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Último capítulo🥺

Vale de Isère, França

MERLIA

Negativo.

Esse foi o resultado do teste de gravidez. E como o prometido, as meninas e eu não tocamos mais no assunto. Antonella tentou argumentar mas eu já havia decido.

Talvez uma decisão precipitada.

- Tudo bem, Merlia? - a voz de minha mãe me fez sair do meu transe.

- Tudo. - forcei um sorriso tentando parecer convincente, mas acho que ela acreditou muito em mim.

- Sei que não somos mais tão próximas, mas eu ainda sou sua mãe e eu sei quando está mentindo.

Eu bufei.
Já fui uma melhor mentirosa.

- Quer me contar o que aconteceu? - perguntou com cautela.

- Você me ouviria?

- Claro que sim, Lia. - ela se apressou em sentar ao meu lado e segurou minha mão. - Sempre vou ouvir você. Agora, me conte.

- A algumas semanas atrás eu fiz... eu fiz um... um teste de gravidez. - contei sem ao menos encará-la. Não tinha coragem.

- Desculpe, o quê? - seus olhos se arregalaram. - Você está...?

- Não, não. Não estou. - fui rápida em dizer e ela pareceu aliviada.

- E Charles sabe?

- Esse é o problema. - suspirei. - Charles não sabe. Não consegui contar pra ele.

- Merlia... - me olhou com repreensão.

- Eu sei, tá bem? Mas na hora pareceu ser a coisa certa. Poxa, ele é louco pra ser pai mas eu ainda não tô pronta pra ser mãe. Não queria decepcioná-lo.

- Acha que ele ficaria chateado de saber que você não quer ter um filho agora?

- Eu não sei. - dei de ombros. - Nunca realmente conversamos sobre isso. Era mais na brincadeira, sabe?

- Bom, você devia conversar com ele, querida. Ele te ama, com certeza vai entender. - a mais velha sugeriu. - Tudo tem o seu tempo e eu tenho certeza que quando for a hora você vai ser um ótima mãe.

- Obrigada, mãe. De verdade.

- Vêm, deita aqui. - ela deu duas palminhas em sua perna, me indicando a deitar a cabeça.

Era estranho. Fazia tempos que não tínhamos uma conversa tão sincera quanto essa, mas eu sentia saudades. As vezes me pergunto se as coisas teriam sido diferentes entre nós se não fôssemos tão cabeça-duras.

🏎


Eu andava de um lado para o outro no quarto. Meus pensamentos estavam a mil. Eu estava prestes a contar para Charles sobre o que eu vinha escondendo a semanas e ele com certeza não ficaria feliz.

Quando a porta do quarto se abriu, meu corpo deu um pequeno solavanco com o susto. Charles vestia o sueter de Natal que nossas mães nos deram, eu também vestia um. O seu era amarelo e o meu, era vermelho.

- Você está linda. - disse vindo até mim e deixou um beijo no canto dos meus lábios. - Na verdade, você sempre fica linda de vermelho.

- Obrigada. Você também não está nada mal. - brinquei passando os braços pelo seu pescoço.

- Vamos? Já estão todo lá embaixo. - ele tentou me puxar até a porta, mas eu parei.

- Não, espera. Tenho que contar uma coisa antes.

- Tudo bem. - disse um pouco desconfiado e esperou para que eu continuasse.

- Lembra dos enjoos que eu vinha tendo a algumas semanas? - ele assentiu. - Pois então, eu achei que eu pudesse está em um estado.... em uma situação delicada.

Charles franziu a testa, confuso. Até eu estou confusa comigo mesma. Eu só péssima com essas coisas.

- Eu... eu achei que....

- Você achou que estava grávida, por isso fez um teste de gravidez. - Charles concluiu.

- Isso!

Espera, o quê?

- Como você...?

- Encontrei com a Luna naquele dia. Ela tentou esconder, mas eu acabei vendo a embalagem. - ele explicou. - Não disse nada porque esperava que você me contasse. E como não contou, suponho que o resultado tenha sido negativo.

Eu analisei sua expressão corporal. Músculos relaxados, o maxilar não está travado e nem os punhos cerrados. Ele não está com raiva, pelo menos, não parecia.

- Eu não... eu não seu o quê dizer.

- Podia ter me dito a verdade.

- Como? - meus ombros caíram e me sentei na ponta da cama. - Você quer ter filhos e eu só quero pilotar. Foi difícil só imaginar como seria trocar o volante pela mamadeira.

- Meli, nunca falamos sobre isso. - ele veio se sentar ao meu lado. - Mas se você não quer então eu vou ter que aceitar. Seu corpo, suas regras.

- Eu quero, Charlie, mas não agora. - toquei seu rosto, acariciando sua bochecha. - Mas prometo que vamos ter uma linda família.

- Se os nossos filhos tiverem seu sorriso e as suas sardas, tenho certeza de que serão mesmo.

- E se tiverem seus olhos, serão o pacote perfeito. - completei sentindo um frio na barriga me atingir.

Eu ficava ansiosa só de pensar que algum dia, Charles e eu poderíamos ter filhos. Vários minis Leclerc e Lawrence correndo pela casa. Nossas mães ficariam malucas.

- Eu te amo, princesa de Mônaco. - Charles a mecha do meu cabelo para trás e segurou meu queixo.

- Eu te amo, Lorde Perceval.

Seus olhos brilharam ao ouvir tais palavras saírem da minha boca e o seu sorriso quase rasgava seu rosto de tão largo.

Se a alguns meses atrás alguém tivesse me dito que eu estaria loucamente apaixonada por Charles Leclerc, eu provavelmente diria que essa pessoa enlouqueceu.

Mas cá estava eu me declarando para o mesmo garoto que sempre me atormentou quando eu era criança mas que também sempre esteve por perto quando eu precisava.

No fim de tudo, meus maus hábitos sempre acabavam me levando até ele.

No fim de tudo, meus maus hábitos sempre acabavam me levando até ele

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Sim, gente, esse é o último capítulo dessa história. Eu acabei esquecendo de avisar no capítulo anterior🥲

Não me matem pq eu amo vocês <3

Mas haverá um epílogo, claro, assim vocês poderão saber como vai ser a vida deles no futuro.

BAD HABITS || Charles LeclercOnde histórias criam vida. Descubra agora