Relatório: 0424203805

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Android: "Connor" MK800

Numero de série: #313.248.317


Hank, Connor e a prefeita Judy chegam ao set de filmagem, ao entrar não viram uma pessoa parada, todos corriam com urgência em fazer algo, era caótico e por um momento ficaram apenas observando, até serem surpreendidos por Rosanna e sua assistente Android, seus cabelos loiros alinhados perfeitamente e mantinha um sorriso convidativo, todos viram pelo menos uma vez ela na tv, até Connor já havia visto alguns de seus programas.


— Judy! Estava ansiosa por essa entrevista, e você deve ser o tenente Hank Andersom ouvi falar muito de você os corredores daqui me contam tudo, haha — Ela aperta a mão dos dois, no fundo era possível ver o cenário do programa e Connor ficou empolgado em participar — Venham vou explicar mais ou menos como vai ser, me sigam.


Hank e Judy segue Rosanna, e Connor quando ia segui-los é interceptado pela Android assistente, seus cabelos loiros estavam presos por um coque e seus olho verdes focam no rosto de Connor.


— Mk800, fique aqui, sua presença não foi solicitada. — a Android diz autoritária e Connor tenta entender porque não podia estar com os outros, afinal seria entrevistado também — A sra. Cartlant precisa conversas com os humanos para explicar como funcionará a entrevista, você tem um processador de última geração e posso passar as informações para você remotamente.


— Mas não seria legal deixar o tenente e a prefeita sozinhos, nós somos amigos. — a Android processa a informação por um micro segundo, sem entender a logica de Connor — Qual é seu nome?


— RT600, você deveria saber MK800, seu reconhecimento está defeituoso? — Connor nega, seus sistemas estavam em perfeita ordem e ele sabia o numero de série da Android — Me chame de RT600


— Mas não é um nome, não te colocaram um nome? — Connor consegue ver seu Led ficando amarelo, ela estava tendo dificuldades para entender tudo aquilo — Eu me chamo Connor, qual o seu nome?


— Eu... Não sei, eu deveria ter um nome? — Connor concorda e a Android imita seu gesto, ele havia tido poucas conversas com outros androids depois da sua divergência, apenas com os que acabou conhecendo em Jericho I — Chloe... é bonito, você devia ir, o programa vai começar em 5 minutos 24 Segundos.


— Obrigado, Chloe! — Chloe concorda deixando o caminho livre, ela não tinha divergido talvez por isso fosse tão difícil para ela entender, Connor vai até o tenente e a prefeita, Rosanna acabava de explicar os últimos detalhes — Já vamos fazer a entrevista?


Os preparativos são acelerados, dando os últimos retoques, Rosanna estava sentada em uma grande mesa ao seu lado tinha um sofá onde os três se sentaram, Hank parecia inquieto provavelmente pensando se daria tempo de subornar alguém para o trazer um copo de bebida, Judy estava ereta e olhava para frente pronta e Connor estava na ponta do sofá olhando distraidamente todo o lugar, uma contagem é iniciada e quando chega ao zero Rosanna sorri para as câmeras apontadas para ela.


— um bom dia especial aqui de Detroit, hoje traremos um assunto que virou trending no mundo todo, androids, comigo estão Judy willians a prefeita que se declarou pró-Android. — a prefeita sorri quando as câmeras são apontadas para ela, uma salva de palmas surge de algum lugar — Não só isso temos Hank Anderson tenente na delegacia de Detroit e o primeiro Android oficializado como assistente investigativo.


A câmera passa pelos dois, Hank tenta sorrir, mas acaba parecendo mais irritado do que deveria, e Connor sorri rapidamente afinal era o certo a se fazer em um momento como esse. mas algo o dizia que não sorriria muito naquela entrevista, a câmera volta para Rosanna e no fundo imagens da divergência passam, destruição, fogo e pior de tudo androids abatidos.


— Todos nós ficamos chocados quando nossos androids resolveram parar seus afazeres para se rebelar, conhecida como a divergência foi um divisor de águas na historia dos estados unidos — Rosanna se vira para os convidados, Connor podia perceber que ela estava decidindo quem iria responder a pergunta, talvez quisesse alguém que soubesse o assunto, ela sabia que Connor tinha participado da divergência? ele podia contar como foi estar lá e... — Judy, pode nos explica qual foi o estopim para uma revolução das maquinas? acredito que ninguém esperava isso.


— Eu não posso falar por eles, mas é só pensar a vida que os submetemos, não somos diferentes dos nossos ancestrais que escravizaram muitos povos, era uma questão de tempo, mas se eu tivesse que citar algo seria o líder da rebelião Markus, esse tipo de movimento é muito centrado na imagem de um representante. — Judy era boa com palavras sua voz não vacilava nenhuma vez, o que para um humano era algo impressione — Quantos movimentos assim já não tivemos na história? os androids são mais uma minoria em busca de direitos, que merecem ser ouvidos, merecem a chance de serem livres.


— Certo, algo que todos nós estamos se perguntando é como será esse novo mundo, Android são cidadãos registrados agora, recebem salario mínimo? cursão universidades? não é injusto que maquinas tão inteligentes sejam tratadas como iguais, quais são as chances de um americano comum, conseguir superar uma mente artificial? — Connor abaixa o olhar, seu pensamento era completamente diferente, era difícil se igualar a mente humana, ele ainda muita dificuldade em entender coisas básicas — Tenente Anderson, não é certo afirmar que seus assistente Android pode fazer seu trabalho muito melhor que você, como pode ser justo ele ser considerado como qualquer outro policial?


— Connor é um policial incrível, nós trabalhamos juntos nos casos de divergência quando todos achavam que era uma falha, ele consegue se conectar com qualquer outros Androids, nada dessa baboseira de tecnologia, eu tô falando de uma habilidade que todo policial tem que ter — Rosanna parece feliz ao ver seu argumento ser concordado, mas Hank não para por ai — Mas se você mentir para ele pode ser que Connor vai acreditar, ele está aprendendo a lidar com os humanos, como nós aprendemos a lidar com eles, não tem diferença nenhuma.


— Nenhuma? Não seria um eufemismo? Eles não comem, não dormem, não precisam descansar, são trabalhadores incansáveis, mesmo não entendo coisas básicas são muito melhores que nós — A câmera agora só focava em Rosanna, ela dizia como se quisesse aterrorizar um grupo de crianças — Como podemos afirmar que não é o fim da humanidade?


— Eu não quero acabar com a humanidade. — Rosanna e a produção parecem chocadas, como se tivessem esquecido que ele podia falar por si mesmo — Os humanos são divertidos, eu gosto deles.


— Vamos agora para os comerciais, já voltamos


Rosanna diz e todas as câmeras desligam, ela analisava Connor, como se sua torradeira tivesse acabado de falar bom dia, ele devia ter se mantido quieto? Aquela era uma das perguntas retóricas que Hank dizia que não deveria ser respondidas? Inconscientemente ele olha para Chloe no fundo com o mesmo olhar perdido que ele.


Fim da transmissão.

Detroit: Depois da divergênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora