19.

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Luka não sabia o que tinha lhe dado para se jogar em cima de Okane daquele jeito e lhe dar um beijo tão...intenso. Que como se não bastasse, ele ainda correspondeu. O que só deixou tudo ainda mais confuso.

Enquanto beijava o garoto, ele teve que juntar toda a sanidade que lhe restava para raciocinar o porquê daquilo ser errado. Era um acordo. Ele não podia se apaixonar ou se apegar. Sua vida perfeita era sendo rico e solteiro, desfrutando da sua herança e não dando satisfação pra ninguém.

Já não bastava Emilia lhe enchendo o saco todo o caminho entre o apartamento e o carro dela insistindo que ele deveria dar uma chance a Okane porque "aquele pedido era lindo demais pra ser só fingimento" e que Okane gostava dele e que deveria se permitir e blá blá blá.

E ele, é claro, negando até a morte porque isso não era possível. Mas Emilia sabia ser perspicaz quando queria e falou a frase que ficou ecoando na sua cabeça todo o caminho de volta ao apartamento.

"Daqui a um ano, se isso que vocês tão construindo terminar, quer mesmo lembrar disso só como um acordo? Ou quer ter aproveitado nem que seja um pouquinho?"

E aí...eles começaram a conversar sobre suas famílias e todas aquelas palavras bonitas que Okane disse...Luka só conseguia pensar em beijá-lo e no quanto queria aquilo. E ele fez.

Até voltar à razão e inventar que precisava tomar banho, mais pra fugir da situação que por realmente precisar. Mas parecia que até nisso o destino olhava pra cara dele e ria. Assim que ele abriu o chuveiro, antes de tirar a roupa, a torneira saiu em sua mão. Ele ainda tentou colocar, mas não encaixou de jeito nenhum, então resolveu pedir ajuda para Okane e o chamou.

— Como você conseguiu quebrar essa torneira?– pergunta irritado entrando no banheiro e tomando a torneira da mão do loiro.

— Não sei! Vai ver que se essa droga de chuveiro não estivesse caindo aos pedaços, eu não teria quebrado!– Luka retruca também irritado enquanto Okane tira os sapatos e entra no box, tentando colocar a torneira de novo, mas é claro que não funciona. Ele continua tentando e o fluxo do chuveiro aumenta cada vez mais— Eu já tentei isso, imbecil! Não funciona.

E no exato momento em que a torneira cai, a parte que unia ela à parede cai também, deixando um buraco no lugar que também começou a jorrar água e mais água neles, molhando-os inteiros.

— Que merda!— Okane diz já todo molhado usando as mãos como escudo, em vão, pois ele já estava praticamente enxarcado, assim como Luka– O que a gente faz?

Luka tenta pensar em algo mas toda aquela água o deixa desconcentrado. Ele pensa muito, até que...

— Registro! Onde fica o registro do banheiro?– pergunta depois da ideia brilhante que teve. Era só fechar o registro e a água ia parar de jorrar.

— Embaixo da pia.– Okane diz ainda tentando conter a água e Luka sai do box, correndo ate a pia e procurando o registro.

— Achei!– fala e vira a chave com toda a força, fechando o registro. Instantaneamente, a água para de jorrar.

— O que você fez?

— Fechei o registro!– Luka diz simples.– No fim, acho que sei uma coisa ou outra sobre atividades domésticas.

Okane começa a rir.

— Do que tá rindo?

— Cara, olha pra gente!– fala e Luka olha pra si. Ele estava completamente enxarcado. Da cabeça aos pés. Ele também começa a rir.

— E eu só queria tomar um banho!– Luka diz encostando a cabeça na parede do lado da pia.

— Um dia aqui e você já me deixou constrangido e quase quebrou meu banheiro.– Okane fala e tira a camisa e Luka não consegue mais pensar em nada coerente pra responder em seguida.– Eu, sinceramente não sei como vou sobreviver um ano morando com você!

Sálvame| Lukane Onde histórias criam vida. Descubra agora