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MERLIA

Todos os olhos estavam em nós dois. Charles segurava minha mão com firmeza enquanto seguíamos até a sua Ferrari. Flashes vinham de todos os cantos e quase me cegavam.

- Obrigada. - agradeci Andrea quando ele abriu a porta do carro para mim.

- Vejo vocês no hotel. - o homem se despediu de nós dois e saiu em direção a um carro mais atrás.

- Tudo bem? - Charles perguntou colocando o cinto de segurança.

- Sim, tudo bem. - murmurei fazendo o mesmo.

- Certeza? Espero que não esteja assim pelo beijo. - ele me olhou confuso apreensão.

Eu realmente fiquei bem surpresa com a sua atitude de beijar na frente de todos, mas nunca ficaria com raiva dele por conta disso.

- Claro que não, Charlie. - segurei sua mão no intuito de relaxá-lo. - Só tô com um pouco de dor de cabeça, o dia foi agitado. Preciso descansar.

- Está doente? Quer que ir ao médico? - perguntou de pressa e preocupado.

- Não, não quero ir ao médico. Eu estou bem, okay? Só me leva pro hotel.

Tentei soltar minha mão para que ele pudesse dirigir, mas ele não deixou. Ao invés disso, Charles beijou minha mão e a segurou com firmeza antes de dar partida no carro. Eu sorri com a sua atitude 

Liguei o rádio e deixei "The hills" preencher o ambiente. Charles e eu tínhamos uma admiração em comum pelo The Weekend e logo nós dois estávamos cantado a música a todos pulmões.

De repente comecei a sentir um enjoo forte me atingir. Minha cabeça pesou e eu sentia que ia acabar colocando tudo pra fora a qualquer momento.

- Ei, você tá bem? - Charles quis saber. Deve ter percebido que eu fiquei quieta. - Você parece pálida.

Não, eu não estou.

- É a droga do cansaço. - garanti mas ele não pareceu acreditar na minha desculpa, mesmo assim não fez mais perguntas, e o resto do caminho foi em completo silêncio.

🏎


Antonella e Luna haviam planejado uma noite das garotas, mas eu sabia que o real motivo disso era arrancar informações sobre mim e Charles. Eu conhecia bem as duas peças.

Nós compramos inúmeras besteiras, pedimos serviço de quarto e naquele momento discutíamos para tentar achar um filme pra assistir.

- Romântico. - Antonella sugeriu.

- Não, comédia. - Luna retrucou.

- Ação. - falei pegando o controle em cima da mesa.

- Não vamos assistir Velozes e Furiosos de novo. - as duas disseram juntas e a italiana pegou o aparelho da minha mão.

- Nós vamos mesmo assistir ao filme? Vocês estão loucas pra me interrogar então comecem logo.

- Já que insiste. - Luna pulou ao meu lado na cama e apoiou o rosto nas mãos. - Nós queremos sabe de tudo. Cada pequeno detalhe. Não esconda nada.

- Quer mesmo saber de todos os detalhes? - sorri travessa. - Tipo, como as mãos deles são....

- Não! - Antonella exclamou. - Pula essa parte. Estamos falando sobre como vocês saíram de rivais para amantes.

Me deitei entre as duas e comecei a contá-las sobre tudo. Desde a vez que ficamos presos no elevador até o dia em que ele me pediu em namoro. Elas me escutavam atentamente e faziam piadinhas sem graças às vezes.

- Vocês sempre foram apaixonados um pelo outro. - concluiu a Sainz mais nova. - Eu sabia!

- Todo mundo sabia, só eles que não viam.

Nós acabamos rindo mas eu parei no momento em que senti aquele enjoo de hoje mais cedo voltar.

- Merda. - me levantei rapidamente e corri até o banheiro.

- Lia? Você tá bem? - elas vieram atrás de mim.

Me ajoelhei na frente da privada e coloquei todo o meu almoço para fora. Elas me ajudaram segurando meu cabelo e massageando minhas costas.

Quando acabei, fechei a tampa e me sentei em cima da mesma, tentando me recompor. Levantei meu olhar e encontrei as duas me olhando de forma estranha.

- Você tá doente? - Anto me encarou preocupada.

- Não estou doente. Acho que comi alguma coisa que me fez mal, só isso. - dei de ombros. Não estava realmente preocupada.

Já tive problemas como esse antes e sempre era pelo mesmo motivo; estresse. Por quê dessa vez seria diferente?

- Lia, você já pensou que talvez você... sei lá, possa esta grávida? - Luna disse sem jeito.

Eu a olhei por longos segundos, até começar a rir.

- Grávida? Eu? Por favor, Luna. É claro que não. É impossível.

- Tem certeza? Talvez vocês tenham esquecido de usar proteção alguma vez.

- Não, isso...

Puta merda.

- Eu não estou grávida. - me levantei e comecei a andar um lado pro outro. - Não posso está. Isso atrapalharia minha carreira. Logo agora que eu assinei o contrato com a Mercedes. Eles não vão me deixar correr se eu estiver gerando um filho.

- Merlia, você tem que se acalmar, okay? - Anto pediu segurando meus ombros e me fazendo sentar de novo. - Luna você pode ir até a farmácia comprar um teste?

- Claro. - a morena assentiu. - Eu já volto. - e então ela saiu.

- Isso não pode está acontecendo. - apoiei minha cabeça em sua barriga. A italiana, por sua vez, acariciou meu cabelo.

- Não vamos entrar em pânico. Podemos está erradas, mas é melhor tirar a prova logo.

Eu queria gritar.
Como pude ser tão descuidada?

Ser mãe nunca passou pela minha cabeça, quer dizer, eu adoro crianças mas não me vejo nessa posição agora. Eu quero ser pilota, ganhar campeonatos e fazer história.

Um bebê agora é a última coisa que eu quero.

- Antonella, quero que me prometa uma coisa. - disse após longos minutos em silêncio.

- O quê?

- Eu vou fazer esse teste mas se der negativo, nós nunca mais falaremos sobre isso. Ninguém vai poder saber. Principalmente, o Charles.

- Lia...

- Não me olha assim. - mandei. - Você sabe que ele sempre quis ser pai, não vou dá a ele falsas esperanças. Só me prometa.

Ela não disse nada.

- Me prometa, Albertini!

- Tudo bem, eu prometo. - bufou.

- Ótimo.

Seria melhor assim.

Merlia estaria gerando um mini Leclerc?

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Merlia estaria gerando um mini Leclerc?

Bem, só saberemos no próximo capítulo😁

BAD HABITS || Charles LeclercOnde histórias criam vida. Descubra agora