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Confiro mais uma vez as informações dos exames e finalmente sorrio para Meg.
- Ele está perfeitamente bem. - anunciou passando para as mãos de seu pai o envelope com todos os exames de Mingau.
A menina acaricia o gato em seu colo mais uma vez parecendo incrivelmente feliz. Mingau não precisou passar por cirurgia, mas acabamos encontrando outro probleminha que poucos dias de medicação resolveu com facilidade.
Então agora, duas semanas depois, apenas por precaução repeti todos os exames para me certificar de que ele estava realmente bem.
- Obrigada. - diz Meg agarrando o gato que não parece se importar nem um pouco com o contato.
Adoro o temperamento desses animais, enquanto alguns estão completamente dispostos a estripar qualquer um que os toque, outros já estão completamente inclinados a receber todo e qualquer tipo de carinho. É tão complexo que não sei como ainda existem pessoas que não percebem que animais têm personalidades diferentes e únicas.
- Não precisa agradecer.
Eles saem da clínica assim que terminam de se despedir de Emma, hoje estamos sozinhas, sua filha, Dayse, viajou para visitar uma tia doente. Emma parece um pouco preocupada, embora tente não demonstrar isso de forma alguma.
- Então. - ela diz se levantando da sua mesa. - Quer dar uma volta no vilarejo antes de irmos almoçar?
- Ah, não, na verdade eu vou ficar na clínica hoje, tenho algumas coisas para terminar e vou aproveitar esse tempo.
Aparentemente a polícia encontrou algo importante e estão reunindo mais informações, não sei ao certo o que eles procuram porque não detalharam absolutamente nada, a única coisa que eu sei é que esta manhã Edith enviou um ofício circular solicitando de todos que resgataram ou trataram de um animal vítima de contrabando elaborem relatórios individuais e bem detalhados sobre absolutamente tudo que envolveu o resgate, e agora eu tenho trabalho pelo resto da semana. Não que eu já não tivesse antes, mas ao menos poderia me dar o prazer de fazer algumas pausas. E como eu perco quatro horas todos os dias na viagem de carro de casa até o vilarejo e depois do vilarejo para casa, resta-me apenas a hora do almoço.
- Oh, mas que pena. - Emma diz parecendo realmente desapontada devido ao infortúnio.
Depois de olhar para mim por um instante, ela abre um sorriso um tanto quanto sugestivo. Não entendo o que isso significa até sua fala seguinte:
- Acho que alguém vai ficar triste quando não a ver hoje caminhando pelo vilarejo.
Sinto meu rosto arder em chamas no mesmo segundo e me recuso a acreditar no que eu acabei de ouvir. Quer dizer, lógico que eu sei que Emma viu Lysandre e eu conversando na feira no meu primeiro dia, e obviamente ela viu as maçãs, e ela estava toda animada depois que eu voltei da fazenda dele, mas não teve absolutamente nada demais em todas essas interações.
