Capítulo 4: Fascínio

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Acordo com a ligação de Nikolay, ele havia acabado de chegar ao Brasil, pela janela constato que sequer amanheceu ainda, peço para que ele venha ao meu apartamento e em seguida encontre Yavuz.

Desligo a chamada e levanto da cama deixando minha vizinha dormindo tranquilamente, essa rotina está me desgastando, preciso acabar logo com essa quadrilha e de preferência tirar férias em seguida.

Estava ligando a cafeteira quando ele chegou, duas batidas suaves na porta anunciaram isso, como é de se esperar o russo não passou pela portaria, mesmo com toda segurança do condomínio Nikolay burlou o sistema, e apareceu na minha porta sem alarde, por isso eu confio tanto em suas habilidades.

Estava ligando a cafeteira quando ele chegou, duas batidas suaves na porta anunciaram isso, como é de se esperar o russo não passou pela portaria, mesmo com toda segurança do condomínio Nikolay burlou o sistema, e apareceu na minha porta sem alard...

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— Bom te ver — cumprimento com um breve abraço assim que entra no apartamento

— Igualmente, mas não posso dizer que não me surpreendeu o contato

Caminhamos até a cozinha onde tomo café enquanto passo para ele um resumo das informações junto com um pen drive codificado, entretanto somos interrompidos por Evellyn que entra na cozinha apenas de lingerie, sem notar a presença do russo

— Você não dorme? — reclama coçando os olhos com a palma das mãos

Nikolay me encara e balanço a cabeça indicando que ela não sabe de nada

— Então eu não devia estar aqui — guarda o pen-drive e se vira rapidamente em direção à porta

Ao ouvir a voz grave e baixa do homem, Eve finalmente o nota dando quase um salto para trás do balcão como se pudesse esconder que está praticamente nua

— Merda! Desculpa, não sabia que tinha alguém aqui, tô saindo — fala rápido sem tirar os olhos do russo, agarra o robe que estava jogado no sofá e coloca enquanto sai do apartamento

— Desse jeito? — Mikhail solta como um pensamento em voz alta e percebo os olhos azuis do homem varrerem o corpo da brasileira

— Eu moro aqui no prédio, bonitão, — sorri encostando no batente de um jeito sensual que é comum dela, mas faz Nikolay arregalar os olhos — Só vim pedir uma xícara de açúcar ao vizinho, sabe como é — pisca e sai deixando o pobre homem desnorteado

Quando a porta se fecha ele vira para mim novamente arrumando a postura

— Confia nela?

— Confio, mas não a quero envolvida em minhas confusões, ela tem um filho e uma vida inteira que não inclui nosso caos

Ele assente levando novamente o olhar à porta

— Cuidado meu amigo, ela morde! — Provoco e Mikhail revira os olhos balançando a cabeça

— Melhor eu ir — anuncia já se afastando — te envio notícias assim que tivermos algum avanço

Assenti, mas quando ele me deixa sozinho eu já não tenho mais sono, então acabo decidindo fazer algo que definitivamente estava evitando até agora sequer pensar sobre.

Sento na cadeira do escritório e procuro o contato que não uso à muito tempo, talvez nem seja mais o mesmo, cada toque me deixa mais ansioso, respiro fundo buscando junto com o ar talvez um pouco mais de paciência, que eu já não possuo em grande quantidade.

Alô — a voz da minha cunhada interrompe meus pensamentos

— Jasmine? É o Enrico, meu irmão está em casa?

Nossa! Quanto tempo, Chris está no saindo do banho vou avisá-lo

Aguardo alguns minutos e consigo ouvi-la chamando-o ao fundo, não entendo bem o casamento do meu irmão, ela é visivelmente apaixonada por ele, mas já entrou no relacionamento sabendo que não era recíproco, apenas por conveniência para aumentar ainda mais o território da família Basile.

Cheguei a cogitar a saúde mental da Jas quando me disse que era você ao telefone — A voz que eu não ouvia a muito tempo soou sarcástica como de costume

— Oi para você também, Christopher — respondo de maneira infantil, admito, mas eu simplesmente não consigo lidar com toda essa implicância

Não me venha com "Oi, Christopher", faz o quê? Um ano e meio que não me liga? A última vez foi porque Saori estava doente, e você não conseguia falar com Laura. Então vamos cortar a parte em que você finge que somos família e pular para o motivo da ligação

Ele tem razão, eu não faço muita questão de conviver com Christopher, não tenho paciência para isso, meu irmão é infantil na maioria esmagadora das vezes e sua necessidade de competir comigo desnecessária, mas cá estou eu, precisando dele.

— Ok, preciso que encontre alguém para mim, também não queria recorrer a você, mas preciso admitir que é o melhor nisso

A ligação fica muda, exceto pela respiração profunda do outro lado, a demora em responder me fazendo acreditar que negará

— Quero que me entregue as informações em mãos no domingo.

Só pode ser brincadeira! Ele sabe que eu trabalho não é?

— Na Itália? Enlouqueceu? Eu trabalho Christopher, não posso simplesmente pegar um avião até outro continente por um capricho seu — esfrego os olhos com a ponta do polegar e indicador

— Você é quem precisa de um favor, irmãozinho, essa é a minha condição, e você fica me devendo uma, o seu trabalho não tem folga? Nossa, como é difícil ser um cidadão de bem! — pude ouvi-lo rir, o idiota estava se divertindo com isso

Não sei se minha maior vontade é esganá-lo ou Camila, que me obrigou a procurar por ele

— Estarei aí no domingo! E terá uma semana para me dar informações

— Não precisarei de tanto! Até mais

E para a surpresa apenas de nossa mãe que nos educou muito bem, ele simplesmente desliga na minha cara.

Encaro o relógio tentando decidir se vale a pena tentar dormir e infelizmente chego à conclusão que não, por isso recorro ao banho frio para despertar, o dia mal havia começado e eu já ansiava pelo final dele.

Vestido com uma calça social azul marinho e a camisa branca básica saio do prédio, dirigindo pelo caminho encontro outdors, e pessoas panfletando para campanhas políticas.
Coisa que eu não me importo muito, como um cidadão italiano não posso votar aqui e as opções que existem nesse país me deixam imensamente feliz por isso. Mas uma foto específica que me chamou atenção, Camila usando uma espécie de graveto no nariz como um piercing no septo e algumas pinturas indígenas no rosto.

Essa fascinação pela deputada não deveria ocorrer, mas basta observar a maneira como as pessoas apoiam sua campanha que eu me sinto melhor em não ser o único encantado pela figura forte e elegante que busca a reeleição.

Talvez meu interesse não se resuma exatamente à uma figura política, mas à mulher que esteve no sofá da minha casa dias atrás, com seus sorrisos sinceros e italiano robotizado, sua inteligência, simplicidade...

Não! Definitivamente não! Camila Araripe está fora de alcance e eu a manterei assim!

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SE ELE TÁ DIZENDO NÉ...
ALIÁS, SÓ EU SENTI UM CLIMA NESSE CAPÍTULO?

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