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MERLIA

Estávamos sentados na beira da praia, apenas sentindo a brisa bater contra nossos rostos e ouvindo a quebra das ondas.

Depois que terminamos de tomar nossos sorvetes decidimos dar uma volta pela cidade e acabamos aqui.

- Como você tá? - Charles perguntou quebrando o silêncio.

Eu virei meu rosto para encará-lo e dei de ombros.

- Eu tô empurrando com a barriga. A coletiva de hoje só serviu pra mostrar que eles nunca vão aceitar uma mulher nesse esporte.

- Isso é besteira. Essas pessoas são loucas por não verem a pilota brilhante que você é.

- Enquanto eu for parceira do Max, eles nunca vão reconhecer que eu sou brilhante.

- Você tá ligando pro que as pessoas dizem? Quem é você e o que você fez com a Merlia? - eu acabei rindo.

Realmente, não era do meu feito ligar para o que as pessoas pensam ou falam de mim, mas as vezes é inevitável não pensar que você poderia estar fazendo melhor e só assim seria reconhecida por méritos próprios.

- Hey. - sua mão tocou meu queixo para que eu pudesse encará-lo. - Você é a melhor. Nunca esqueça disso.

- Obrigada, Charles. - coloquei minha mão sobre a sua e a acariciei. - Eu tava precisando muito disso. Os últimos dias tem sido intensos e eu não consigo me expressar da maneira com que deveria, sabe?

- Você acabou de fazer isso.

- Verdade. - concordei. - Ultimamente, você é a única pessoa com quem eu consigo me abrir sem algum tipo de ressentimento, ou coisa assim.

- Bom, então acho que isso é um sinal para que eu fique perto de você. - ele chegou mais para o lado, se aproximando ainda mais de mim. - Me deixa ficar perto de você.

- Charles... - desviei meu olhar do dele e soltei sua mão.

- Qual é, Merlia, tá na cara que você também não quer isso.

- É melhor a gente voltar pro hotel. - tentei mudar de assunto e me coloquei de pé. - Já tá tarde.

Ele riu sem humor.

- Você tá fugindo... como sempre.

- Tô tentando não deixar as coisas mais estranhas do que já estão entre a gente.

- Como? Negando o que tá bem na sua frente? Me afastando? Fugir dos seus problemas não vai fazer eles sumirem.

Eu bufei.

- As vezes eu esqueço que você é muito irritante, Lorde Perceval.

- E as vezes eu esqueço que você é cabeça dura, Princesa de Mônaco.

Nos conhecendo como eu conheço, sei que nem um dos dois cederia a tal discussão. Somos orgulhosos de mais para isso.

Suspirei frustrada enquanto eu me abaixei para pegar minhas coisas na areia.

- Vamos embora. - disse novamente.

- Tudo bem. Você venceu, Merlia. Eu cansei. - seus ombros caíram em sinal de derrota e então ele passou por mim.

A trajeto até o seu carro foi silencioso e assim que entramos no mesmo o clima estranho de antes, voltou a ser presente. Eu odiava isso.

Charles colocou a chave na ignição e quando ele estava prestes a ligar o carro, eu o parei.

- O que tá fazendo? - me olhou confuso.

Eu não o respondi.
Não com palavras.

Eu realmente não sabia o que estava fazendo, mas Charles tinha razão, eu não queria ele longe de mim.

Em um momento impulsivo eu passei minha perna esquerda por cima do seu corpo e me sentei em seu colo, o pegando de surpresa.

- Me beija. - mandei segurando o seu rosto.

- Não. Eu não vou cair nos seus joguinhos, Merlia. - eu revirei os olhos.

- Você me queria a minutos atrás e agora não quer nem me tocar? - disse próximo ao seu ouvido e ele apenas mordeu os lábios.

Fiz uma trilha de beijo, do seu pescoço até o canto dos seus lábios e naquele momento eu senti suas mãos apertarem minha cintura com força.

- Alguém pode ver a gente. - ele resmungou baixo e eu voltei a encarar seus olhos.

- Os vidros do carro são escuros, ninguém vai ver a gente. - deixei mais um beijo no seu queixo e um gemido baixo escapou da sua garganta. - Anda, Leclerc, me....

E quando eu menos esperava sua boca veio de encontro com a minha, a encontrando em um encaixe perfeito. Naquele momento, eu senti meu corpo todo corresponder a cada um dos seus toques.

Suas mãos permaneciam na minha cintura e eu não gostava daquilo. Em meio ao beijo, guiei suas mãos até a minha bunda, onde ele prontamente a apertou, me fazendo suspirar.

A temperatura dentro daquele carro começou a esquentar tão rápido quanto da última vez em que estivemos nessa mesma situação e eu sentia que se não parassemos agora, seria difícil parar depois.

Mas é aí que tava o problema, eu não queria parar.

Desci minhas mãos pelo seu abdômen até chegar na barra da sua camisa e quando eu ameacei tirá-la, ele me impediu.

- Merlia, espera.

- O que foi?

- Vamos com calma, okay? - ele colocou uma mecha do meu cabelo para trás e segurou meu rosto. - Não pense que eu não quero. Eu quero e muito. Mas não aqui.

Eu sorri.

- Não sabia que você é do tipo romântico. - brinquei.

- Tem muitas coisas que você não sabe sobre mim, Meli. - Charles aproximou seu rosto do meu, mas eu invés de beijar meus lábios, ele foi em direção ao meu pescoço.

Meu ponto fraco.

Os beijos eram molhados e vez o outro ele mordia minha pele, só esperava não ficar a marca depois. Estávamos tão imersos no nosso próprio prazer, que só nos separamos quando eu ouvi meu telefone tocar.

- Merda. - resmunguei, encostando minha testa na dele e tentei recuperar meu fôlego.

- Ignora. - pediu baixo.

- É uma sugestão tentadora, Leclerc, mas pode ser importante. - me afastei contra a sua vontade, e retirei o aparelho da bolsa, que estava no banco ao lado.

- Quem é?

- É a Antonella. - falei enquanto teclava uma resposta rápida. - Agora nós realmente temos que voltar.

- Tudo bem. - concordou e deixou um beijo casto nos meus lábios.

De forma desajeitada, eu voltei para o banco do passageiro e ele deu partida no carro, indo em direção ao hotel.

Um sorriso bobo surgiu em meus lábios e ele permaneceu comigo até eu pegar no sono naquela noite.

Um sorriso bobo surgiu em meus lábios e ele permaneceu comigo até eu pegar no sono naquela noite

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acontecendo, gente!!!
Os dias de glória estão chegando.

BAD HABITS || Charles LeclercOnde histórias criam vida. Descubra agora