De Seu Joseph Com Amor | Joseph Quinn

Capítulo 12

     Joseph já tinha saído fazia uns dez minutos. Antes disso, Ana tentou não pensar a respeito do sentimento que crescia em seu peito. Ela almoçou e ficou na sala, assistindo um pouco de TV, enquanto ele terminava de se arrumar. Quando finalmente se viu sozinha, se permitiu surtar um pouco.

     Nesse exato momento, nossa protagonista encontra-se no quarto do ator, deitada na cama com um travesseiro na cara. Ela jura que tal ato vai fazer toda a confusão que está em sua cabeça sumir como em um passe de mágicas. Por mais que a narradora quisesse, não estamos em uma história da Disney. Vamos lá garota, coloca um cropped e reage.

     Ana finalmente tira o travesseiro do rosto, olha para o teto por alguns segundos e se senta na cama logo em seguida. Olha para os próprios pés e balança a cabeça. Se põe em pé e começa a andar pelo quarto, de um lado para o outro. Bom, pelo menos era um começo, agora só falta o cropped.

     – Esse era meu medo. – disse para si mesma. Parou em frente ao espelho do quarto e se olhou no reflexo. – Amar Joseph.

     Suspirou e voltou a andar pelo quarto. Sua mente cheia de perguntas e o peito carregando uma angustia tão pesada que a deixava cansada. Será que ele sentia o mesmo por ela? Será que ele a amava ou ele apenas nutria uma paixão passageira? O que eles tinham feito hoje, proporcionar prazer um ao outro daquela forma, será que aquilo foi uma maneira de eles falarem um ao outro que se amavam? Ela estava sendo uma tola por ama-lo?

     – Eu não quero me machucar. Não quero acabar com o coração partido. – Colocou as mãos na cabeça. – É isso que o amor faz. Se as pessoas soubessem o que amar alguém realmente significa. Os riscos que corremos quando amamos. – Sentou-se novamente na cama, jogando os braços ao lado de seu corpo.

     O amor é romantizado e idealizado. Mas a verdade é que ele pode te ferir de formas inimagináveis. O amor te deixa vulnerável ao mesmo tempo que tem o poder de te deixar nas nuvens. Ele é brando e suave na mesma intensidade que pode ser eufórico e um caos. É exatamente por ser o sentimento mais humano existente na terra, que buscamos senti-lo a todo custo e muitas vezes nos perdemos em falsos amores.

     Lógico que Ana já tinha experimentado desse sentimento. Afinal, ela ama a todos que são importantes em sua vida, cada um de uma maneira diferente. Mas também já passou por alguns falsos amores. Simon, seu ex namorado, era o que a tinha machucado mais. Ela demorou a catar os cacos de seu coração e deu um trabalhão juntar tudo novamente. Mesmo sabendo que Joseph era o total oposto de Simon, seu cérebro mandava sinais de alerta desde que caíra na real sobre o que sentia por ele.

     Nenhum dos dois tinham dito em voz alto que se amavam. Ainda era cedo para isso, sabia, mas será que ele um dia diria?

     Ana levou a mão a altura do peito. Ainda vestia a blusa de Joseph, os dois primeiros botões abertos, dando para ver um pouco da cicatriz. Passou os dedos por cima dela, subindo até encontrar o cordão que tinha colocado quando saiu do banho. Seus dedos brincaram com o pingente de borboleta.

     – Mãe... – fechou os olhos contento as lágrimas. – Você não imagina como eu preciso do seu colo agora. Minha mente está uma bagunça. Estou com tanto medo. – Jogou a cabeça para trás e seus olhos fitaram o teto. – Eu o amo... realmente o amo! E estou com tanto medo por isso. É tão real agora. Meu corpo todo sabe que agora é real e isso me deixa ainda mais apavorada, assustada... meu Deus. Eu só precisava de você agora comigo, mãe. – Lágrimas agora escorriam por todo seu rosto. – Tudo que eu preciso é de você, de conforto, de colo de mãe e dos seus concelhos.

     Ana voltou seus olhos para a estante de livros que Joe tinha no quarto. Seus olhos passearam por cada título, até pararem em um. Franziu as sobrancelhas, enxugou as lágrimas e foi de encontro ao livro que lhe chamara atenção. Ana o pegou e o virou para si, passando a mão devagar pela capa.