Não reagir.
Essa era a minha regra, meu lema para sobreviver ao ensino médio e todo o resto.
Não reaja, não lute.
Se curve e aceite.
Era o que eu seguia, até um dia não seguir mais.
Tudo por causa dele.
Haden LeBlanc foi uma maldição jogada em mi...
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Cinco anos atrás...
Eu não sabia qual era o significado de vida feliz, próspera e calma até esse último mês.
Talvez fosse porque as férias de inverno já estavam chegando e eu finalmente iria pessoalmente à Grécia ver o que estava acontecendo com a minha mãe. Talvez fosse porque eu e Jean estávamos namorando – o que foi a coisa mais esquisitamente alegre e surpreendente que já aconteceu em toda a minha vida. Ou talvez fosse porque todos da escola me deixaram em paz e Haden LeBlanc nunca mais apareceu na minha frente depois do episódio no Inferno. Ele não estava mais indo nas aulas que compartilhávamos – até Kian e Carter estavam faltando mais do que indo – e eu não o via nos corredores ou no refeitório. A única coisa que me deixava saber que ele ainda estava nessa escola era que Vani ainda falava sobre as reuniões dos Senhores e sempre citava Haden, pelo visto ele ainda estava na escola, apenas parecia me ignorar.
Nunca agradeci tanto por isso.
Finalmente tinha me livrado dele. Finalmente minha vida estava dando certo e indo para frente.
E por algum motivo eu ainda estava com algo trancado em meu peito o esmagando cada vez mais a cada dia. Talvez fosse por minha mãe ainda estar relativamente desaparecida, pois após pensar melhor, se algo tivesse acontecido de mal para ela as autoridades da Grécia já teriam nos informado, todos sabiam que ela tinha uma filha que morava com o pai em outro continente.
Era isso o que eu continuava repetindo na minha cabeça até eu realmente acreditar nisso.
Mas estava sendo difícil.
Nesse último mês eu tentei me concentrar nas coisas boas, e também na organização da festa de dezesseis anos da Robbin. Ainda falta uma semana para seu aniversário, mas como ela faz no Natal, e ela vai passar com seus avós na Espanha e eu vou para Grécia resolver toda essa minha dor no peito, eu e Jean tivemos a ideia de uma festa surpresa antes de todos entrarmos de férias de inverno oficialmente.
Quero dizer, metade da escola já tinha ido embora para casa, para viajar e curtir mais ainda as férias, já que os professores não estavam mais passando nada de importante, e as pessoas que restaram era as que não podiam ir para casa ainda, ou não queria. O que era o meu caso.
Não voltei para casa nenhum dia desde aquela última vez. Richard tinha ido a uma viagem para a Ásia por algum tempo e minha presença não foi solicitada naquela casa desde então, o que foi um alívio. As gêmeas ainda eram vadias más comigo, mas não ousavam fazer nada na frente de Vani, Robbin ou Jean, o que significava que elas não tinham muitas oportunidades para serem maldosas, pois sempre estava com eles. Especialmente Jean, que virou um ombro amigo também um novo apoiador da causa “Foda-se gêmeas e madrastas”. Eu não dei detalhes a ele sobre tudo – nem Robbin sabia de certas coisas –, mas ele sabia que o clima naquela casa não era bom para mim e me entendia. Era bom conversar com alguém além de Robbin.
