Capítulo 3

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Boa tarde lindezas! Vamos para mais um kypitulo!? 

Capítulo 3

(Julia)

— Se você tentar qualquer coisa. — Puxo minha camiseta mais para baixo. — Selvagem imundo. — Cuspi as palavras cheias de ódio.

O gigante loiro se ergueu divertindo-se com minha humilhação e raiva. Ajustou a corda que me mantinha presa e foi encurtando-a aos poucos enrolando em sua mão. Me retesei tentando não me mover , porém ele era infinitamente maior e mais forte e contra minha vontade minhas pernas foram dando mais passos na direção dele.

— Hora de ir— Rosnou e me deu um último puxão, dessa vez com mais violência até meu corpo se chocar com o dele. Tremi diante dele.

— Nunca mais me bata.

— Então não me teste— Ameaçou-me sem precisar elevar o tom para me amedrontar.

O percurso seja lá para onde estávamos indo parecia eterno. Eu estava montada no mesmo cavalo que Ragnar, sentada de lado sentindo que iria cair a qualquer momento com o sacolejo do trote do animal. Eu me agarrava como podia no material duro da cela. Totalmente desconcertada com a proximidade entre nós dois.

Senti minha barriga roncar, estávamos cavalgando a horas por uma floresta nevada, a luz fraca do sol mal passava pelas copas das árvores. Sentia frio, talvez já tivesse congelado se meu corpo não estivesse tão colado ao de Ragnar. O semblante severo e analisava o terreno estranho, os outros de seu bando vinham logo atrás.

Tentava me distrair olhando para a paisagem, pensando em que lugar do mundo ou em que tempo eu poderia estar. Talvez eu tivesse morrido sozinha em meu apartamento, solitária e deprimida, agora tinha chegado ao inferno onde Ragnar era meu demônio particular.

Sem pedir permissão Ragnar passou o braço por minha cintura e me manteve bem agarrada ao seu corpo. As peles que o cobriam me deram algum calor. Não protestei. Quis saber se em algum momento pararíamos para comer. Já estava começando a ficar um pouco tonta, a fome, a noite sem dormir, o trote constante do cavalo. O cansaço foi fazendo minha cabeça pender no peitoral dele. As árvores ao nosso redor foram dificultando a passagem do cavalo.

O som de algo cortando o vento culminou num relincho de dor. O cavalo ergue as patas dianteiras empinando-as no ar. Algo havia o acertado. Ragnar saltou do cavalo comigo, caímos juntos no chão. As folhas secas e neve afofaram nossa queda.

— AGORA! — Vozes masculinas gritaram.

Estávamos sendo atacados, por todos os lados. os comparsas de Ragnar brandiam seus machados violentamente contra o grupo de homens que até então se escondiam por entre as árvores.

O cavalo agonizava no chão. Ragnar soltou minhas cordas passando a lâmina afiada .

— Corre! — Ordenou assim que me libertou.

Acontecia tudo tão rápido quanto ataques de cães raivosos. Não sabia qual dos grupos estavam em maior grupo, também não ficaria para descobrir. Quando estava me levantando um homem de olhos alucinados correu na direção em que eu fugia. Ele estava tão próximo que podia sentir o cheiro de sangue e sujeira vindo dele. Um gemido misturado ao borbulho de quem se afoga veio dele.

Ragnar atingiu as costas do homem que me perseguia. A lâmina do machado se enterrando contra carne e ossos. Não parei de correr. Se a pouco meu corpo parecia que estava prestes a desligar pela fome e cansaço, agora eu sentia a adrenalina correndo forte em mim. Dando-me forças para correr ao máximo daquele ataque.

Em minha fuga reflexos do homem morrendo pelo machado de Ragnar vinham a minha mente o tempo todo, lembretes vividos do perigo eminente. Tudo ficou para trás. As lutas no bosque, as mortes. O cheiro do sangue. Minha respiração foi se acalmando, o ar gelado queimando quando entrava no peito.

Escorpião - Degustação História Ficou Completa Até 16/02/2023Onde histórias criam vida. Descubra agora