23.

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No dia seguinte, Okane acorda se sentindo abraçado. Ele vai acordando aos poucos e finalmente percebe onde estava. Em seu quarto, dormindo, com Luka do seu lado.

Os travesseiros falhadamente espalhados pela cama enquanto eles dois estavam tão entrelaçados quanto era possível estar mesmo numa cama que não era tão pequena. E Okane estava, estranhamente, gostando daquilo.

Mas se lembra que precisava levar o pai e o irmão pra Puebla e ainda voltar pra casa pra um dia de trabalho, afinal, ainda era sexta feira e apesar de todos dizerem que a promoção já era sua, ele não podia bobear. Então, tentou se mexer um pouco pra ver se o outro acordava ou, lhe soltava, mas ele nem sequer se mexeu.

— Luka...— chama, mas o loiro não esboça reação alguma.– Luka!

— Ah, pai, só mais cinco minutos...– Diz Luka e ao invés de se virar pra outro lado, abraça ainda mais Okane. O moreno poderia jurar que o loiro estava fazendo aquilo de propósito se não soubesse que isso não era possível.

— Luka, quer por favor me soltar e sair de cima de mim?– Okane diz numa voz mais incisiva e Luka finalmente acorda.

— Quem ousa...– fala meio sonolento e só então se dá conta do que estava fazendo e se afasta bruscamente, como se tivesse levado um choque ou como se a pele de Okane lhe queimasse. Viu como não era possível ele estar se aproveitando?— Como isso aconteceu? Cadê a barreira?

— Bom, parece que a gente se mexeu tanto que a derrubou!— Okane diz se levantando.– Mas relaxa! Foi só hoje. Amanhã você vai acordar sozinho na sua cama e no seu quarto.

Dito isso, ele sai do quarto e vai até o banheiro, onde toma banho e se arruma. Quando volta pro quarto, percebe que Luka havia se virado e voltado a dormir, afinal, era pouco mais de cinco da manhã. Esteban e Salvador não demoram muito para se arrumarem e tomarem banho.

— Olha só, você finalmente resolveu gostar de café?— Esteban pergunta notando a cafeteira que o irmão comprou há pouco mais de um dia.

— Eu não! Mas o Luka gosta, então resolvi comprar.– Eles não precisavam saber que o loiro praticamente o obrigou a fazer isso.

— Ah, que bonitinho! Ele te fazendo de gato e sapato!– Esteban fala.

— Para! Não sou gato e sapato dele coisa nenhuma! – Okane diz.

— Mas se for, qual o problema?– Salvador pergunta– O Luka é realmente um rapaz especial.– diz– Que bom que se encontraram, filho.

— É...que bom...– Okane diz e trata logo de acabar seu café e apressa o pai e o irmão pra fazerem o mesmo, não querendo prolongar o assunto. Não bastava Esteban com aquela história deles se gostarem, agora Salvador ia e falava aquilo? Definitivamente era melhor não dizer nada sobre o casamento.

— Cadê o Luka? Queria me despedir dele.– Salvador pergunta.

— É, eu também!– Esteban diz.

— Ele ainda tá dormindo. E odeia que o acordem. Ele seria capaz de me assassinar se eu fizesse isso. Mas falo pra ele que vocês deixaram um beijo. — Okane fala e os dois concordam com isso.

Eles descem até o estacionamento, pegam o carro e iniciam a viagem de pouco mais de uma hora até Puebla. Okane dirige com cuidado, mas o trajeto acaba se tornando mais rápido porque naquele horário quase não tinham carros nas estradas. Ele deixa a família em casa e, depois de prometer visitá-los em breve e levar Luka junto, ele volta pra cidade, onde, por incrível que pareça, encontra Luka já pronto pro trabalho.

— Nossa! Você demorou.– Luka comenta assim que vê o moreno passar pela porta.

Depois de acordar e ver que passou boa parte da noite dormindo abraçado com ele, Luka não demorou a voltar a dormir, afinal, era só o que lhe faltava ter seu sono tirado logo por Okane. Aquilo não queria dizer nada. Embora estivesse se sentindo inebriado pelo calor e pelo cheiro dele e mesmo que tenha tido uma ótima visão dos músculos e tatuagens do outro na noite anterior e se sentido...atraído, isso ainda não queria dizer nada.

Sálvame| Lukane Onde histórias criam vida. Descubra agora