🌼Dalia🌼

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A boca dele ainda é como me lembro

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A boca dele ainda é como me lembro.

A sensação de seu nariz tocando meu rosto é tão familiar que é quase como se o tempo não tivesse passado, assim como o polegar resvalando minha bochecha enquanto os outros dedos se estendem abaixo do meu pescoço, raspando a minha nuca.

E eu odeio isso.

Eu deveria empurrá-lo agora, começar a gritar e xingá-lo com todos os palavrões que tenho em meu dicionário. Deveria ir embora e colocar uma pedra em cima desse assunto, dizer a Edith que não posso continuar na clínica veterinária e voltar definitivamente para o centro de tratamento cheio de luzes artificiais e nenhum convite para conhecer fazendas alheias.

Mas ao invés disso eu deixo que ele me beije, eu permito que se aprofunde, correspondo quando sua língua toca os meu lábios, permitindo que seu outro braço me envolve e me puxe colando meu corpo ao seu. Eu suspiro profundamente quando sua mão se aproxima agarrando minha nuca, prendendo seu dedos os fios do meu cabelo.

Se quer tento impedir a mim mesma de segurar o seu rosto, de descer as minhas mãos pelo seu pescoço e ombros.

Eu odeio tanto tudo isso, odeio principalmente a mim mesma, pois por mais que eu quisesse negar a mim mesma, no fundo, bem lá no fundo, bem escondido, eu queria isso. Odeio a mim mesma no fim das contas por me permitir algo que eu sei que não deveria.

Mas em um breve momento de consciência e razão, consigo reunir o que preciso para empurrá-lo o suficiente para que Lysandre pare de me beijar. Ele se afasta, mas ainda permanece perigosamente próximo a mim.

Encaro os primeiros botões abertos de sua camisa porque não sei se quero olhar para o seu rosto agora.

- Lily...

- Porque? - eu o interrompo antes que ele conseguisse continuar falando.

A minha voz soa carregada com toda a frustração e raiva que senti durante esse tempo todo, pela primeira vez elas emergiram e estão completamente visíveis à superfície.

Isso fica claro para ele, Lysandre se afasta mais e finalmente solta meu corpo. Consigo reunir o mínimo necessário para voltar a encará-lo nos olhos. E lá estão eles, verde e ambar, ainda me lembro de ter ficado sem reação quando os vi pela primeira vez. Porque ele tinha que ser tão desconcertante?

A respiração dele falha.

- Desculpe, eu não...

- Você acha que eu sou o que? - pergunto, a raiva levando a melhor sobre mim. - Você acha que pode simplesmente me beijar depois de ter simplesmente desaparecido da minha vida?

Pergunto de uma vez, minha voz soando mais alta a cada palavra e ecoando pela gruta.

Me arrasto até a borda e consigo sair, sentindo meu corpo fervilhar de raiva e sentindo uma vontade inexplicável de chutar a pedra mais próxima. Apesar de tudo, não o faço e sei que essa ao menos foi uma boa decisão.

Sunshine Girl - LysandreOnde histórias criam vida. Descubra agora