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Passava das quatro da manhã quando Luka, tentando fazer o mínimo de barulho possível, estacionou seu carro na garagem da mansão Colucci é seguiu pra dentro da casa, atravessando o lugar pé ante pé, torcendo pra que não o ouvissem, afinal, ainda estava escuro e todos na casa dormiam naquela hora, até seu pai. Ou, era o que ele achava.

— Chegou tarde, hein?– a voz de Marcelo ecoa de dentro do quarto, quando Luka passa em frente a ele– Ou será que eu deveria dizer cedo?

— Paizinho!– Luka diz parando na porta– O que faz acordado uma hora dessas?

— Não mude de assunto, mocinho! E me chamar assim não vai te livrar de uma bronca. Onde você estava?

— Com a...Emi!– Luka mente. Emilia era sua melhor amiga desde que se entendia por gente. Sempre o defendia dos valentões na escola e era mais capaz de quebrar a cara de alguém que muitos marmanjos que ele conhecia. Luka não sabia como teria passado pela infância e pela adolescência se não fosse Emilia ao seu lado.

— Engraçado, ontem antes de dormir eu liguei pra casa dela perguntando de você e sabe o que a mãe da Emília disse? Que você não tinha aparecido lá e que ela já até estava dormindo porque tinha que trabalhar no outro dia. Então, aonde você estava, Luka?

— Tá bom! Eu tava numa festa.— Luka diz e Marcelo suspira

— Terceira festa que você vai só essa semana, meu filho. E hoje ainda é quarta feira

— Mas pelo menos eu cheguei antes do amanhecer!

— Grande desculpa.

— Mas...o senhor ficou acordado esse tempo todo me esperando?– pergunta o garoto um pouco culpado.

— Não. Acordei agora há pouco e resolvi ler um livro porque não conseguia mais dormir e então vi você chegando. E você sabe que eu te amo, Luka. Mas você já tem quase vinte e três anos, já se formou na faculdade e ainda insiste em agir como um garoto irresponsável.

— Ah, eu nem fiz tanta coisa assim...

— Ah, não? Vamos ver: Você foi preso, duas vezes, por desacato a autoridade em dois estados diferentes nos Estados Unidos.

— Em minha defesa, os policiais estavam abusando da autoridade!– Luka exclama revoltado.

— Semana passada saiu uma manchete sua no jornal dançando em cima de uma mesa, meu filho. Fora suas multas por excesso de velocidade e...

— E que tal termos essa conversa de manhã? Eu tô morrendo de sono.– diz ao pai bocejando.

— Eu te conheço. Você vai dar um jeito de fugir da conversa. Mas é algo que não podemos adiar mais, Luka! Você vai assumir a empresa depois que eu não estiver mais aqui.

— O que ainda vai demorar muito tempo, pai. – Luka tranquiliza o homem.

— Mas e se não demorar? Como a empresa que sei avô lutou tanto pra erguer, que eu lutei, vai ter na presidência um herdeiro que vive aparecendo nas páginas de fofoca?

— Não tenho culpa se elas me amam. E eu tenho certeza que na minha idade o senhor fazia o mesmo

— Luka, senta aqui.– Marcelo pede, apontando pro lugar ao seu lado na cama. Luka tira os sapatos e senta ao lado do pai, se aconchegando nele– Sim, eu já fui jovem, já fiz algumas besteiras mas nunca, não mesmo, apareci em sites de fofoca, muito menos passava quase todas as minhas noites em festas fazendo sabe Deus o que.

— Eu não faço nada de errado, pai!

— Quer aquela lista de novo? Posso lembrar exatamente o "nada de errado" que você faz.

Sálvame| Lukane Onde histórias criam vida. Descubra agora