Capítulo 8

192 12 25
                                    

     Ana não se aguentava de ansiedade. Eram onze horas da manhã e olhava para o armário tentando decidir o que usaria para a Comic Con. Joseph tinha mandado uma mensagem dizendo que Archie a buscaria às uma da tarde devido ao trânsito e que ele estaria esperando por ela às duas. O painel começava apenas às 16h, mas ele estaria no local do evento desde às nove da manhã, tirando fotos e distribuindo autógrafos. Então eles teriam tempo de sobra para conversarem um pouco antes de tudo começar e ele ter que deixa-la no lugar que tinha preparado para ela, já que se encontrariam no horário de seu intervalo.

     Ela se perguntava como ele tinha conseguido convencer a sua equipe daquela loucura toda. Não podia negar que ir a esse evento era perigoso, ainda mais depois das fotos e da matéria que o CWC postou. Os dois não faziam ideia de quem poderia ter tirado aquelas fotos, mas toda a equipe dele trabalhou para que enfim, o blog retirasse a matéria do ar. Mas uma vez na internet, já era.

     Ana estava mais calma agora, mas no dia que aquela matéria saiu, todos seus sentimentos viraram um caos. Estava sentada no chão de seu quarto, de frente para seu armário, algumas roupas jogadas em suas pernas, quando sua mente a levou para longe, para aquela segunda-feira que tinha começado normal e virado um furacão no final do dia.

     Ana estava voltando de mais um plantão no hospital veterinário. Estava trabalhando desde as 7h da manhã e já eram 19h da noite, tudo o que queria agora era um bom banho e sua cama. Ela e Joseph tinham trocado algumas mensagens aquela manhã, mas devido ao dia corrido dos dois, não conseguiram se falar muito. O que lhe alegrava, era que sexta ela iria o ver novamente, afinal, ela tinha aceito o convite de o acompanhar naquela Comic Con.

     Mariana estava sentada no sofá da sala, com o computador nas pernas e o celular no ouvido. Assim que Ana colocou os pés para dentro de casa, sua amiga desligou o celular, colocou rápido o notebook na mesinha de centro e correu até ela.

     – Pelo amor de Deus, Ana! – disse a puxando pela mão e lhe dando um abraço. – Faz uns vinte minutos que estou desesperada te ligando. Onde estava? Você está bem?

     – Oi para você também. – Ana disse parada, sem reação. – Celular estava no silencioso e eu estava dirigindo.

     Mariana se afasta e olha para a amiga que levanta as chaves do carro como prova. Mari estreita os olhos em desconfiança.

     – Você está tão calma...

     – Eu tenho algum motivo para não está?  – Ana perguntou.

     Ela foi até a mesinha que ficava próximo a porta e colocou suas chaves no porta trecos que as duas costumavam colocar a chave de casa, carro e afins. Retirou seu casaco azul escuro, o colocou no cabideiro e tirou os sapatos.

     – Você não viu...  – Mari sussurrou.

     – O que exatamente eu não vi?

     – Faz sentido, saiu tem quase meia hora.  – disse puxando Ana para se sentar no sofá.

     – Mari... - sussurrou se sentindo um pouco preocupada, não sabia o que esperar.

     Sentaram-se no sofá. Mari pegou o notebook e entregou para a amiga com toda a calma possível.

     – Olha, eu quero que saiba que se você precisar conversar sobre eu estou aqui, sempre estarei, mas...  – respirou fundo.  – Não olha os comentários, por favor.

     Ela não respondeu, apenas olhou para a tela do computador. Seu coração parecia que estava parando, lentamente, conforme Ana lia cada palavra daquela matéria. Não sabia direito o que pensar, não sabia como agir, não sabia o que fazer.

De Seu Joseph Com Amor | Joseph QuinnOnde histórias criam vida. Descubra agora