16.

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No dia seguinte, Luka acorda com o toque do telefone e todo dolorido. Mas pudera, já que estava, literalmente, todo largado na cama. Ele atende.

— Quem é a pessoa que quer ser assassinada às seis da madrugada?– pergunta irritado.

— Boooom dia, Lu!– a voz animada de Emilia ecoa do outro lado da linha. Ah, como ele odiava gente que acordava cedo e pior, animada. Enquanto ele ainda estava esperando a alma voltar pro corpo.

— O que que tem de bom?– Luka pergunta.– Eu acabei de acordar e você me vem com esse seu bom humor matinal que sabe que eu odeio.

— Ah, Lu! Eu quero saber como foi a sua noite de núpcias. O Oscar é bom de cama?

— Pela milésima vez: esse casamento é só conveniência, Emi! Dormimos em quartos separados. Não teve "noite de núpcias" nenhuma.

— Caramba! O que vocês fizeram então?

— Bom, eu fiquei o resto da tarde no meu quarto, depois resolvi fazer o jantar, sabe? Pra não parecer um inútil.

— Macarronada à lá Colucci?— Emilia pergunta rindo, aquela receita era famosa entre os que conheciam Luka.

— E que outra coisa seria?– pergunta rindo também– Mas...Bom, a gente jantou, e conversou e depois eu voltei pro meu quarto. Foi só isso. É mais como ser colegas de apartamento do que um casamento.

— E como é o apartamento?

— Pequeno...tem um banheiro, dois quartos, uma cozinha, uma sala e só. O banheiro não tem água quente.

— E o seu quarto?

— Normal. É do tamanho da despensa lá de casa. Tem uma cama, uma cômoda e um guarda roupa, mas dada a situação atual, é o melhor que posso ter.– Luka fala dando de ombros– O Okane disse que eu podia redecorar se quisesse. Deixar mais a minha cara, e tal, já que vou passar o próximo ano dormindo aqui.

— Ah, Lu! Eu posso te ajudar!– diz empolgada– Vou aí depois do trabalho deixar as suas coisas que ficaram aqui e aproveito pra gente ver isso.

— Pode ser. Vou ver com o Okane. E falando nisso, tenho que desligar, Emi! O Okane prometeu me levar pro trabalho se eu já estivesse pronto na hora que ele saísse.

— Beleza, Lu! Até mais tarde.

— Até mais tarde, Emi!– diz Luka e desliga. Ele junta um pouco mais de coragem e levanta da cama, indo até o banheiro. Na ida, ele repara que a porta de Okane está aberta e que ele não está mais lá dentro.

"Será que ele já foi pro trabalho? Mas não é possível!" Luka diz em pensamento. A carona era só da boca pra fora? Luka respira fundo e entra no banheiro, tirando a roupa e entrando no chuveiro. Ele toma um banho rápido e quando vai saindo do banheiro, seu estômago ronca. Então, ao invés de ir para o quarto e colocar uma roupa, ele aproveita que Okane não está ali e provavelmente não vai voltar e anda só de toalha até a cozinha, vasculhando a geladeira atrás de algo para comer.

Ele acaba encontrando toda uma variedade de iogurtes e algumas geleias e também vê um pote com torradas em cima da bancada. Não havia café nem cafeteira em lugar algum dali, então hoje ele teria que sobreviver sem cafeína no seu sangue, pois o marrento certinho tinha que odiar café!

Talvez ele parasse em alguma lanchonete perto da empresa e comprasse um copo pra si porque sobreviver a dez horas naquela sala com Ilse sem um mínimo de café era demais até pra ele. Luka come primeiro as torradas com geleia e depois o iogurte. Ele já está terminando quando a porta se abre e Okane chega, se deparando com ele seminu na cozinha.

Sálvame| Lukane Onde histórias criam vida. Descubra agora