27.

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— Esse tá bom?– Okane pergunta saindo do provador pela centésima vez naquele fim de tarde. E a dupla nega mais uma vez. Ele volta pro provador resmungando que aquilo não devia ser tão difícil.

Depois que saíram do trabalho, encontraram Emilia no shopping e partiram rumo à missão de encontrar uma roupa minimamente decente pro moreno usar.

Mas...estamos falando de Luka e Emilia. O perfeccionismo em pessoa, multiplicado por dois. Aquela já era a quinta loja que ele visitavam, mas nada parecia bom o bastante. E não era como se Okane não ficasse lindo com qualquer roupa porque sim, ele tinha esse poder, mas parecia faltar alguma coisa. Faltava O terno.

A vantagem desse momento foi que os amigos puderam colocar o papo em dia e falar sobre o fim de semana que Emilia passou fora viajando com Andi. E Luka pôde ver que a amiga estava total e completamente apaixonada. Alias, apaixonada não. Ela estava amando. E ficou tão feliz por isso.

— Mas eu só vou descansar quando você estiver bem, Lu.– Emilia diz

— Mas eu tô bem, Emi.– ele tenta mentir, mas ela é sua melhor amiga, e a história não cola

— Não, não tá.

— Mas vou ficar, tá legal? Assim que toda essa palhaçada acabar e eu puder colocar as mãos na minha herança!– Luka fala e cruza os braços, afundando no sofá, cansado daquele papo.

— E o Okane?

— Ele segue a vida dele e eu a minha. E...quanto ao que eu sinto, é só deixar de sentir. Ajuda o fato dele não sentir a mesma coisa.

— Só se for na sua cabeça! Cara, ele teve um pesadelo contigo e acordou desesperado, te ajudou e acalmou quando choveu e eu vejo o jeito como ele olha pra você, Lu! Não é o jeito de alguém que não gosta da outra pessoa!– Emília diz dando de ombros.

— E por que ele não tomou uma atitude então?

— Porque ele deve estar com o mesmo medo que você.– Emilia fala– De não ser correspondido porque você não demonstra o que sente!

— Pra que? Quebrar minha cara e me confundir?– pergunta o garoto.

— Não, Lu. Pra ser feliz. E é melhor do que não ter tentado, não ter lutado. Não lutar pelo que quer só tem um nome: Perder.– Emilia filosofa e Luka não tem tempo de replicar quando Okane volta.

—E agora?– pergunta. Ele vestia um blazer em um tom grafite bem escuro e uma camisa branca e parcialmente aberta por baixo. A calça tinha a mesma cor que o terno e nos pés tinha sapatos sociais. Ele parecia emanar uma luz e Luka, nem se quisesse, ia conseguir tirar os olhos dele.

Esse era O terno!

— É esse!– Emília diz e Luka ainda olhava embasbacado para o moreno.

— E você? O que achou?– pergunta Okane pra Luka com expectativa.

— Eu...– lhes faltavam as palavras.– Voce tá...É esse!– fala por fim.

— Graças a Deus!– Okane diz comemorando e volta ao provador, pra se trocar e finalmente ir embora dali, o que não demora a acontecer.

Porém, na saída da loja, algo chama a atenção de Luka. Era um terno de um tom grafite um pouco mais claro que o de Okane, mas igualmente lindo. Seus olhos brilham ao olhar pra ele. O loiro já tinha decidido que não ia comprar nada para si e que usaria uma de suas roupas antigas, afinal seu orçamento já estava comprometido. Talvez se o aumento desse certo, ele ficasse mais livre.

Mas aquele terno...

— Devia experimentar.– Emilia diz atrás de si– Parece que foi feito pra você, Lu!

Sálvame| Lukane Onde histórias criam vida. Descubra agora