12-Seguro

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Naquela noite, Peter estava sonhando que estava dentro de um carro. Ele estava no banco de trás e seu corpo deslizava um pouco para os lados em alguns momentos durante o trajeto, por sorte ele estava com um cinto de segurança. Parecia que o carro estava andando rápido.

Olhando para o lado do motorista Peter vê o homem que estava dirigindo, que parecia meio nervoso. Ele logo nota ser um dos seus sequestradores, era o mais jovem, o que tinha lhe dado comida. 

--- Para onde nós vamos? --- A voz infantil de Ryan pergunta.

--- Para um lugar seguro.

--- Vamos até meu pai? 

--- Não, não vamos até seu pai. Com ele não é seguro. Sinto muito, garoto, mas você não pode ve-lo mais. --- Responde com pesar.

O pequeno Ryan parece assimilar as palavras do sequestrador. Até que lágrimas começam a cair de seus olhos e soluços saem de sua boca. 

--- Eu quero meu pai, eu quero minha mãe. --- O pequeno chora.

--- Sinto muito, garoto. --- O sequestrador lamenta. 

***

Peter acorda confuso, assim como estava sendo nos últimos tempos que ele estava tendo aqueles sonhos. Ainda assimilando a nova lembrança ele vai até sua mesinha e começa a anotar todo o sonho. 

Esses sonhos de seu sequestro estava ficando cada vez mais confusos. O que aquele sequestrador quis dizer com não ser seguro com seu pai? Isso não fazia sentido algum, afinal, aquele homem que era o sequestrador. 

Suspirando, Peter vai se arrumar e em seguida vai até a mesa do café da manhã onde todos estavam juntos. Peter se senta perto de sua tia, que conversava com Pepper. As duas tinham se tornado muito amigas. Peter não prestou muita atenção as conversas da mesa enquanto ele comia sua pilha de panquecas cobertas de mel, sua mente estava muito ocupada pensando no seu recente sonho. 

Será que o que o sequestrador disse tinha alguma coisa a ver com Tony vender armas naquela época? Mas por que isso preocuparia seu próprio sequestrador? 

--- ...o que acha, garoto? --- A voz de seu pai interrompe seus pensamentos. 

--- Ahn? Desculpe, eu não escurei. 

--- Pepper e eu queríamos te levar até sua escola. O que você acha? --- Tony pergunta com os olhos em expectativa. Ele e a mulher queriam ficar mais perto do filho. 

--- Parece legal. Mas não vai atrapalhar vocês? 

--- Claro que não. Sua escola não é tão distante assim. --- Pepper o tranquiliza sorrindo.

--- Ok, então. --- Peter sorrir. Era bom ver o quanto eles queriam o trazer para mais perto. 

--- Bom, eu vou indo para o trabalho. Happy deve ter estar me esperando para me dar carona. --- May diz se levantando. --- Até logo pessoal, até logo querido. --- Diz beijando a testa de Peter e se afastando. 

O menino semicerra os olhos na direção de sua tia. Esse envolvimento dela com Happy parecia meio suspeito. Será que realmente tinha chances de acontecer alguma coisa entre eles ou era coisa de sua cabeça?

Depois de terminarem o café da manhã o casal foi para o carro com seu filho a caminho da escola. Para eles se aproximarem um pouco mais, Peter falou um pouco do que gostava de fazer na escola, como ir ao laboratório e participar do Decatlo. Peter ficou curioso sobre a vida escolar de seus pais, por isso os perguntou como era. 

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