Capitulo 6

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- Paula? Acorda! - Marcelo assim que entra na sala de  chefe a encontra desmaiada. Tinha em mãos ainda a pequena caixa e o bilhete com a mensagem. Ele leu e releu o conteúdo várias vezes. - Paula!

Paula foi despertando aos poucos. Não tinha noção de tempo nem espaço. Abria os olhos com dificuldades, encarou Marcelo - Cadê? Cadê o papel Marcelo? - ela procurava o tal bilhete, precisava saber se era verdade.

- Fala desse aqui? - ele mostra para a morena o papel. - Você sabe quem te enviou isso?
- A Carmem! Só pode ser! - se levantou, pegou o papel das mãos dele, lendo novamente- Mais essa letra não é dela! - encarava a letra escrita, lembrava muito bem da letra da platinada e com certeza, aquela não era a dela. Quem mais mandaria esse perfume pra ela? Quem brincaria com seus sentimentos assim?
- Paula, depois você pensa sobre isso, precisamos ir para a reunião! - pegou o papel e a caixa das mãos da chefe, as colocou em cima da mesa e a puxou para a sala de reuniões, onde os três patetas e Gabriel já estavam à sua espera.

A reunião correu bem, agradaram bastante as possíveis novas parcerias. Se tudo desse certo, a T/W seria exportada para toda a Europa. A morena estava dando o seu melhor para isso, era o sonho de Carmem essa parceria.

Chegou em casa, logo após o almoço. Levava consigo a caixa com tudo dentro, principalmente o bilhete. Se trancou em seu quarto, buscou no fundo do armário a blusa que um dia a loira deixara lá. Havia escondido de sua própria vista a mando do psicólogo, mais hoje ela precisava.

Espirrou o perfume dela na blusa, a vestiu e se abraçou, forte, como se fosse a loira a abraçar. Sentia a loira com ela nesses momentos. Se deixou chorar, mais uma vez, escondida de todos. Não aguentava mais ter de se explicar muito menos receber olhares de piedade.

- Olha cascacu, se você estiver escondida em algum lugar brincando comigo, eu nunca mais vou te perdoar! - o perfume era inebriante, a tanto que ela não sentia. Mais não era a mesma coisa, ele ficava perfeito em contato com a pele Dela. - Desculpa Carmem…

Ela permaneceu ali por um tempo, abraçada à blusa da loira, com seu perfume e chorando a ausência que a platinada fazia em sua vida, até que foi vencida pelo cansaço e adormeceu.

Naquele mesmo dia, horas depois no apartamento de Gabriel…

- Tô te falando, eu vi! Era o perfume da sua mãe e tinha um bilhete!
- Marcelo, só pode ser alguém brincando com a Paula! Uma brincadeira muito da sem graça!
- Quando eu cheguei ela tava lá, desmaiada no chão - levou a boca seu copo do whisky - Eu realmente achei que ela estava melhor….
- Era lógico que esse baque causaria uma reação do tipo nela, a Paula ficou muito abalada com a morte da minha mãe - bebia o conteúdo de sua bebida também - O que na verdade me surpreendeu e muito! Agora no final elas estavam até mais próximas….mais esse carinho todo da Paula, isso pra mim foi novidade…
- Pra mim não Gabriel, já vi muitas vezes uma olhando pra outra de uma forma bem suspeita! - o mais velho ria
- A minha mãe era doida pela Paula, Marcelo. Só ela que não enxergava isso! - ficaram um tempo sem falar nada, apenas contemplando o líquido em seus copos.
- O papo ta bom, mais eu preciso ir pra casa, Joana está me esperando para jantar.
- Vai sim meu amigo, eu também vou pra o bar. Fico o mínimo possível nessa casa…tudo me lembra ela - mais uma vez, naquela noite, Gabriel contemplava o nada, lembrando de sua mãe.

Era por volta das 21h da noite, Paula estava desde as 16h trancada no quarto. Não se ouvia nenhum barulho la dentro, isso talvez fosse um bom sinal, ela não estaria chorando. Mais uma pitada de medo invadiu o coração de sua filha mais nova, Ingrid tinha medo de algo pior, nem ousaria falar em voz alta tais pensamentos.

- Mãe? A senhora está ai? - silêncio - É a Ingrid mãe, abre por favor. - a mais nova batia na porta, até que levou a mão a maçaneta e viu que a mesma não estava trancada. Entrou no quarto e viu sua mãe, adormecida, vestida com a blusa de Carmem.  Olhou para o seu lado e lá estava, a caixinha misteriosa que Gabriel acabara te lhe contar por mensagem. Então era verdade, alguém estava fazendo uma brincadeira de muito mau gosto com a sua mãe. Se aproximou da mais velha. Tirando uma mexa de cabelo do rosto, reparando assim que ela havia chorado, era nítido - Mãe? Mãezinha?

Paula despertou com um singelo sorriso - Que horas são filha?
- São 21h mãe, fiquei preocupada, você está aqui desde as 16h…
- Peguei no sono. - encolheu os ombros - Você já jantou?
- Não, estava esperando você. - Ingrid fazia de tudo para conseguir participar de todas as refeições com a mãe, queria demonstrar que estava ali com ela, sem parecer preocupada demais.
- Vai indo na frente filha, vou só jogar uma água no rosto.

E assim foi feito, a mais nova já estava na mesa a esperando quando a morena chegou. Jantaram as três, Paula, Ingrid e Tuninha.

O jantar foi muito agradável, Ingrid tagarelava sem parar, Tuninha entrava em sua onda e Paula, essa tentava se manter interessada na conversa, mais a todo instante o tal bilhete vinha a sua mente.

A campainha tocou bem na hora em que Tuninha havia se levantado para buscar a sobremesa, fazendo com que Paula atendesse quem batia.

- Quem será uma hora dessas? E o porteiro nem avisou! - a morena bufava e com razão.

Abriu a porta e se surpreendeu com um enorme buquê de flores que o próprio porteiro trazia consigo. Era por isso então que ele não havia anunciado ninguém.

- Dona Paula, boa noite. - o senhor Pedro trabalhava a anos naquele prédio, conhecia a família muito bem e gostava bastante de todos, sempre fora bem tratado pela família Terrare - Desculpe a hora, mais acabaram de deixar isso aqui para a senhora e me pediram para entregar-lhe em mãos. - entregando o buquê de rosas, vermelhas, para a morena.
- E quem entregou isso para o senhor?
- Foi o próprio rapaz da floricultura. Disse que na ligação fora pedido exatamente isso. - ele deu de ombros. - Tem um cartão bem ali dona Paula - ele apontava para o meio das flores, onde havia um cartão pequeno com seu nome do lado de fora.
- Obrigada sr Pedro. Tenha uma boa noite. - eles se despediram e o porteiro voltou para seu lugar de trabalho.

Paula assim que fechou a porta tratou de pegar o bilhete.

Boa noite Paulinha,
Espero que tenha matado a saudade do seu cheiro favorito! Rosas são as minhas flores favoritas, assim como você…

P.S Eu te AmoOnde histórias criam vida. Descubra agora