Capítulo 16

204 12 70
                                    

O plantão noturno tinha sido agitado como não ficava a semanas. Ana tinha se concentrado totalmente em seu trabalho, aceitando mais plantões noturnos para sua grade, por isso vivia se arrastando pelos cantos da casa de tão cansada.

Havia se passado duas semanas desde que viu Joseph pela última vez. Aqueles dias tinham sido difíceis, mas Ana estava disposta a tentar entender o que sentia por Quinn, se ela era capaz de enfrentar os desafios que pudessem surgir por ele e se seria capaz de enfrentar o que fosse para ficar ao seu lado.

Junto com a necessidade de se reconectar, Ana mergulhou no trabalho passando mais tempo na clínica do que em casa. Tentou sair algumas vezes, mas acabou por dobrar os dias de trabalho. Era mais fácil para ela estar na clínica do que saindo pela cidade. No trabalho se sentia ela mesma, se sentia segura e útil de certa forma. Quase não via Mari, seus horários não estavam batendo e só via Bruno na troca de plantão. Então, sua vida agora estava resumida a trabalho. O lado bom é que Ana tinha algumas fogas dentro, e quando não aguentasse mais aquele ritmo daquela rotina, poderia tirar alguns dias de folga.

Depois de voltar de um plantão tempestuoso como o da noite anterior, Ana só desejava sua cama. Ao chegar em casa, a médica veterinária tomou um banho quente que intensificou ainda mais o seu sono e se jogou na cama usando seu roupão azul. Ignorou a lembrança de Joseph que surgiu assim que observou a cor azulada de um tom claro na roupa atoalhada.

Ana não sabia há quanto tempo dormia, mas o ranger alto do seu celular vibrando em cima da mesinha de cabeceira parecia estar conectado a altos falantes enormes. Era tão alto que Ana poderia jurar que aquele celular estava em cima de seus ouvidos.

Resmungou e amaldiçoou quem quer que estivesse ligando àquela hora. Não importava qual era o horário, ainda era madrugada para Ana e ela merecia dormir depois de um trabalho árduo.

Por fim, conseguiu encontrar o celular e clicou na tela atendendo a ligação sem ver quem era.

- O que foi? - vociferou irritada.

- Calma, lindinha. - a voz de Mariana soou divertida. - Te acordei?

Ana bufou e ajeitou os cabelos que estavam em seu rosto fazendo cocegas em seu nariz. Espirrou antes de responder.

- Sim. - Fungou e coçou o nariz.

- Está doente? - Mariana perguntou. Ana pôde ouvir a amiga mexer em alguma coisa no outro lado da linha. - Eu disse a você que trabalhar demais não ajudaria em nada, Ana.

Mariana sempre tinha dessas de chamar a atenção da amiga em momentos inapropriados. Ana suspirou ainda irritada e se sentou na cama tendo dificuldades de abrir os olhos. Sentiu a garganta arranhar. "Um resfriado... era só o que me faltava", reclamou em pensamento.

- Eu amo você, mas poderia me dizer o que te levou a interromper o meu precioso sono? Espero que seja um ótimo motivo.

Ana pôde ouvir os lábios da amiga abrir em um sorriso, soltando uma lufada de ar eufórica.

- Não é só um ótimo motivo, é O MOTIVO! - ela enfatizou as últimas palavras.

- Tá... desembucha Mariana.

Ana sentiu o sono pesar cada vez mais seus olhos, se deitou na cama dizendo a si mesma que era só pra afastar o desconforto na coluna, mas logo sentiu o sono a envolvendo de forma lenta e prazerosa. Mas todo aquele jogo gostoso do inconsciente de sua mente se foi para longe no momento em que ouviu Mariana dizer o nome de Joseph, combinado com uma frase do tipo, "Joseph nu no instagram".

- O que? - Ana se levantou rápido na cama assustada. - Joseph nu? Nu no Instagram? Como assim?

- Ana? O que? - Mariana respondeu confusa, rindo em seguida. - Como você chegou a essa sentença menina?

De Seu Joseph Com Amor | Joseph QuinnOnde histórias criam vida. Descubra agora