Enquanto isso, na sala de Gabriel…
- Atende mãe! - o rapaz andava de um lado para o outro com o telefone no ouvido.
- Oi filho! - a voz da loira responde do outro lado da linha - Aconteceu alguma coisa? Já falei pra você não me ligar!
- Aconteceu que eu tô fora dona Carmem Wollinger!
- Do que você está falando Gabriel?
- Primeiro você me engana, faz tudo diferente do combinado, eu passo dias e dias chorando a sua morte, tentando de todas as formas me segurar para a ajudar Paula, depois você chega com a cara mais deslavada do mundo querendo saber das coisas! Um mês você me deixou sofrer! - o rapaz tentava não gritar com a mãe, até porque apenas ele sabia a verdade mais seu tom de voz deixava claro o desapontamento do menino - Eu juro que tentei te ajudar nesse plano doido de conquistar a Paula mais pra mim chega! Eu não aguento mais ver ela assim! Ou você da um jeito nisso até o final da semana ou eu conto tudo pra ela! - desligando em seguida o aparelho.Não muito longe dali, Carmem fica atônita olhando a aparelho em suas mãos - Aquele moleque desligou na minha cara? E ainda me ameaçou? Eu ainda sou sua mãe, abusado! - não queria dar o braço a torcer, ainda mais agora que estava tão perto, mais seu filho tinha razão, sua morena não merecia sofrer tanto.
Com isso em mente Carmem tomou uma decisão, iria se revelar para Paula e com isso, declarar, novamente todo seu amor pela morena. Rezava para ela lhe perdoar, mais naquela hora só a ausência faria sentido.
A loira não sabia muito bem como e onde seria esse encontro, estava nervosa demais para pensar e seu filho não havia dado muitos dias.
Passou o resto do dia pensando e pensando, hora ou outra se praguejava por ter tido tantas ideias absurdas!
Primeiro ia “morrer” com a ajuda de seu filho e Marcelo, mais depois achou melhor “morrer” para todos, depois de um mês escuta falar que Paula estava em absoluta depressão por sua causa, a levando a terceira decisão idiota: pedir ajuda ao filho para lhe ajudar a conquistar a morena.
No início ele relutou, eles brigaram muito, o rapaz estava realmente chateado com a mãe mais vendo o sofrimento de Paula, não viu problemas em ajudar a mãe, pensou que isso poderia de alguma maneira ajudar também a morena, no início até ajudou mesmo, mais já estava saindo do controle.
A noite, em seu quarto de hotel, Carmem rolava pelos canais da TV sem saber o que assistir, não conseguia ter nenhuma ideia para ver Paula e isso a estava consumindo até que em um momento seu olhos se fixam na tela à frente, era um documentário sobre a Torre Eiffel e foi ai que um estalo aconteceu.
Sabia da vontade da morena conhecer a famosa cidade dos amantes e completando, lembrou daquele devaneio que tivera: Paris, champanhe e lamour.
Não perdendo tempo, pegou seu notebook e comprou duas passagens, uma para a próxima manhã e outra para a manhã seguinte, assim daria tempo de resolver tudo antes do furacão Paula chegar.
Com a primeira parte do plano pronta, resolveu mandar um e-mail para o filho. Mesmo ele dizendo que não iria mais ajudar ele era imprescindível nessa fase.
Filho,
Você estava certo em tudo que disse e eu sinto muito tudo que fiz vocês passarem.
O amor doido que sinto por aquela mulher as vezes me cega e eu faço tudo errado…
Sei que não quer mais me ajudar e eu entendo isso, mais por favor, me ajude uma última vez.
Mandei por anexo uma passagem para Paula, diga apenas a ela que tudo será esclarecido, por mim, embaixo da torre daqui a dois dias no final da tarde.
Se ela não for eu entenderei e nunca mais voltarei a importunar vocês.
Os amo demais para continuar os fazendo sofrer assim.
Da sua mãe, com todo o meu amor
Carmem WollingerCom uma lágrima descendo pelo rosto ela finaliza o e-mail, anexa o documento e envia a mensagem. Seu coração estava disparado mais não havia tempo para isso, precisava arrumar sua mala.
A loira passou as próximas horas em seu quarto, chorando quieta no seu canto, arrumando suas malas com medo do desconhecido. Torcia pra Paula ir a seu encontro, torcia pra não ter que deixar mesmo tudo para trás, já havia a muito se arrependido de pensar assim, nunca que sua vida seria boa longe deles. Preferia passar o resto da vida brigando com a morena do que longe dela e de seu filho. Depois de arrumadas as malas, ela se deitou, tentando ao máximo dormir mais o nervosismo não deixava.
Na manha seguinte, Gabriel iria tomar o café da manhã com Paula. Sua relação com a morena estava indo melhor ainda esses últimos dias. O café fora animado, ele, Paula e Ingrid riam muito na mesa de alguma piada que a morena fez de sua mãe, essa olhava os três com cara de surpresa e um tanto de indignação. Uma falta de respeito com as pessoas mais velhas.
- O café estava uma delícia mais eu preciso terminar de me arrumar e ir trabalhar - a morena falava já se levantando da mesa.
- Vou te esperar então para irmos juntos Paula. - o rapaz diz pegando no celular e olhando seus e-mails. Era uma mania que adquiriu com o passar do tempo, todas as manhãs ele olhava tanto o pessoal quanto o corporativo. Quando se deu conta do email que o estava esperando o rapaz congela na hora.Ingrid que não é boba nem nada repara na atitude repentina e o questiona - Algum problema Gabi?
- Não sei ainda….preciso pensar - e sai correndo do apartamento sem olhar pra trás. Entra no elevador tentando ligar para a mãe, caixa de mensagem - Mãe, onde você está? - tentou algumas vez depois se deu por vencido - Você deve estar no avião a essa hora, me deixando com esse pepino de falar com a Paula né dona Carmem?! - lógico que ela faria esse último favor para a mãe, só não sabia como.