🌼 Azalea 🌼

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A Dra

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A Dra. Basher mentiu.

Cheguei a essa conclusão duas semanas depois da queda que fraturou o meu braço direito.

Duas semanas. Metade do tempo em que preciso continuar com o braço imobilizado, o que significa que ainda restam mais duas semanas de tortura.

Talvez eu esteja exagerando devido ao estresse. Ela não mentiu, mas não explicou tudo com muita clareza. A coceira não é insuportável, é incômoda, como ela mesma mencionou. Mas o fato de não poder coçar, isso a torna insuportável.

Ao menos não é constante, então eu tenho várias horas de paz durante o dia, mas quando começa, é como se o tempo simplesmente parasse e eu preciso buscar toda a força de vontade do mundo para não pegar a primeira coisa a minha frente que sirva para enfiar no espaço entre a pele e o gesso no meu braço.

E eu nem ao menos posso me ocupar com outra atividade já que sou destro. Quando tentei cuidar da horta acabei regando meus próprios pés.

Ainda não entendi bem como isso aconteceu.

O que me resta em momentos assim é caminhar pela propriedade, como se isso de alguma forma pudesse aliviar o incômodo em meu braço. Não sei se funciona, mas é a única coisa que consigo fazer, e também me afasta de qualquer coisa que eu possa utilizar como instrumento para serrar o gesso ou simplesmente cortar meu braço fora.

- Você tá legal? – escuto a voz de Castiel e me viro em direção às macieiras.

Não havia o notado ali.

- Estou. – respondo apenas e invejo seus dois braços saudáveis.

- Ainda ta coçando? – ele pergunta, mas imagino que Castiel já saiba a resposta. – Ela disse para voltar se o braço estivesse coçando.

- Ela disse para voltar se a coceira for intensa e constante. – corrijo-o, porque sei que ele me levaria até o hospital no mesmo instante. – Não é nenhum dos dois.

Meu amigo bufa.

- Diga isso a sua cara de merda. – ele se afasta das macieiras e caminha até mim. – Te conheço há anos e essa é a primeira vez que te vejo tão mal humorado por tanto tempo.

- Eu imagino que tenha razões para isso. – respondo balançando de leve o braço imobilizado.

- Tá... – ele resmunga voltando para as macieiras onde deixou os baldes cheios com a colheita delas. – Só avisa se ficar ruim.

- Farei isso se acontecer, não se preocupe.

Tenho a breve sensação de que falar sobre o meu braço aumenta a coceira, então acabo procurando o primeiro assunto que me vem à mente só para que possamos parar de falar sobre isso.

- E como vão as coisas com a sua assessoria de imagem?

Castiel solta um xingamento baixinho antes de responder.

Sunshine Girl - LysandreOnde histórias criam vida. Descubra agora