Sálvame| Lukane

13.

Não, a mídia não é aleatória. Escutem na hora que eu disser.

— Caramba, Lu! Você tá tão lindo que tá me dando vontade de chorar.— Emilia fala enquanto termina de arrumar os fios loiros do amigo.

— Então deixa eu me olhar no espelho!– ele diz a ela. Todo esse suspense o estava deixando nervoso. Mais ainda. O casamento era hoje e isso havia deixado Luka inquieto a noite inteira.

— Pronto!– diz e vira o amigo pro espelho. Ele se olha e constata que a amiga estava certa. Ele estava lindo. A roupa que ela escolhera para ele, apesar de simples, era bonita e social. Bem no seu estilo. O cabelo com gel e algumas mechas soltas conferia a ele um visual sofisticado, mas ainda rebelde. Por um minuto ele achou que ia se casar de verdade.– Olha aqui, mãe! Eu fiz um bom trabalho não fiz?

— Claro que fez, querida! O Luka está ainda mais bonito.– a mãe de Emilia fala.– Seus pais estariam tão felizes

"Eu tenho sérias dúvidas..." Luka pensa. Mas seu pai não lhe deixou outra alternativa com aquele testamento ridículo.

— Sra. Alo...– Luka começa.

— Gabriela, querido! Já passou da hora de você me chamar pelo meu nome. Você é o melhor amigo da minha filha desde sempre. E é quase um filho pra mim.

— Ok. Gabriela, muito obrigado mesmo por ter me deixado ficar na sua casa. As coisas...não estão fáceis desde que o meu pai se foi. E vocês me estenderam a mão.

— Ah, Luka. Eu e a Emilia estaremos aqui para o que você precisar.– Gabriela diz a ele– Não é, filha?

— Claro que sim, mamãe.– Emilia confirma e os três se abraçam. Era tão bom saber que havia pessoas que o queriam bem e gostavam dele. Tornava o peso de tudo um pouco mais suportável.

— Eu amo vocês.– ele diz e era sincero.

— Ah, Lu! Não me faz chorar hoje não por favor. Eu arrasei no delineado!– Emilia diz fazendo todos rirem.

— Posso...ficar um pouco sozinho?– pergunta às duas que assentem e saem do quarto. Ele olha uma das suas fotos com o pai, a primeira da caixa em que ele colocou os pertences mais frágeis. Era o dia da sua formatura na faculdade e Marcelo sorria orgulhoso enquanto abraçava o filho, que sorria igualmente contente.

— Eu sei que você talvez não esteja muito orgulhoso do que eu tô fazendo. Mas não tive escolha, pai. E quero que saiba que eu espero que você me perdoe e eu sei que...mesmo que tenha me deixado sem nada, você sempre quis o melhor pra mim. E eu te amo, pai. Muito– diz passando os dedos pela foto. Nesse momento, uma borboleta amarela, a cor preferida do sei pai, surge no quarto no voa por ali. Luka a observa sorrindo, até Emilia gritar:

— Seu noivo chegou!

Era agora. Não dava mais pra voltar atrás ou se arrepender. Ele ia mesmo fazer isso. Ao olhar de novo, a borboleta já tinha ido

Ao sair na porta e depois do pequeno discurso de Emilia, Luka finalmente pode ver como Okane está bonito. Simples, mas bonito. Ele percebe que o moreno também o encarava de uma forma engraçada. Luka não negava que ele era atraente e mesmo que o relacionamento deles não fosse envolver algo físico, nada o impedia de olhar, né?

— Bom, Okane, aqui estão as coisas do Luka.– Emilia fala tirando os dois da breve troca de olhares que tinham, colocando a bolsa de Luka e o seu violão na porta de casa

— Tudo bem...– Okane diz e pega as coisas, pondo no carro.

— Te vejo daqui a pouco, Lu. Boa sorte.– Diz Emilia para ele e o abraça, entrando em casa. Ela ia trocar de roupa e passar pra buscar Andi, que também ia ao casamento.