CHARLES
- Charlotte, dá pra você atender a droga do celular?
Já era a vigésima mensagem que eu deixava no seu correio de voz desde que ela saiu da festa depois de ter um ataque de ciúmes.
Odiava quando ela fazia isso, e odiava ainda mais não saber onde ela estava e se ela estava bem.
Por fim acabei mandando mensagem para Valentina, sabendo que provavelmente ela estaria acompanhando a irmã.
Sua resposta foi quase imediata dizendo que elas haviam voltado para o hotel me deixando aliviado.
A minha noite já havia acabado por hoje, então eu também decidi voltar para o hotel. O dia foi cansativo e tudo o que eu queria era minha cama e uma boa noite de sono.
Comecei a caminhar pela varanda de volta ao interior da boate quando senti um corpo vindo de encontro ao meu. Baixei meu olhar e encontrei os cabelos ruivos de Merlia bagunçado pelo vento.
- Temos que parar de nos encontrar assim, Lawrence. - a provoquei mas me arrenpedi no minuto em que ouvi ela fungar.
Droga, ela está chorando.
- Merlia, o quê aconteceu? - perguntei.
Levei minha mão até o seu queixo e o levantei, obrigando ela a me encarar. Seu rosto estava molhado de lágrimas e seus olhos vermelhos por conta do choro.
- Preciso sair daqui. - foi tudo o que ela disse e apoiou a cabeça no meu peito.
Eu fiquei imóvel.
Não sabia o que fazer.Em outro momento, eu seria a última opção que Merlia buscaria por ajuda, mas aqui e agora, eu era o único que podia ajudá-la.
- Vêm. Vou te levar para o hotel. - abracei seus ombros e a guiei pelo mar de gente dentro da boate, até chegarmos no estacionamento.
Destranquei o carro e abri a porta para que ela entrasse. Em seguida, dei a volta e entrei no banco do passageiro.
- Pega, coloca isso. - a entreguei um moletom que eu deixava dentro do carro por precaução.
- Pra quê?
- Você não vai querer que os fãs e repórteres vejam que você estava chorando, ou quer?
Merlia não respondeu, apenas pegou a peça e vestiu. Assim que seu rosto estava coberto pelo capuz, eu liguei o carro e saí da garagem.
Senti os flashes cegando meus olhos por um momento enquanto eu tentava não atropelar ninguém.
Não demorou para que os seguranças se aproximassem do carro e afastassem as pessoas ao redor.
Acenei para aquelas que gritavam meu nome e então tive liberdade para acelerar o carro, nos levando para longe dali.
- A barra tá limpa. - avisei para a ruiva, que logo retirou o capuz.
Notei que ela havia parado de chorar mas ainda sim mantinha a expressão triste.
Queria perguntar o que tinha acontecido, mas tinha receio então preferi esperar que ela dissesse alguma coisa.
- Para o carro. - sua voz saiu baixa, quase inaudível, mas eu conseguia entendê-la.
- O quê?
- Para a droga do carro, Leclerc! - disse irritada.
- E a velha Merlia voltou. - murmurei encostando o carro no meio-fio.
Eu mal tive tempo de desligar o carro quando ela abriu a porta e desceu do mesmo.
- Onde você tá indo? - perguntei mais não obtive resposta. - Merlia!
Sai de dentro do carro e fui atrás dela. Segurei seu braço a forçando parar de andar.
- O que você tá fazendo?
- O que eu tô fazendo? O que você tá fazendo? Não pode ficar andando sozinha no meio do nada.
- Eu não preciso de babá, Charles. Pode voltar pra sua namorada, pra sua vida perfeita, e me deixa em paz.
- A minha vida não é perfeita e você sabe, Merlia, mas é claro que você só se preocupa com você mesma e com os seus caprichos. - disse começando a ficar irritado.
- Você não sabe do que tá falando!
- Você também não! - falei mais alto do que deveria e tive que respirar fundo para me acalmar. - Olha, volta pro carro e eu te levo pro hotel. Depois fingimos que nada disso aconteceu e nós voltamos a nos odiar, como sempre.
Seus olhos pareciam ler toda a minha alma enquanto ela pensava naquela possibilidade. Sua expressão era de cansaço então supus que ela deixaria sua teimosia de lado e me escutaria.
Por fim, ela suspirou e disse.
- Tudo bem.
- Ótimo.
- Ótimo. - ela falou puxando seu braço do meu aperto e entrou dentro do veículo.
🏎
Deixei a chave do carro em cima da mesa do lado da cama e joguei meu corpo sobre a mesma, sentindo ele relaxar. Precisava descansar, mas antes que eu pudesse fechar os olhos, uma voz invadiu meus ouvidos.
- Você demorou. - era Charlotte.
Levantei meu rosto e a encontrei me encarando, encostada no batente da porta do banheiro. Seus braços estão cruzados e sua expressão séria.
- Tive que resolver um problema. - apoiei meus cotovelos na cama, erguendo meu corpo. - Nada importante.
- E tava sozinho?
Eu bufei.
- Você quer saber se eu estou te traindo, certo? É isso que você quer saber.
- Não me culpe por achar isso. Você chega tarde, não me diz onde está ou com quem está.... a gente nem conversa mais.
- Estamos conversando agora.
- Você me entendeu. Meu Deus, Charles, se você não está feliz comigo então...
- O quê? Não. - me levantei rapidamente e fui até ela, segurando seu rosto entre minhas mãos. - Eu só estou cansado e um pouco estressado. Não tem nada haver com você.
- Certeza?
- Tenho. - concordei e um pequeno sorriso surgiu em seus lábios.
- Não sei o que faria se te perdesse. - disse ao abraçar meu corpo.
E mais uma vez, eu falhei.
Fui fraco demais e me sentia péssimo por isso.Monegato no pódio hoje, bebês!!!
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BAD HABITS || Charles Leclerc
RomanceMerlia Lawrence e Charles Leclerc eram o oposto um do outros e talvez por isso tivessem uma péssima relação. Eles não se suportavam e a rivalidade entre os dois era muito conhecida dentro e fora do paddock. Eles achavam que nunca teriam nada em comu...