Epílogo

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Pov Bianca

Um Mês Depois 

Não há mais ninguém além de nós no Mabreu Spot Beer. A última bebida foi servida há uma hora e agora nós estamos prontas para fechar.  Apanho minhas chaves no escritório e Duda coloca a sua bolsa no ombro. 

— Na sua casa ou na minha? — ela pergunta em tom de piada e depois ela mesma responde. — Não, espera, é na nossa casa. 

O aluguel dela vence no fim do mês e ela veio morar comigo uma semana atrás. Ela monopoliza as cobertas e eu durmo pelada, o que pode vir a ser um problema no inverno; fora isso, a vida ao lado dela é simplesmente perfeita. 

O artigo de Eric não foi publicado, pois a venda da Katharine's não se concretizou, e tudo o que restou foi um falso noivado que se transformou em uma história genuína de amor. Eu sou uma mulher muito feliz, e meu pai também — ele agora está com a minha mãe em alguma parte do Mediterrâneo, enquanto Nina cuida da joalheria. 

Para que este momento se torne ainda mais perfeito, só falta uma garrafa de vinho. 

— Vamos fazer um brinde antes de irmos embora — eu digo, dirigindo-me para trás do bar e pegando uma garrafa que eu já havia separado. 

Duda me lança um olhar curioso do outro lado do balcão. 

— Quer fazer isso em casa? — ela pergunta. 

— Não — respondo, balançando a cabeça. — Aqui. 

Encho uma taça para mim e outra para ela. Então, ergo a minha para brindar. 

— Às recriações! 

Ela me olha com expressão intrigada. 

— Como é? Isso não fez nenhum sentido para mim. 

— Apenas brinde comigo. Confie em mim, logo fará sentido. — Tomo um gole e ponho a minha taça no balcão. 

— Não acha engraçado que todos pensem que somos um casal? 

— Mas nós somos um casal — ela observa, dando um tapinha na taça. 

— Você andou bebendo mais antes de abrir esta garrafa, Bianca? 

Porém, eu estou inspirada e não vou parar agora. 

— Nós precisamos de uma história — eu digo, repetindo o que ela havia comentado na cozinha da casa dela quando nós decidimos fingir o noivado.

— Lembra? — pergunto, estimulando-a.

— Em uma quinta-feira à noite, no Mabreu Spot Beer, bebendo um copo de vinho depois de fecharmos o bar... 

Quando Duda enfim se dá conta do que estou dizendo, ela estala os dedos e seus olhos brilham. 

— Sim... Se não me falha a memória, foi exatamente assim que aconteceu!  —

Então... Não é engraçado que todos pensem que nós somos um casal? — repito, sem deixar de olhar nos lindos olhos verdes dela. 

Ela se recorda de sua fala — sua fala fictícia, fruto da mais pura imaginação, criada para contarmos aos outros como ficamos juntas: 

— Talvez nós devêssemos ser mesmo um casal. 

Eu não digo nada. Duda também fica em silêncio. Nós duas conhecemos o script e sabemos que ele indica um silêncio constrangedor. Quando a pausa já parece ter sido constrangedora o bastante, eu volto a falar, sorrindo levemente: 

— Acontece que teremos mais do que um silêncio constrangedor desta vez. — Eu enfio a mão no bolso. 

— O que vem agora? — ela pergunta ansiosa, com as mãos espalmadas sobre o balcão e os ombros curvados na minha direção. 

— Um truque de mágica. 

— Me mostre! 

Eu saio de trás do balcão do bar, contornando-o. Quando me aproximo de Duda, agito uma mão atrás da orelha esquerda dela, depois tiro a outra mão do bolso e a encosto atrás da orelha direita de Duda. 

— Ei, veja o que eu encontrei aqui — digo, e então abro a mão diante de Duda. 

— Ah, Deus! — ela exclama com emoção na voz. 

Eu me ajoelho e pego a mão dela. 

— Maria Eduarda, escute bem o que vou dizer. Quando nós começamos a brincar de noivas, eu usei duas palavras que nós duas pensamos que jamais fôssemos ouvir novamente. Mesmo assim, agora, elas soam perfeitas se eu pensar em você:

Sra. Kropf Tatto. Soa sexy e maravilhoso, não acha? Isso é porque você é a única mulher que eu já quis que se tornasse a Sra. Tatto. Quer se casar comigo? 

— Bianca, eu adoro as propostas que vêm de você... Então acho que a resposta é sim! — ela diz, e eu vejo uma lágrima escorregar por sua face. Sim, ela disse sim!

Uma simples palavra jamais teve um efeito tão mágico. 

Eu levanto o anel, deixando a pedra refletir a luz que vem do teto. 

— Este é o anel que você escolheu. Aquele que você quis e que é perfeito para você. Este é o anel que eu quero que você use para sempre. 

Duda estende a mão. 

— Coloque no meu dedo — ela diz, entre soluços de felicidade.

— É o único anel que eu quero. Você é a única mulher que eu quero. 

Eu ponho suavemente o anel no dedo dela pela segunda vez e sei que desta vez será por toda a vida.                            

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Seis Meses Depois 

Minha esposa é simplesmente sensacional. Você não precisa acreditar no que eu digo, apenas considere todas as qualidades que ela exibe: Ela é brilhante, é linda, é engraçada e se casou comigo. Ponto final!  Ah, espere um pouco. Há mais uma coisa que preciso dizer. Nós quebramos mesmo todas as regras. Dormimos uma na casa da outra, mentimos, nos apaixonamos... E não durou só uma semana; vai durar a vida inteira. 

Contudo, há duas regras que não quebramos. Lembra-se de que uma das nossas prioridades era continuarmos amigas? Pois bem, nós continuamos amigas. Amigas para o que der e vier. 

Eu sou a sujeita mais sortuda do mundo, porque estou perdidamente apaixonada pela mulher com quem vou para casa todas as noites. Minha esposa. Minha melhor amiga. 

FIM!!!!

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Hoje se encera um ciclo, sei que não é o melhor dia para nós, porém estou aqui para que de alguma forma transforme essa noite um pouco melhor para vocês!!!! Agradeço a todos que chegaram até aqui me apoiando, obrigada por tudo!!!

Para Sempre Minha Melhor Amiga - DuancaOnde histórias criam vida. Descubra agora