhora até o hotel. - ele era já um senhor de cabelos brancos, muito bem arrumado e educado.
- Boa noite, me desculpe mais não me recordo de ter contratado os serviços do senhor. - o motorista deu um leve sorriso e ela entendeu. Naquele momento a morena lembrou que não havia feito reserva em hotel nenhum, se dando conta da grande burrada que havia feito. Mais agora já estava lá, era pagar para ver.
- Fui informado que a senhora falaria isso, mais não se preocupe, não irei sequestrar a senhora. - colocou um de suas mãos no bolso, Paula deu uma passo para trás. O senhor retira um cartão - Aqui estão todos os meus contatos para caso a senhora precise de meus trabalhos para qualquer coisa.

Não dando atenção para a cara de susto de Paula, o senhor pega sua mala e sai, rumo a lateral do aeroporto, onde provavelmente estaria seu carro.

Paula o segue, um tanto quando apreensiva mais decidida a terminar essa história.

Não demorou muito para chegarem ao hotel que ficava bem ao lado da torre. A morena não acreditou naquilo, seu sonho era ver a grande obra arquitetônica, mais não tinha ideia de sua beleza, principalmente durante a noite com todas as luzes acesas. Foi tirada de seus devaneios pelo senhor que já estava com sua mala do lado de fora do carro.

- Bom dona Paula, aqui nos despedimos. É só a senhora dar seu nome na recepção, está tudo certo. Qualquer coisa, só me chamar. - e assim como ele havia chegado em sua vida, o senhor saiu.

Paula apenas deu um sorriso para o motorista e entrou no hotel. Estava sem palavras, o que era muito estranho em se tratando da morena.

Como o senhor havia falado, tudo para sua estadia estava preparado. Um belo quarto, com vista para a torre estava reservado para ela. Cada vez essa história estava mais interessante.

Não precisa nem falar sobre a beleza do lugar. Ela chique, clean e ao mesmo tempo tinha o toque clássico que deixaria qualquer pessoa admirada.

Assim que se instalou no quarto e viu que lá havia uma bela banheira, não pensou duas vezes, precisava relaxar e dormir. Estava a mais de 24h acordada, seu corpo começava a soar um sinal de alerta.

A água quente conseguiu a relaxar, mais não havia tempo agora para dormir. Nesse mesmo tempo, alguém bate a sua porta.

- Serviço de quarto! - a voz do outro lado anuncia.

Mais como? Eu não pedi nada! A morena pensava. Mesmo assim abriu a porta avistando um jovem rapaz francês empurrando um carrinho para dentro do quarto. Trocaram um sorriso cortes, na hora em que o rapaz se virou para pegar a pequena gorjeta ele tinha um papel em sua mão, entregando-o à Paula.

Boa noite Paulinha,
Espero que o café esteja de seu agrado. Pedi tudo aquilo que lembrava que você gosta.
Como seu voou atrasou, te espero para jantar. Me encontre na frente da torre em 2h.

Olhou o bilhete mais algumas vezes, seu olhos se encheram de lágrimas na hora. Será que finalmente veria sua loira? Será que Carmem estava mesmo viva?

Olhou para o relógio, ainda dava tempo de comer algo rápido e se arrumar, ligou para a recepção agendando um horário no salão que la dentro mesmo existia. Queria ficar perfeita para o grande momento.

As horas passaram lentamente, ela já estava pronta de tanta ansiedade. Escolheu um vestido vermelho, de alça, uma sandália também vermelha e não poderia faltar, as milhares de joias que lhe ornamentavam o pescoço e os braços.

Chegou na torre exatamente no horário marcado. Olhava nervosa para todos os lados mais não via a sua platinada.

Em um determinado momento ela escuta aquela voz bem atrás dela.

- Oi Paulinha!

Seu coração quase saiu pela boca. Ele batia descompensado. Era ela! Um misto de emoções a invade. Ela vira para a loira, com o semblante nada amigável.

O som de um tapa muito do bem estalado foi ouvido ao longe deixando a face de Carmem num vermelho intenso. No mesmo instante outro tapa pode ser ouvido, a loira havia revidado. Com as respirações ofegantes, o coração a mil finalmente uma quebra o silêncio torturante.

- Você está louca de fazer isso comigo? Forjar a sua própria morte? - falava enquanto dava leves tapas nos braços da mais alta e seu rosto era inundado de lágrimas - Eu quase morri junto! A meses eu te procuro e aqui está você, me olhando com essa cara mais deslavada do mundo…

Carmem a olhava com os olhos cheios de lágrimas e um sorriso lindo de que finalmente estava de frente para a mulher que tanto amava. Paula ficava ainda mais linda assim, com raiva.

Num ímpeto de coragem a loira a toma pelos braços e sela seus lábios. O beijo era urgente, preciso, com carinho, raiva e saudade.

À língua de Paula pede passagem e o beijo só se desfaz quando o ar se faz necessário.

- Que cabelo é esse cascacu? Cadê a deusa platina? Pode tirando esse castanho daí!

P.S Eu te AmoOnde histórias criam vida. Descubra agora