Capítulo 11

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Pov Bianca

O Filé e a Salada Cesar Estão Deliciosos e o Vinho, suave e saboroso. Assim como a conversa.

Tudo corre bem até agora. Falamos sobre joias, escolas particulares, ligas de softbol e o clima, que está ótimo. Ainda é cedo para saber se vou conseguir me safar dessa sem ser apanhada, mas estou no rumo certo.

Ah, sim: depois que chegamos ao restaurante, todos os Offerman deram os devidos parabéns à minha noiva e a mim, enquanto Duda exibia com orgulho o seu anel e as mulheres derramavam elogios sobre ele. Até mesmo o meu irmão. Aliás, as congratulações que vieram dele foram as mais entusiasmadas de todas; ao menos até ele me puxar para um forte abraço fraterno e sussurrar ao meu ouvido:

—Você não me engana, mas eu não vou entregar você.

Acho que não se pode enganar um mágico. Meu irmão foi treinado para detectar truques e ele identificou minhas artimanhas em poucos segundos.

- Obrigada, eu lhe devo uma.

-Deve mesmo. Principalmente porque eu ainda não perdoei você por aquele incidente com o Papai Noel, quando eu tinha dez anos - ele disse em tom irritado, antes de interromper o abraço e abrir um sorriso para a câmera.

Mas um repórter que estava lá parece não ter ouvido nada, nem demorou muito em nosso espaço privativo. Desconfio que fosse um estagiário, o que reforça a ideia de que isso não passa de matéria paga ou coisa do tipo. O rapaz, muito jovem, leu algumas perguntas ao meu pai e ao Sr. Offermann a respeito da transferência dos negócios de família, depois tirou fotografias do grupo e se foi.

Provavelmente nem perdeu a hora de ir para a cama.

Fácil, fácil. Brincadeira de criança.

Agora estamos terminando nossa refeição neste restaurante especializado em carnes localizado no centro da cidade, um estabelecimento que esbanja classe e prestígio, com suas toalhas de mesa impecavelmente brancas, mesas de madeira maciça, iluminação suave e garçons uniformizados com terno. Eu deslizo minha faca sobre o filé-mignon e antes de levar um pedaço à boca, percebo que algo estranho entra em meu campo de visão.

A filha mais velha do Sr. Offerman, Emily, está sentada na minha frente. Ela brinca com uma mexa de seu longo cabelo negro e olha para mim.

Epa, epa, epa.

Sei muito bem que olhar é esse. É do tipo

que as pessoas lançam quando estão flertando com você em um bar. Um sinal

amarelo se acende dentro da minha cabeça. Espere aí, é impressão minha ou ela acaba de piscar para mim?

Desvio o olhar, mordo um pedaço da carne, mastigo e engulo com dificuldade. Agarro meu copo de vinho e bebo um belo gole do líquido vermelho. Sinto alguma coisa se esfregando na ponta do meu sapato. Alguma coisa muito parecida com o pé de uma garota.

Mil vezes não.

Isso não pode estar acontecendo.

Emily está mesmo me provocando com os pés? Sinto o meu peito se apertar. Eu recolho bruscamente o meu pé.

Meu irmão dá uma sonora gargalhada.

Ele está sentado ao lado de Emily. Minha mãe se volta para Gagui e sorri alegremente.

O que é tão engraçado, filho?

Eu só lembrei de uma piada que me contaram - responde ele, tentando controlar a risada.

- Quer compartilhar conosco? Ou não é apropriada? - minha mãe pergunta, com seu jeito sempre gentil. Ela também quer que tudo corra bem neste jantar por causa do meu pai. Ela não é uma pessoa chata nem conservadora. Se Gagui tem uma piada legal e adequada para contar, minha mãe vai querer ouvi-la. A mulher adora rir.

Para Sempre Minha Melhor Amiga - DuancaOnde histórias criam vida. Descubra agora