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Depois de fazer sua higiene matinal o
mais rápido que pode,Toni agora se
movimentava rapidamente ao redor do
quarto procurando uma roupa adequada
para enfrentar o frio que estava na cidade
de New York. Vestiu uma calça jeans preta
simples, uma blusa manga longa amarela
e um de seus velhos casacos por cima.
Pegou seus óculos quadrados de grau,
assim como os que o pai usava, e calçou
um tênis qualquer. Jogou pelo ombro a
bolsa transversal que usava desde o
primeiro ano do ensino médio, bolsa essa
que guardava um dos seus mais preciosos
pertences, sua câmera fotográfica Canon
EOS 6D. Já com seus dezessete anos,Toni estava mais que na metade do quarto e último ano do ensino médio, para finalmente sair da escola e tentar a sorte
no curso de engenharia genética na sua
tão sonhada Universidade Columbia, a
qual ela pretendia pagar usando sua
outra grande paixão, fotografia. Sua
história ao longo desses anos não é lá qual ela pretendia pagar usando sua outra grande paixão, fotografia. Sua história ao longo desses anos não é lá muito agradável de ouvir. A morena sofreu e sofre muito bullying, e só algum ser superior para saber o motivo real de
tanta crueldade. Quase todos os dias, os
garotos ditos mais populares do colégio,
faziam questão de jogar alguma raspadinha ou suco em seus olhos, ou
levá-la para o banheiro e colocar sua
cabeça em algum vaso sanitário e
apelidá-la de vários adjetivos pejorativos.
Toni imaginava que isso era motivado
por ela ser uma das pessoas mais
inteligentes do colégio. Tem quem diga
que ela é a pessoa mais inteligente que
aquela escola já viu, e isso causa inveja.
Também por ser uma órfã criada pelos
tios, órfãos nunca são bem vistos. Ou até
mesmo por não ser tão bonita como a
maioria das garotas, segundo algum
padrão idiota imposto. Era franzina e
tímida. Todavia, de longe essas eram
boas causas para a tortura, mas apenas
boas causas nas cabeças dos brutamontes
acéfalos que a agrediam.
Porém, ela não ligava tanto para como iria
parecer aos olhos de pessoas que não lhe
importavam, porque se fosse parar para
se importar, com certeza estaria com a
vida e os sonhos de futuro estagnados no
tempo e frustrados por pessoas que não
estariam lá.
Havia apenas uma exceção entre todas as
pessoas que ela dizia não se importar,
Cheryl Blossom . Como toda história triste,
essa é apenas mais uma de uma garota
que se apaixona por outra, mas não tem
seu amor correspondido. Cheryl namorava e Toni era obrigada a ver as interações entre o "casal perfeito" do colégio, tendo sempre seu coração cortado mais um pouco a cada dia que passava desses três anos e meio que sentia isso pela morena. Ter uma vida social nada agradável na escola se agravava com essa paixão platônica, que ela sempre tentava de alguma forma tirar do peito, mas é como se a cada tentativa, o sentimento criasse raízes mais profundas em seu peito.
Toni correu para o andar de baixo e
logo sentiu o cheiro delicioso de bacons
embriagando seus sentidos, quase soltou
um palavrão por não poder comê-los
naquele momento. Entrou na cozinha e
viu a tia fritando vários pedaços na
frigideira.
- Querida, você acordou tarde, fiz bacons
para o café, sente aí e coma. - Disse May
logo que a viu.

- Não tenho tempo tia, já estou atrasada,
só vim lhe dar um beijo e sair antes que
perca o ônibus de novo.

- Nada disso, saco vazio não para em pé,
pega pelo menos uma fruta para comer
no caminho.

- Sim senhora. - Bateu continência de
forma cômica, fazendo a tia soltar um
pequeno sorriso - Onde está tio Ben?
Perguntou pegando uma maça na geladeira.

- Saiu cedo para comprar algumas coisas
no supermercado, ele vai tentar consertar
o vazamento de água no porão. Sabe
como é seu tio, não consegue ficar
parado por muito tempo. -murmurou

- Velho teimoso. Tenho que ir, tia. - Deu
um leve beijo na bochecha da tia e
mordeu metade da maça em sua mão.

-Se cuida pequena... E se correr assim
novamente nas escadas, vai levar umas
palmadas nessa bunda. - Gritou a última
frase para a sobrinha que saia pela porta
da cozinha e corria pelas escadas que
dava acesso ao quintal e a rua de trás.
No exato momento em que Toni chegou à rua principal, o ônibus já estava passando, o que fez com que ela corresse o mais rápido que pode para alcançar o automóvel. Alcançou com dificuldade e
começou a bater na lataria do ônibus
escolar, implorando para que parassem
mas só consequia ver algumas pessoas
nada legais rindo da sua situação
constrangedora. Cheryl , que estava dentro do ônibus, logo viu o que estava acontecendo. Levantou rapidamente e foi até o motorista, ordenando para que o homem parasse o carro para a garota do lado de fora. Fazendo com que o senhor fizesse cara feia e a contra gosto encostasse o ônibus na esquina. Antes disso Blossom já tinha voltado a sentar ao lado do namorado. Toni subiu pedindo desculpas ao motorista pelo atraso, ele apenas a ignorou ligando o veículo novamente e indo rumo à escola. A garota encarou o corredor e começou a andar, mas várias pessoas colocavam seus livros nos lugares vagos em que ela quase sentava. Até que viu Cheryl . Sua atenção se voltou totalmente para a Blossom, que lhe deu um pequeno sorriso, deixando Toni sem chão, literalmente sem chão. Mas por um motivo diferente, porque um dos garotos,que tinha um moicano qua mais parecia um gambá morto em cima da cabeça, colocou o pé no caminho e a morena levou seu segundo tombo do dia, só que dessa vez tinha a trilha sonora ensaiada da risada de seus colegas.
- Seja menos babaca, seu idiota. -Cheryl
praguejou para o garoto que estava um
banco a sua frente, ele apenas perdeu um
pouco do sorriso, já que Toni era umas
das que estavam no topo da ridícula
hierarquia da escola, e ele não poderia
confrontá-la. Não disse mais nada e
apenas voltou sua atenção para a
conversa com a garota que estava ao seu
lado. Ninguém entendia direito esse lado da Blossom, ela não tinha que se preocupar com os "perdedores" do colégio, principalmente com a Topaz . Seu
namorado era o quarterback do time de
futebol americano, e que por falar nisso, a
olhava com reprovação agora. Nem ele
conseguia entender esse lado despreocupado dela. A quem queremos
enganar Austin Mahone não tinha muita
percepção para muitas das coisas ao seu
redor com seu Ql bem abaixo da média,
apenas para o futebol tinha alguma
coordenação. No começo do ensino médio ele era um grande amigo de Toni, todavia
conseguiu uma vaga no time da escola.
Para não perder todos os privilégios de
um jogador, resolveu se afastar
completamente da morena, e como se
não bastasse, começou a namorar a
garota que ela ama.
Já Cheryl não tinha medo de demonstrar
seu coração bondoso. Coração esse que
sempre batia mais forte ao ver certa
morena desengonçada. Ela já tinha feito
sua imagem e agora tinha respeito na
escola, não precisava se preocupar. Além
do que a vida não se limita ao ensino
médio e suas regras de convivência sem
base na vida real.
Toni já estava sentada sozinha no
banco de trás do ônibus, mas ninguém
tiraria seu sorriso tão facilmente. Hoje era
dia de um passeio escolar com objetivo
científico pelo departamento de genética
de Columbia. Além de Cheryl ter he direcionado um sorriso minutos atrás. Já eram motivos de sobra para ficar alegre.

Spidergirl -CHONIOnde histórias criam vida. Descubra agora