Um novo dia começava na Fazenda, todos estavam cumprindo as suas devidas "funções". Antônio era responsável pela colheita e o ensacamento dos grãos de café, porém estava faltando uma pessoa em específico que Antônio sabia exatamente quem era.
-Por acaso você viu Dominique? - perguntou um homem entre cinquenta e cinquenta e cinco anos.
-Não - respondeu Antônio.
-Me desculpem pelo atraso - disse Dominique, chegando a lavoura de café, ofegante. - Eu estava ocupado.
-Ocupado? - perguntou Antônio - E o nome dessa ocupação se chama Maria?
-Cala a boca - respondeu Dominique - Só foi ontem à noite, não tem nada de mais. Além do mais, soube de umas histórias da Casa Grande. Soube que o Senhor vai ser anfitrião de um almoço com uns nobres que vieram da Itália.
-É mesmo e o que nós temos a ver com isso? - perguntou Antônio - Além do mais, como você sabe que vai ter visita na fazenda?
-Esqueceu que eu tenho uma informante dentro da Casa Grande - respondeu Dominique, com bastante confiança. - Ela me disse que desde manhã estão preparando esse almoço. A Casa Grande está um verdadeiro caos.
-Desde que o Senhor Mário não desconte a sua raiva em nós - disse Antônio.
Antes mesmo que Dominique falasse alguma coisa, um capataz do Senhor Costa aparece montado em cavalo marrom e segurando um chicote, o capataz desce do cavalo e segura as rédeas dele.
-Escutem aqui, seus imprestáveis - disse o capataz - Hoje vai ter visita na Fazenda, espero que não façam nenhuma rebelião enquanto o chefe estiver recebendo a visita. Fui claro?
Todos os escravos entoam um "sim" e então o capataz montou no cavalo e foi embora sem rumo. Então, todos os escravos voltam a fazer os seus trabalhos.
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Enquanto isso, na Casa Grande havia muita comida e muita conversa. Todos presentes naquela sala de jantar estavam conversando de forma bem animada.
-Vocês são muito simpáticos - disse o Senhor Mário - Então vocês vieram para a colônia Portuguesa para morar, apenas isso? Por que não montem um negócio de café? Se vocês quiserem, conheço uns comerciantes de escravos em Angola que podem fazer um negócio.
-Agradecemos pela a sua oferta - disse um homem, com cabelos loiros escuros que tinha aparentava estar nos seus 20 anos. - Mas nosso interesse nessa colônia é apenas a moradia. Já temos a nossa própria riqueza na Itália.
-Mas é sempre bom ter uma outra fonte de lucro - respondeu o Senhor Mário.
Enquanto os homens estavam conversando, a Senhora Francisca começou a conversar com uma jovem de cabelos loiros claros que aparentava ser mais nova que o homem que estava ao seu lado.
-E a Senhorita Beatrice? - perguntou a Senhora Francisca - A Senhorita já está noiva de alguém na Itália?
-Ah não - respondeu Beatrice - Eu ainda estou solteira. Pretendo ficar um pouco mais tempo ao lado do meu irmão. Como Dario disse, somos apenas eu e ele. Quero me casar no tempo certo, quando eu achar um homem ideal.
-Mas logo, nenhum homem vai lhe querer - respondeu Senhora Francisca - Imagina só, a Senhorita com seus trinta anos e sozinha. Sem herdeiros, sem marido.
Beatrice preferiu ignorar o comentário de Senhora Francisca; Beatrice mesmo tendo a idade ideal para um casamento arranjado com um nobre, ela preferia ficar ao lado do seu irmão. A família era importante para a jovem.
-Inclusive Senhor e Senhora Costa - disse Dario - Para que todos os nobres nos conheçam perfeitamente, estamos lhe convidando para um baile de máscara em nosso lar.
-Oh isso é uma perfeita oportunidade para vocês se adentrarem na aristocracia de Campinas. - disse Senhor Mário.
-Saiba que nós vamos aceitar o vosso convite para essa festa. - complementou a Senhora Francisca.
-Ficamos felizes que vocês aceitaram o nosso convite - disse Beatrice, com um breve sorriso no seu rosto.
-Eu sinto muito informar vocês - disse Dario - Mas eu e minha irmã precisamos ir, temos algumas coisas para resolver. Assuntos pessoais.
-Nós entendemos - disse o Senhor Costa - Vou solicitar uma...
Antes que o Senhor Costa completasse a frase, Dario se levantou da cadeira e disse:
-Não se preocupe com isso, Senhor Costa. Já temos uma carruagem a nossa espera. É uma gentileza sua solicitar uma carruagem, mas isso não será necessário.
-Oh, então está tudo bem então - respondeu a Senhora Costa - Saibam que vocês sempre serão bem-vindos a nossa casa. Maria?
-Sim Senhora - disse uma jovem de pele negra clara, com cabelos amarados em um lenço velho que aparentava ter seus vinte anos.
-Por favor, acompanhe eles para fora da fazenda - ordenou a Senhora Francisca.
-Sim senhora - disse a jovem escrava.
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Maria acompanha os dois irmãos para fora da Casa Grande, assim que eles saem da Casa Grande para irem embora, a carruagem estava os esperando.
-Muito obrigado pelo almoço - disse Beatrice, com um sorriso gentil para a escrava - Estava delicioso.
-Você nem tocou no prato, minha irmã - respondeu Dario - Eu ainda estou com fome e eu sei que você também está, minha irmã.
-Dario, o que conversamos quando estávamos a caminho? - perguntou Beatrice.
-Minha irmã - disse Dario, fazendo carinho nos cabelos de Beatrice - Sempre como a nossa mãe, mas você esqueceu o que somos? Além disso, eu só irei tirar um pouco do sangue dela e depois vou apagar a memória dela.
-Do que o Senhor está... - disse Maria, com medo. Era obvio que Maria estava com medo, que conversa era aquela de tirar o sangue e depois apagar a memória.
Então Dario se aproxima de Maria.
-Ssssshhhhh - disse Dario, avançando em direção de Maria e colocando o dedo indicador nos lábios da mesma - Não fique com medo, minha querida.
Dario então dá um beijo no pescoço da jovem e então o homem morde o pescoço da mesma e começa a sugar o sangue dela.
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O Beijo da Noite (Filhos da Noite)
RomanceNuma época Brasil era uma colônia ligada a Coroa Portuguesa, todos viviam suas vidas normais na aldeia de Campinas, no Estado de São Paulo Mas tudo muda quando dois irmãos italianos chegam em Campinas e mudam tudo, principalmente a vida de um jove...