Capítulo 7

623 41 0
                                    


Pov Bianca

A Maria Eduarda Está Me Beijando. Nas ruas de São Paulo. Pressionando os lábios dela nos meus. O beijo dela tem um gosto fantástico! Como creme e açúcar e café e doçura. Como todas as coisa boas que existem no mundo. A boca dela tem o gosto que eu imaginava que tivesse.

Não que eu estivesse planejando beijar a minha melhor amiga. Mas veja bem, não há como evitar quando sua mente resolve viajar por aí.

Qualquer um que fosse amigo de uma mulher como Duda, acabaria dando asas à imaginação e fantasiando com ela os beijos mais loucos e as transas mais incríveis.

O fato é que eu não vou poder responder por mim se os lábios dela continuarem massageando os meus nesse beijo palpitante e vagaroso. Porque está ficando difícil pensar em outra coisa a não ser aumentar a intensidade desse toque.

Aumentar muito mais.

Ela deixa escapar um ruído quase inaudível — algo parecido com um suspiro, ou um ofego, ou uma espécie de gemido. Se ela fizer isso de novo, vou precisar empurrá-la contra o muro de tijolos cinzas de seu prédio, prendê-la nos meus braços e lhe mostrar como se beija para valer. Porque ela é sexy demais para ser verdade.

Ela abusa do direito de ser sexy!

Por fim, ela separa seus lábios dos meus.

Duda agora castiga o Fred, exibindo para ele um enorme e pecaminoso sorriso de satisfação. Enquanto ela estava ocupada me engolindo, Fred havia ficado com a boca tão aberta de horror, que pensei que o queixo dele se soltaria da cabeça e cairia no chão.

Excelente!

—Nós ficamos noivas ontem à noite e eu estou mais feliz do que nunca — ela diz, encostando-se em mim e passando um braço em torno da minha cintura. Fred tenta falar, mas só o que consegue é mexer um pouco a boca ainda aberta.

Ah, que momento memorável.

Disfarço e fico olhando o chão. Não estou rindo. Juro que não vou colocar um sorrisão sacana em meu rosto. Sou apenas uma espectadora inocente, que foi atacada pela beldade.

— Fred, eu adoraria que você parasse de me perturbar com balões, ursos de pelúcia e bombons com licor de cereja — ela diz, e eu faço uma careta de desgosto. Duda não suporta bombons com licor de cereja. Como é possível que ele não saiba disso?

— Aliás, eu odeio esses bombons — ela continua, enquanto seus dedos exploram a região da minha cintura. Eles pressionam tanto, que por uma fração de segundo tenho a impressão de que... de que ela está me apalpando!!

Tudo bem.

Não vejo problema nenhum nisso, absolutamente nenhum. Estou à sua disposição, madame.

— Eu não fazia ideia de que vocês duas estavam juntas — Fred diz. Ergo o rosto e olho para ele. Até consigo ver as engrenagens se movendo em sua cabeça. — Sempre estiveram, não é?

— O que foi que você disse? — O semblante de Duda se tornou um misto de indignação e espanto.

Ele agora foi longe demais. Dizer algo assim é muito baixo, até mesmo para ele. Não... pensando bem, nada pode ser baixo demais para o Fred, o Rei dos Babacas. Hora de me meter.

— Não, Fred. Isso é recente. É tudo muito novo — eu digo, olhando-o bem nos olhos. — E para ser honesta, eu tenho uma enorme dívida de gratidão para te pagar. Se não fosse por você e por aqueles testes de qualidade que você fez na bancada da cozinha, eu e a Maria Eduarda nunca teríamos ficado juntas. Você conseguiu a façanha de ferrar um relacionamento maravilhoso que tinha com a mulher mais incrível da face da terra. Então aceite os meus sinceros agradecimentos. Muito, muito obrigada. Agora ela é minha. — Para bater o último prego no caixão dele, eu agarro Duda no melhor estilo, inclino-a para trás e a beijo novamente.

Para Sempre Minha Melhor Amiga - DuancaOnde histórias criam vida. Descubra agora