Capítulo 14

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Se as rosas de Carmem pudessem falar por ela, falariam como a morena estava linda com aquela cara de brava, só as flores realmente as diriam, a loira nunca admitiria que implica com Paula só para vê-la assim.

- Tá esperando o que para começar cascacu? Um convite formal? - a loira a olhava com todo amor que dentro dela existia e as palavras simplesmente não saíam.

- Desculpa….na verdade não tem um motivo exato. - a loira puxava o ar com um pouco de dificuldade - Você sabe que eu te amo a muito tempo né? - a morena fez que sim com a cabeça - Então, você acha que foi fácil ver você com aquele jogador se humilhando pelas migalhas que ele te da?

- Acho que isso não diz respeito a você Carmem!

- Exatamente! E por não ser da minha conta eu pensei em sumir. No início não seria tão trágico assim, morrer….mais eu sei que em menos de uma semana você me chamaria por algum problema na empresa e eu, como faço tudo para te agradar, voltaria correndo. - ficou em silêncio organizando as ideias.

- Continua…

- Bom, eu voltando para a empresa voltaria para esse tormento que é ver você triste e não poder te dar um abraço sequer…. - a loira perdeu seu olhar em uma rosa que estava a sua frente - Numa noite, assistindo a um filme, o personagem fez isso, de fingir a própria morte e veio a ideia. Por quê não? Eu sei que era errado e não me orgulho disso, mais era a única coisa que passou na minha cabeça.

- Você teve ajuda com isso?

- Vou chegar lá mein schatz! Continuando….passaram alguns dias depois desse filme até eu tomar coragem. Sabe quando eu tive a certeza?

- Quando eu fiquei noiva do Neném… - Paula não perguntou. Ela sabia exatamente o momento em que Carmem desistiu de sua vida para dar uma chance a ela de ser feliz.

- Exatamente! Mesmo com as migalhas você estava feliz e quem era eu para mudar isso?! Naquele mesmo dia, depois que você resolveu marcar aquela reunião para anunciar o noivado eu chamei o Marcelo e o Gabriel para conversarmos e contei por alto meu plano.

- Então eles sabiam desde o início!? Eu vou matar o pastel de vento e o seu filho! Aquele ingrato! - Paula estava vermelha, havia sido enganada não só pela loira, mais pelo seu melhor amigo e por aquele que ela agora considerava como filho.

- Sim e não. - levou a mão direita à franja que teimava a cair em seus olhos - Eles sabiam o que eu queria, uma parte mínima de tudo. Mais no dia mesmo eu fiz tudo diferente….para eles também eu estava morta.

- Como você pode?

- Talvez eu tenha tomado uma atitude desesperada por causa desse amor todo que eu sinto e sei que não vai ser correspondido como eu gostaria. - ela tinha os olhos marejados, vidrados as orbes castanhas da mais nova.

- Onde você esteve esse tempo todo? Eu coloquei detetives atrás de você!

- Assim que tudo aconteceu eu vim pra ca. Gabriel só veio uma vez nessa casa, ele nem se lembrava de sua existência, então foi fácil me esconder.  Até um dia que soube o estado em que você estava….peguei o primeiro voo para o Brasil e fiquei te olhando de perto.

- Você começou a me mandar os presentes…

- Isso. Achei que pudesse ajudar de alguma forma. Era doloroso ver você naquele estado por minha causa…

- Você conseguiu acabar comigo Carmem! Não sei se um dia eu vou conseguir perdoar você.

- Tudo bem, eu mereço isso. - respirou fundo mais uma vez - Infelizmente o meu amor por você não diminuiu, muito pelo contrário….então a sua felicidade é a minha. Mesmo que eu veja de longe…- Carmem foi se levantando, com a cabeça baixa, o semblante cansado, até sentir uma mão segurando seu braço.

- Por quê agora você resolveu aparecer? Por quê não antes? Quando começou a enviar os presentes?

- Meu intuito não era voltar Paula, mais o Gabriel me achou. Contei tudo para ele, brigamos feio. Foi um custo ele me ajudar com os últimos presentes, até que essa semana ele me colocou contra a parede. Ele te contaria caso eu não o fizesse até o final da semana e bom, acho agora que ele estava certo o tempo todo.

- Meu cascacuzinho brigou com você por mim?

- Só a forma que você fala dele já da para saber como a relação de vocês cresceu. Ele tem um carinho enorme por você Paulinha! - mais uma vez ela colocou a franja para trás da orelha - Brigamos por você, não por que eu me fingi de morta.

Nessa hora Paula deu uma gargalhada gostosa, sabia que podia confiar no garoto. Ele fora seu porto seguro naquele período conturbado. - Por isso que agora ele é MEU filho e não seu Carmem, perdeu! - as duas riram com o comentário da menor - Acho que já falamos muito por hoje, preciso de um tempo para pensar, digerir tudo….ainda existem perguntas a serem feitas.

- Tudo bem Paula. Eu respeito e entendo o seu ponto, não se preocupe com isso.

- Então eu vou indo….nos falamos qualquer hora dessas.

As duas andaram juntas até a porta da casa - Obrigada por ter vindo Paulinha, foi muito importante para mim!

Paula deu um sorriso amarelo e fez sinal para um taxi que passava na hora. Já dentro do veículo ela abaixa o vidro do carro e fala - Para o seu governo, se você pedisse para eu não casar com ele, eu não casava….eu amo você, mais agora eu não consigo te perdoar. - e com essas palavra o carro ganhou movimento deixando uma loira na calçada com um sorriso triste nos lábios, a certeza que ela estragou tudo porque simplesmente não conversou abertamente com a mulher que amava.

Essa por sua vez estava indo para o hotel com raiva da loira e principalmente dela. Por mais que a mais velha tenha errado, Paula a amava com todas as forças e estava cheia de saudades. Tudo que ela mais queria era poder abraçar aquela mulher e lhe beijar a boca como nunca pôde fazer. A morena só tinha uma certeza, que se um dia essa mágoa passasse, elas seriam muito felizes.

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⏰ Última atualização: Dec 04, 2022 ⏰

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