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MERLIA

O primeiro treino livre não foi o dos melhores pra mim e o segundo não foi diferente. Aquilo deixou Horner furioso comigo e eu o entendia, afinal a culpa era toda minha.

Por conta do meu péssimo desempenho no dia, eu tive que ficar algumas horas a mais no paddock para ter uma reunião com o estrategista e o resto da equipe. As coisas tinham que ser diferentes amanhã.

Cheguei ao hotel com o único objetivo de descansar para a classificação do dia seguinte. Apertei o botão do elevador até o meu andar e esperei alguns segundos para as portas se fecharem, porém um braço as impediu.

As portas voltaram a se abrir e a figura de Charles surgiu no meu ponto de vista. Ele entrou sem dizer nada e apertou o botão do seu andar. O processo de fechamento não foi interrompido dessa vez, então logo o elevador começou sua viagem.

O silêncio nunca foi um problema para nós dois, pelo contrário, sempre preferimos ficar calados quando estávamos no mesmo ambiente, mas agora era diferente pois o silêncio era quase ensurdecedor.

- Então... - comecei, quebrando o silêncio entre nós. - Acho que eu te devo um pedido de desculpas.

Seu olhar caiu sobre mim com um sorriso convencido estampado no rosto e eu logo me arrenpedi de ter aberto a boca.

- Isso vai ser interessante.

Eu revirei os olhos.

- Deixa pra lá, esquece.

- Não. Continua. - ele pediu.

Um suspiro escapou pelos meus lábios antes de dizer.

- Me desculpa por ter agido daquela forma com você. Eu só não gosto que as pessoas me venham vulnerável.... você sabe.

- Tudo bem. Desculpas aceitas.

- Sério? - o olhei sem acreditar. Só podia ser uma pegadinha.

- Você nunca pede desculpas, isso aqui é um marco histórico, então sim.

Okay, eu me senti levemente ofendida.

- Mas é claro que eu peço desculpa.

- Não, você não pede. Acredite, eu sei melhor do que ninguém.

- Ah, cala a boca. - mandei mas vi pelo canto do olho, ele tentando não rir.

Foram mais alguns segundos no elevador até o mesmo simplesmente parar, dando um grande solavanco.

- O que aconteceu? - perguntei enquanto Charles apertava o mesmo botão várias vezes, mas o elevador não saia do lugar.

- Deve ter sido uma queda de energia.

Era só o que me faltava.
Ficar presa no mesmo elevador que o Leclerc deve ser o meu karma.

Tirei o celular do bolsa para tentar ligar para alguém pedindo ajuda, mas não tinha sinal.

- Que maravilha. - o guardei de volta e me arrastei pela parede até chegar ao chão.

Charles também se sentou no chão, mas do outro lado da caixa de metal. Ele tirou o boné que usava e passou a mão pelo cabelo levemente bagunçado.

Eu tinha que admitir que eu adorava o cabelo dele.

- Como você tá? - sua pergunta me fez desviar o olhar para o seus olhos.

Talvez, só talvez, eu tenha encarado de mais.

- Você tá preocupado ou só tá curioso? - deitei minha cabeça para o lado e o encarei de forma provocativa.

- Os dois. - deu de ombros.

- O meu dia foi uma droga. E o seu?

- O meu carro deu problema no meio do treino. Então o meu também não foi um dos melhores.

- Parece que estamos no mesmo barco.

- Literalmente. - murmurou e jogou a cabeça pra trás.

Eu fiz o mesmo deixando o silêncio nos consumir.

🏎

Meia hora depois e nós ainda estávamos presos dentro daquele cubículo. Eu não aguentava mais, sem contar com o calor que estava quase me derretendo.

Eu havia tirado meu moletom s quando olhei para Charles, ele já estava tirando sua camisa. Foi só então que percebi o quanto ele havia mudado muito fisicamente.

Seu corpo já não era mais tão magrelo, pelo contrário, estava mais forte e malhado do que eu podia me lembrar.

- Que merda você tá fazendo?

- Você não é a única que tá com calor, princesa. - sua voz estava carregada de sarcasmos e eu tive vontade de socá-lo.

- Não me chame assim. - mandei amarrando meu cabelo em um coque desajeitado. - Ninguém notou que esse elevador não tá funcionando a quase uma hora?

- Já devem está tentando tirar a gente daqui. - ele falou ficando de pé e estendeu a mão para me ajudar.

- Bom, eles não estão fazendo uma trabalho muito eficiente. - segurei sua mão e ele me puxou para cima.

Nossos corpos acabaram se batendo por contar da força, nos deixando perigosamente perto.

Uma de suas mãos estava repousada na minha cintura e a minha estava apoiada no seu peitoral incrivelmente definido e suado.

Por algum motivo, eu não conseguia me afastar e isso era estranho. Nossos olhares estavam fixos um no outro e sua respiração batia contra o meu rosto.

Foi com apenas o ruído alto da porta se abrindo que eu sai daquele transe e dei passos para longe do monegasco.

E como se as coisas já não estivessem ruins o bastante, Charlotte estava ali, esperando pelo namorado.

Assim que viu o estado em que nos encontrávamos, seu semblante fechou e eu soube que era a minha deixa para ir embora, afinal Charlotte e eu não somos as melhores amigas de mundo, pelo menos, não mais.

Assim que viu o estado em que nos encontrávamos, seu semblante fechou e eu soube que era a minha deixa para ir embora, afinal Charlotte e eu não somos as melhores amigas de mundo, pelo menos, não mais

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Desse jeito, o Charles vai fazer a Merlia esquecer rapidinho a paixonite dela pelo Max.

BAD HABITS || Charles LeclercOnde histórias criam vida. Descubra agora