Capítulo 5

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     Era sábado, final da tarde. Ana e Joseph não tinham conseguido se falar depois da ligação em vídeo e nem durante os dias restantes da semana. Os dois estavam bem atarefados, então somente trocaram algumas mensagens cheias de carinho. Joseph confirmou o encontro que aconteceria naquele sábado (naquela noite). Ana sentia seu estômago revirar, não tinha conseguido comer nada além do café da manhã.

     – Você precisa comer pelo menos uma fruta, Ana. – Mariana dizia enquanto descascava uma tangerina.

     – Eu não consigo, Mari. – Ana disse se virando para amiga. – Como estou?

     Ana usava um vestido preto de alça com estampa floral, nada muito exagerado, apenas algumas pequenas flores amarelas. Ele ia até o meio de suas coxas, nada muito curto, marcava levemente sua cintura e possuía um pequeno decote coração. Era um vestido leve, mas não tão fresco, afinal aquela noite em Londres estava fria como sempre. Ana levou sua mão em direção a cicatriz que aparecia devido ao decote. Ela ficava bem no meio de seu tórax, não era nada horrendo, era sútil, mas estava ali. Ele nunca me perguntou a respeito disso, pensou, mas logo balançou a cabeça acordando de seus pensamentos.

     Ela resolveu usar uma maquiagem mais natural, apenas o básico, nada muito exagerado. Os cabelos estavam soltos, com mechas atrás das orelhas, o que realçava o par de pequenas e delicadas argolas de ouro. Optou por não usar pulseiras, mas um lindo solitário repousava em seu anelar direito. No pescoço repousava um colar de ouro também delicado e discreto, com um pequeno pingente de borboleta. Era seu colar preferido, tinha sido o último presente de natal que sua mãe tinha dado. Ele já pertencera a ela antes, tinha sido um presente de seus pais - os avós de Ana - para ela quando se formou na faculdade, e naquele dia, ela estava passando adiante.

     Nos pés optou por um par de delicadas sandálias nude, com um pequeno salto. Para completar o look, escolheu uma bolsa preta, minimalista, no modelo hobo.

     – Acho que está maravilhosa. – Mari sorria e segurava a mão de Ana fazendo ela girar.

     – Eu estou muito nervosa isso sim. – Ana suspirava tentando se acalmar. – Vamos nos encontrar em sua casa. – Ana ajeitou o cordão que estava em seu pescoço. – Ele disse que teremos a noite toda pra gente, já que amanhã ele não terá nada.

     Ana espiou Mariana pelo espelho. Ela tinha uma expressão engraçada na cara fazendo Ana rir.

     – Calma lá mente poluída. – Ana dizia dando um tapa na amiga. – Não é nada disso.

     – Eu... eu não falei nada. – Mari respondia rindo.

     – Mas pensou que eu sei! – disse fazendo Mariana gargalhar enquanto descia para a cozinha.

     – Não posso fazer nada se é você que tem uma mente suja. – Ela gritou da cozinha.

     – Eu não tenho uma mente suja... – Ana sussurrou e saiu de seu quarto.

     Joseph tinha dito que mandaria um carro busca-la as 18h. Ana olhou a hora no celular, 18h em ponto, pegou seu sobretudo preto de lã, deu um beijo na bochecha de Mariana e se despediu. Estava saindo de casa quando viu uma Range Rover cinza chumbo, estacionar em frente a seu portão.

     – Boa noite senhorita Alves. – O motorista disse ao abrir a porta de trás para Ana entrar.

     – Boa noite... – Ana parou e encarou o homem, que deveria ter uns 40 anos. – Como é seu nome? – Perguntou. O homem estava um pouco surpreso com aquela gentileza, ela tinha sido a primeira moça que Joseph tinha se envolvido que perguntava seu nome.

De Seu Joseph Com Amor | Joseph QuinnOnde histórias criam vida. Descubra agora