👗 Cap 14 🥼

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Escrita com
Carolleite26  ❤️✨

Victoria: Não precisa - sorri - sua filha te ama e não existe outra pessoa que ela fale mais do que de você... de... de uma certa forma ela te fala... em suas atitudes... em seus olhares. Ela não quer te deixar ainda mais culpado do que já se sente... eu sei que de certa forma sente culpa e eu entendo - respirei fundo - a vejo e lhe tenho como uma filha... desde que nos conhecemos na faculdade - sorri - foi amor a primera vista, acredita nisso? Sempre estive... mas hoje eu vejo que eles não... ainda estou em meio a um processo de divórcio... e a pior parte é ser a vilã da história... sempre é a mulher... meus filhos escolheram um lado e advinha só... não foi o meu - o olhava - ainda existe muita coisa sobre a Victoria Sandoval que não conhece e não vai querer conhecer... de complicação já bastam os seus problemas - sorri ante suas palavras - está sendo muito gentil Heriberto... mas não se deixe enganar pelas aparências... fico feliz por pelo menos te ajudar um pouco com isso... não tem que agradecer... Virgínia fez mais por mim do que eu por ela... se precisar de qualquer coisa estou aqui para ajudar... minha casa é enorme, se desejar ficar com elas, será um prazer lhes receber.

Heriberto: Sim culpado por não conseguir suprir todas suas necessidades. Vi tantas coisas que fica difícil acreditar no amor para dar uma boa mãe para Virginia. Não conheço o seu ex e imagino que seja um bom manipulador, conheço bem esse tipo, posso dizer que não dura para sempre, logo seus filhos irão ver a verdade. Se engana, quero conhecer tudo sobre você - o que estava fazendo? - digo por ser seu médico, e é bom conhecer o paciente, obrigado pela oferta.

Victoria: Carrego essa mesma culpa Heriberto - suspirei cabisbaixa - tentamos dar o melhor aos nossos filhos... uma família feliz... um pai... uma mãe... mas as vezes abrimos mão de nossa própria felicidade e isso não é nada saudável... você fez e faz tudo que pode para a sua filha... ela é feliz... tem tudo que precisa em você - segurei sua mão - e tenha a certeza de que em mim ela sempre terá uma mãe - sorri - não sabe o quanto... estou nessa situação por culpa dele... não contei aos meus filhos, a ninguém... mas... ele estava me perseguindo no dia em que sofri o acidente. Por pouco a minha filha também não se machucou e me questiono se realmente ele ama os filhos como diz ou se apenas os usa para me atingir... claro... vamos sim nos conhecer ainda mais - sorri - tem certeza de que não vou te atrapalhar? Eu sei que é um médico bem prestigiado... disputado e muito ocupado... suas pesquisas são as mais faladas no mundo - Deus... estava parecendo uma tagarela - digo isso porque como estava nesse meio da mídia, ouvi falar muito sobre você... o quanto é disputado pelas mulheres - calei a boca no mesmo instante em que falei - desculpa... isso... saiu sem querer... aí Victoria - virei o rosto nervosa.

Heriberto: Virginia é a minha luz, não sei o que faria sem ela, Victoria - olhava nossas mãos juntas, por primeira vez fantasiei uma vida de casado - disse que seu ex, o denunciou? Ele fez algo mais? Está segura? - falei preocupado, sabia muito bem o que pessoas assim faziam, meu pai era a maior prova - disputado? De forma alguma, talvez, mas posso dizer que nenhuma mulher me chamou a atenção - até agora, como está fazendo comigo - se precisar de alguma coisa estou aqui.

Victoria: Acho que estou nesse mesmo barco - sorri nostálgica - ela é um ser de luz... sim... meu ex marido fez e não... não o denunciei... não tenho provas Heriberto... sabe como a justiça é falha... não se preocupe, o pior ele fez... estou presa a essa cadeira... minha vida se tornou um caos ainda maior do que já era - acariciava sua mão - disputado... foi isso que ouvi por aí...- ri - me desculpe a indelicadeza... mas realmente agora eu entendi o motivo da disputa... pessoalmente é ainda mais bonito... Virgínia tem razão em dizer que te deixar sozinho é um caos - brinquei - obrigada.

Heriberto: Sei muito bem como é, meu pai é juiz então muitas coisas conseguiu abafar. Logo seu ex pagará pelo que fez, não fale assim, o importante é que está viva e tenho o privilégio de conhecê-la. Eu sou bonito? Mentira, sou anjo que não faz nada para provocar o caos, Virginia também tem razão ao admirar sua beleza, confesso que estou encantado com seus olhos.

Victoria: Sinceramente? Eu só quero que ele me esqueça...- sorri - não é privilégio algum... desconhece a verdadeira Victoria... infelizmente ela morreu - tirei os meus olhos dos seus - isso nem se questiona Heriberto... é um fato comprovado...- ri - só você para me fazer rir... Virgínia vê coisas onde não existem - virei o meu rosto e logo mudei de assunto, ele estava me levando a um caminho que conhecia bem e de sofrimento já bastava o meu - será que ela vai demorar muito para acordar?

Heriberto: É linda sim - toquei seu queixo a fazendo me olhar - é uma das mulheres mais lindas que já vi, além de um grande coração, se me der a oportunidade de conhecer melhor essa verdadeira Victoria ficaria muito honrado, porque sei que ela está aí adormecida, iremos ser amigos, não é? Ou melhor, médico e paciente. Virginia já vai acordar, logo acaba o efeito da anestesia.

Olhar em seus olhos me despertavam coisas desconhecidas, que sinceramente eu não queria e tão pouco iria nominar. Tornei a olhar para ele e dessa vez algo me tocou profundamente. Queria sair dali correndo, mas não podia, não tinha como.

Victoria: Eu sei onde quer chegar Heriberto... é um caminho perigoso... não faça isso... existem mulheres bem mais bonitas do que eu, disso eu tenho certeza... mais novas e sem a coleção de problemas que eu levo - falei calmamente - não... ela morreu e eu fiz questão de lacrar e sepultar o seu corpo, assim é bem melhor... seremos sim, médico e paciente... mas se realmente pudermos... se o meu caso tiver solução...- respirei fundo - quero muito saber que ela está bem.

Heriberto: Está certa em dizer que há mulheres bonitas por aí, mas nenhuma mexeu comigo como você mexe, pode ser precipitado, ou achar que sou um tolo, por primeira vez posso acreditar em amor - acariciei seu rosto, queria muito tocá-la - não irei desistir de conhecê-la, você estando ou não nessa cadeira. Não quero te assustar ou que pense que sou um lunático e queira sair correndo, saiba que estarei aqui para você - me afastei indo até os monitores para checar a Virginia, mas o que queria era beijá-la.

Fiquei sem palavras diante das coisas que ele falava. Era tão sério e tão intenso, mas como? Como alguém poderia olhar para mim estando assim? Presa a uma cadeira, limitada em muitas coisas. Nem sabia se conseguiria ser mulher depois disso. Minha vida estava um verdadeiro caos e não colocaria mais ninguém nessa história. Ele se afastou e me deixou ali, sem saber o que dizer ou fazer. Heriberto era um homem muito bonito e bem disputado. Não sei o que ele viu em mim, mas logo ele desistiria, farei de tudo para que isso aconteça. Não vou machucar a Virgínia, tão pouco lhe afastar.

Olhava disfarçadamente para Victoria, sabia que minhas palavras mexeram com ela, também sabia o quanto estava insegura, o que era normal. Iria mostrar aos poucos novas aventurar e logo sua insegurança iria embora. O que disse a ela é verdade, me despertava sentimentos jamais sentidos, fazia desejar uma vida juntos, um casamento. Algo que prometi a mim mesmo nunca fazer, mas com Victoria iria ao fim do mundo se ela quisesse.

Horas depois...

Demorou mas finalmente a minha menina havia acordado e graças a Deus ela estava bem. Lhe abracei e chorei sentindo um alívio inexplicável. Não sei dizer o que faria se algo tivesse lhe passado. Queria lhe tirar dali e levá-la para a minha casa, mas era algo que eu não poderia fazer, não naquele momento. Ela tinha uma família e eu respeitaria os meus limites. Não queria ir embora e lhe deixar, algo me pedia para ficar todo tempo ao seu lado, mas estava há muito tempo naquela posição, o que ainda me fazia sentir dores. Saí de lá em lágrimas, mas logo voltaria a vê-la novamente. Quando cheguei em casa tomei um banho e deitei em minha cama, não tinha ânimo para fazer nada, a não ser chorar.

Conversei com Atílio para liberar a alta da Virginia, não me sentia seguro em lugar algum, parecia que a qualquer momento Juan apareceria para continuar a sua tortura. Minha filha somente foi liberada por eu também ser médico, minha mãe somente estava no hospital para o exame e um calmante, tinha que documentar tudo para denunciá-lo. Fomos para a casa da minha mãe, o caminho foi silencioso, precisava conversar com elas, queria que fossem morar em minha casa, é um apartamento grande, em um prédio seguro. Assim que paramos peguei minha filha no colo para levá-la em seu quarto, a deixei descansando e desci para falar com minha mãe.

Continua...

La Lección del Amor - Victoria y Heriberto (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora