👗 Cap 54 🥼

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Escrita com
Carolleite26 ❤️✨

Victoria: Estávamos - suspirei fechando os meus olhos e deitei a cabeça em seu peito - eu amo os meus filhos... amei a  Virgínia mesmo antes de te conhecer... meu coração lhe acolheu... ela me conquistou e me tem por completo - sorri triste - meus filhos são a minha vida... sinto saudades do Max... de tê-lo em casa - lhe abracei pela cintura - não é loucura, é amor... eu e você amamos os cinco e todos os outros que vierem... passamos por muita coisa ruim, mas isso não nos impediu de amar, de termos uma família... de darmos amor aos nossos filhos... a clínica precisa de uma intervenção, urgente...- suspirei triste - acha que não amo o meu pai? O amo muito, os dois... fui rebelde... inconsequente em tudo, não pensei em nada além de atingir os dois, ele principalmente que sempre foi carrasco comigo... que não soube ser o meu pai... eu me sentia rejeitada - chorei - é assim que eu me sinto até hoje... você conhece uma versão dele que eu não conheço e sei que não irei... eu não quero me livrar de você Heriberto, isso nunca.

Heriberto: Acho que Virginia sempre soube que era sua filha, o sangue chama – beijei seus cabelos – podemos convidá-lo para jantar em casa assim vocês podem conversar, temos sim uma linda e grande família, claro que ama o Atílio assim como ele a você, talvez ele tenha passado por muita coisa até conhecer o Edgar, ou teve medo que a filha poderia sofrer e esse excesso de cuidado prejudicou a relação de vocês, achou que sendo mais rígido era certo, é fácil sou um cara encantador – ri – sabe, as vezes é mais fácil conversar com estranhos nesse caso eu, do que falar com a filha, já passei por isso muitas vezes com a Virginia, falar de garotos, como se proteger, sobre o porquê de não ter uma mãe, até assuntos fáceis eram difíceis, não sabia como fazer. Se não fosse a ajuda da minha mãe talvez não tivesse a relação que tenho hoje com ela, me entende? Nós homens temos uma dificuldade em comunicação.

Victoria: Ela sabia meu amor, não é a toa que ela não desistiu de me conquistar - quem sabe?! - falei secando o meu rosto - eu sei que não é nada fácil cuidar de uma filha sem o pai, é uma missão quase impossível... cada um tem uma dificuldade, você com a Marília... eu com o Max... achamos que o afastamento é o melhor, mas nos enganamos muito...- suspirei - ele nunca te contou sobre a família dele, não é?! O meu pai, o Edgar sempre esteve ao meu lado... eu só precisei de atenção, o que não tive nunca... se passaram anos e isso não mudou... ele continua a esconder tudo... finge que eu não existo, acha que isso não me dói? Não sabe o quanto... eu só precisei de amor... que ele me acolhesse... me desse amor... um lugar em sua família... o tempo que nós perdemos, ninguém vai nos devolver - suspirei triste.

Heriberto: Meu amor – sentei a puxando para sentar no meu colo, queria que se sentisse acolhida – sim, nos enganamos – fazia carinho em seu ventre – não sabia de vocês, talvez ele soubesse que roubaria a filhinha dele para sempre, foram muitos anos de afastamento que agora ele não sabe como se reaproximar, eu sei que dói meu amor, vou te contar algo, muitas vezes eu peguei Atílio vendo uma foto de uma menininha abraçada a um ursinho branco de pelúcia, podia ver o seu olhar de amor, você tem e pode não devolver, mas podem criar novas lembranças.

Victoria: Como está fazendo agora? - sorri triste - eu não sabia disso... eu não sei como me aproximar dele... se esse realmente é o seu desejo... mas... eu não quero que isso aconteça com o meu filho, não quero que essa seja a lembrança que ele tenha da mãe, quero conversar com ele... quero o meu filho, agora mais do que nunca.

Heriberto: Posso conversar com ele se quiser, convidá-lo para jantar em casa, vamos resolver todos esses pequenos contratempos, também precisamos conversar com eles sobre a Virginia, verá que tudo vai se resolver, eu estou aqui e juntos vamos conseguir – a enchia de beijos, mas ainda faltava falar sobre o meu pai – meu amor, tem outra coisa que quero falar e preciso muito de você.

Victoria: Tem certeza que quer se envolver nessa questão? - fechei os meus olhos sentindo os seus beijos - não quero causar problemas entre vocês... vai sim, eu sei que tudo é no tempo certo - lhe dei um selinho - vamos conversar com todos, primeiro quero ver a nossa filha - sorri e lhe olhei como pude - o que quer falar? Aconteceu alguma coisa?

Heriberto: Tudo para te ver feliz meu amor, falo com o Atílio e com o Max com quem quiser para ver seu sorriso, eu também quero ver nossa filha, nossa Victoria, mesmo sem saber tínhamos uma linda menininha, por isso o seu olhar, suas manias e a beleza – suspirei – agora tenho certeza que foi o meu pai que fez isso a Virginia, ele sofreu um acidente e está aqui no hospital, eu me sinto tão estranho, confuso, sei o que ele fez, é como se o meu ódio passasse, não sei explicar – a abracei ainda mais, precisava do seu consolo, que pudesse entender e desse a resposta que não enxergava – eu o vi chegar, era como se algo me atraísse a ambulância e lá estava ele e.. e.. eu segurei sua mão, acho que talvez nem sobreviva, eu tive pena, sabe? Eu não sei.

Victoria: Eu te amo tanto... você me traz paz... alento - sussurrei lhe acariciando com amor - eu te falei que ela me lembrava alguém do meu passado... que eu me via muitas vezes nela e hoje eu sei o motivo disso, ela é a nossa filha... nossa meu amor... e foi ela quem nos uniu - sorri feliz e logo desfiz o meu sorriso ao lhe ouvir - amor... eu sinto muito... de verdade...- acariciava com amor - eu sei como se sente, apesar de tudo ele é o seu pai e ainda que não se lembre, em algum momento da sua vida ele te amou... ele te desejou - beijei os seus cabelos - você é filho dele, o sangue chamou... a ligação entre vocês chamou... meu amor vai lá, vai saber como ele está... tenta ajudar de alguma forma... não deixa esse ódio tomar conta de você, não é assim Heriberto, você é dócil... gentil... é amoroso... esqueça tudo que ele fez... deixe que a justiça cobre.

Heriberto: Hoje posso dizer que é minha alma gêmea, que sempre esperei você chegar para começar a amar, quero mais uns minutos assim, você é minha força, meu apoio, meu amor, não sei o que faria se não estivesse aqui com suas palavras, com seus carinhos – a abracei mais se era possível – estava me sentido tão perdido, sem saber o que fazer, o que sentir, eu te amo.

Victoria: Sim meu amor, nós somos almas gêmeas que se encontraram no tempo certo... sempre estarei aqui, para te amar... consolar... confortar... te apoiar em todos os momentos - beijei os seus cabelos - ficaremos aqui o tempo que desejar... não importa quantas vezes se sinta assim, perdido... irei te resgatar em todas elas.

Dias depois...

Apesar do traumatismo que Virgínia sofreu com o atropelamento, ela não teve sequelas. Tivemos que aguardar alguns dias para que ela acordasse, foi angustiante, mas ela estava bem. A mesma foi submetida a vários exames e nenhum deles constatou sequelas. Foi um terrível susto, mas não passou disso. Ela estava bem, cercada por toda família, por todo cuidado médico e por muito amor. Aproveitamos que a família estava toda reunida e contamos a verdade sobre a Virgínia ser a minha filha. Foi um choque para ela e a Marília e o que pensamos que seria um problema, foi uma festa. Os dias foram se passando e eu não tive a coragem de conversar com os meus pais, tão pouco tocar no assunto. A verdade é que eu fugia deles na empresa e no hospital. Não estava preparada para esse momento. O pai de Heriberto estava em coma, o acidente havia sido muito grave, ele se mantinha informado sobre o seu estado, mas não havia entrado para lhe ver. Sabia que ele ainda não estava preparado e quando estivesse teria todo o meu apoio. Sua mãe e sua irmã não queriam saber e eu não as culpava, elas eram vítimas dele. Finalmente Virgínia havia recebido alta e estava em nossa casa, sendo cuidada pelo Heri e por mim. Marília seguia cuidando das coisas na empresa com a ajuda do meu pai, que fez questão de assumir o meu lugar. Lhe agradeci muito, não tinha condições de fazer nada, estava muito cansada, abatida, ainda mais estando afastada deles.

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Desde a nossa conversa no hospital as coisas entre Edgar não estavam bem, não gostava de ficar brigado com o meu marido e muito menos com minha filha, com ela resolveria depois com calma, agora era fazer Edgar entender que o amo muito, como o bom romântico que sou montei uma cesta com os seus chocolates favoritos, um arranjo de lírios, um vinho para bebermos para comemorar a reconciliação entre outras coisas que sei que ele gosta. Estou cruzando os dedos para que isso aconteça, Edgar pode ser um pouco cabeça dura, mas o amo desse jeitinho mesmo, não coloquei meu nome, quero que seja surpresa.  Assim que recebo a confirmação que foi entregue espero um tempo prudente para que ele não desconfie, chego em seu escritório e entro como o mais inocentes dos culpados.

Atílio: Boa tarde, Edgar – falo calmo – será que podemos conversar um pouco?

Continua...

La Lección del Amor - Victoria y Heriberto (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora