Peter sonha que está sentado em um tapete preto e felpudo. Ele tinha certeza que era bem jovem, dava para notar suas mãos minúsculas e delicadas pegando as peças coloridas do LEGO e tentando montar algo. Isso o surpreendeu um pouco, ele realmente gostava das peças de LEGO desde muito pequeno. O que chamava mais sua atenção era a grande quantidade das peças que o rodeava, ele não recordava de ter tantas em nenhum momento.
--- Voltei com seu almoço. --- Uma voz feminina diz. Era uma voz distorcida, mas ele teve certeza que era a mesma voz da mulher do sonho anterior.
A cabeça do pequeno Peter se levantou e olhou para a mulher que se aproximava. Novamente ele não podia ver seu rosto, só podia ver que ela usava uma saia preta, uma camisa social, tinha cabelos loiros, ou talvez ruivos... e tinha uma mamadeira em sua mão.
O pequeno Peter parece parece levantar as mãos em direção a mamadeira e resmungar algo que um bebê normalmente resmungaria. Apesar dele não poder ver o rosto dela, ele podia notar o local em volta. Era um lugar grade e espaçoso e as paredes eram brancas. Mas ele não conseguia ver mais do que isso, afinal, seu pequeno eu queria focar muito mais na mamadeira que estava se aproximando.
A mulher coloca a mamadeira nas mãos dele e se senta ao seu lado no tapete macio. Seu pequeno eu começa a beber o liquido da mamadeira com vontade. A mulher parece sorrir com a cena. Ela aproxima sua mão de seu rosto e toca em seu cabelo em uma carícia suave e calmante. Era uma sensação muito acolhedora e confortável. Será que aquela mulher era sua mãe?
Ele não tem tempo para focar nisso porque vê um homem se aproximado. Ele parecia usar um terno preto e aparentava ser careca, ele estava parado, olhando para a mulher.
--- Ele está te chamando. --- O homem diz. Apesar da voz estar distorcida, Peter teve certeza que a voz não era a voz de seu pai que ele reconheceu no dia anterior. Parecia uma voz mais imponente e talvez de alguém mais velho.
--- Agora? --- A mulher pergunta e suspira. --- Pode dar uma olhada nele para mim? Ele não faz bagunça, só fique alerta para ele não se engasgar. --- Ela diz dando uma ultima caricia no cabelo do pequeno e depois se levantando e se afastando.
O homem, que até então parecia distante, se aproxima mais dele e se abaixa um pouco para ve-lo. Ele observava o pequeno Peter em completo silêncio. O pequeno parece acabar de tomar todo o conteúdo da mamadeira e a tira da boca junto com um fraco suspiro que deveria ser de satisfação por estar cheio.
O pequeno olhou para a mamadeira e estendeu para o homem, que não faz nada por uns segundos até finalmente pegar das mãos da criança.
--- Você acha que eu sou seu empregado, seu fedelho? --- O homem pergunta com uma voz muito zangada para ser usada com um bebê. O rosto do homem se aproxima mais dele, o que o deixa desconfortável. --- Você estragou todos meus planos. Mas eu vou dar um jeito nisso. --- Ele fala com uma voz ainda mais assustadora.
O pequeno Peter parece ficar assustado, porque um choro começa a sair de sua boca e fica cada vez mais alto. A ultima coisa que foi visto foi a imagem do homem de terno ainda mais embaçada por conta das lágrimas que saiam dos olhos da criança.
***
Peter acorda ofegante e um pouco assustado. Mais um daqueles sonhos. O que estava acontecendo com ele? Porque essas lembranças estavam sendo resgatadas através dos sonhos?
Ainda meio nervoso, Peter se levanta da cama e procura novamente papel e caneta e começa a anotar tudo o que aconteceu no sonho. Por conta do nervosismo e da presa para escrever tudo rápido, sua letra não saiu tão bonita como de costume, mas ele não estava ligando muito para isso.
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Relembrar
FanfictionDesde sempre Peter Parker sabia que Richard e Mary Parker não eram seus pais biológicos. Não pelo fato de sua família ter revelado isso a ele, mas sim por ele se lembrar de conhecer o casal quando estava no orfanato ainda bem pequeno. Mas apesar de...