Não reagir.
Essa era a minha regra, meu lema para sobreviver ao ensino médio e todo o resto.
Não reaja, não lute.
Se curve e aceite.
Era o que eu seguia, até um dia não seguir mais.
Tudo por causa dele.
Haden LeBlanc foi uma maldição jogada em mi...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Cinco anos atrás...
Me agachei do lado da minha cama e coloquei minha cabeça perto do chão de madeira enquanto levantava minha coberta para ter uma visão do que havia debaixo. Além de uma mala cheia de doces e alguns par de sapatos perdidos não tinha nada ali, apenas um aviso que teria que dar uma faxina nesse quarto logo. Me levantei, meu corpo doendo ao sentir falta dos exercícios pré-treino e das férias menos produtivas de toda a minha vida, mas não se dá pra fazer muita coisa sendo prisioneira em sua própria casa. Olhei ao redor no quarto de novo para ter a certeza que não estava perdendo alguma coisa, minha visão não era das melhores. Tudo ainda estava meio bagunçado. Na verdade, a parte de Robbin estava toda bagunçada, com roupas por todos os cantos, maquiagens e suas calcinhas rendadas me fazendo relembrar que minha colega de quarto era tão vaidosa quanto uma modelo.
Ele não estava se esgueirando embaixo da cama, nem na gaveta das minhas meias ou dentro da minha mochila.
Ele não está aqui.
Segui para fora do quarto. Se ele não está lá, deve estar vagando pelos corredores de madeira de Kaye’s House se esfregando nas pernas de alguma garota e as assustando com seu jeito esguio, o que pode me causar problemas se lembrar do que aconteceu no ano passado, quando além de quase o matarem, ele fez cinco garotas morrerem de medo.
Garotas passam por mim, nenhuma delas ao menos olhava para mim, se eu não me afastasse delas ganharia um esbarrão de seus ombros largos e na maioria das vezes atléticos. Eu poderia pergunta-las se elas tinham visto algo, mas seria inútil, nenhuma delas responderia. Acredite, não é a primeira vez que isso acontece, e com certeza não vai ser a última.
Segurei mais firme na coleira ao virar no corredor e começar a descer as escadas longas da casa que é minha moradia na maior parte do ano. Os frascos de conversa que eu escutava ao passar eram a mesma coisa, sobre o verão, e sobre como todos estão animados para o começo do ano. Estar no segundo ano não era tão animador assim, especialmente quando quase todos da escola tem uma rixa com você, por causa de uma rixa que você tem com outra pessoa que você nem ao menos conhece direito.
Dei cinco voltas ao todo pelo enorme dormitório de dois andares com vinte quartos, um vestiário enorme e a sala comum. O sinal logo tocaria para o café da manhã e eu não o encontrei em canto nenhum.
Ele não esta aqui.
Bufei jogando alguns cachos para trás, sabendo que se ele não está aqui, com certeza está nas mãos daquele otário.
Voltei para o meu quarto, me sentindo derrotada, e já pensando de quantas formas serei humilhada para conseguir o que é meu de volta.
