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Após a explanação de Toni para Hether
sobre o que aconteceu naquela manhã e
ao ver a loira ficar tão chocada quanto
ela, andavam pelos corredores movimentados da escola, indo até rumo à
área externo da escola. 
Passaram pelo pátio e Toni logo
percebeu há alguns metros a figura
pequena de Cheryl sentada em um
banco, abaixo de uma das árvores do
local, lendo distraidamente um livro
aleatório. Parou de imediato,
consequentemente fazendo Hether revirar
os olhos e parar também. Sacou a câmera
da bolsa e tirou uma foto da ruiva,
suspirando logo em seguida com o
resultado e por conseguir sentir o cheiro
dela, mesmo estando distante. Ela gostou
daquela nova característica em particular.

- Sério Tomi, você precisa tomar uma
atitude, e logo. Antes que exploda bem
na nossa cara essa bolha de excitação e
hormônios acumulados nesses anos.

- É impressionante a sua capacidade de
vulgarizar tudo. - Falou com indignação
evidente e desviando o olhar para a
amiga.

- Obrigada. - Sorriu - O que será aquilo?Apontou ao continuar andando para o
outro lado do pátio, onde tinha uma
aglomeração de pessoas, que por sinal só
crescia.

- Não faço ideia... - Seguiam rumo a
aglomeração.

- É o Austin com aquele novato do
terceiro ano, Louis... - Franziu a testa
olhando para a suposta briga.

- O rapaz que começou a namorar Harry,
amigo da Cheryl?

- Esse mesmo. - Pararam de falar quando
os gritos já podiam ser ouvidos com
clareza.

Era mais do que óbvio que Toni odiava odiava toda forma de prática de bullying. Não só por sofrer tal ato, mas por repudiar a atitude de pessoas que pensam ter direito de julgar ou interferir na vida de outras, pela violência física ou psicológica. Ela tentava não se importar tanto, isso
quando ela era o alvo, pois sabia que por
mais que tentassem puxar ela para baixo,
a fazendo cair algumas vezes, ela sempre
se levantaria do chão e superaria. Ela
sabia que conseguiria realizar seus sonhos
e não seria uma breve passagem pelo
ensino médio que lhe faria desistir ou
lutar menos. Mas nem todos tinham tanta força de vontade e muito menos estrutura
psicológica o suficiente para suportar os
ataques. Claro que Toni não os culpava, pois todos sofriam de forma diferente e sofriam de certa forma um abuso, e como todo abuso, era desnecessário. Ela os defendia sempre que estava ao seu alcance. Os culpados eram os agressores que provavelmente seriam os únicos a nunca seguir em frente, a nunca construir uma família saudável, a nunca ter uma vida estável e sem riscos de uma depressão por ter sido um jovem que destruiu sonhos e não construiu nem um para si mesmo.

- LEVANTA E BRIGA COMO HOMEM SEU
BAITOLA DE MERDA...- Archie gritava a
plenos pulmões com o garoto que estava
agora caído no chão, com um pouco de
sangue escorrendo pela boca depois de
um soco.

Enquanto isso a multidão ao redor apenas
gritava para apoiar Archie e gargalhavam
da situação do rapaz que tentava se
erguer. Toni e Hether olhavam
horrorizadas para a cena. Até que Archie
viu a fotógrafa o olhando de forma
decepcionada entre o mar de alunos,
sentiu um arrependimento lhe consumir
por inteiro.Toni sempre foi seu ponto
fraco e indiretamente lhe fazia por a mão
na consciência. Ele não era aquele tipo de
pessoa, mas tinha que manter seu teatro
e continuar com o que já tinha começado. |

- Toni, tire algumas fotos desse
afeminado no chão.- Deu um chute na
barriga de Jughead, que caiu novamente
gemendo de dor.

- Eu não vou tirar fotos disso. E você para
com essa babaquice. - Caminhou até o
rapaz caído, o ajudando a se erguer.

- Eu disse para você tirar fotos e não para
ajudar esse viado. - Tentou soar ameaçador.

- Você não pode simplesmente sair
batendo nas pessoas pelo simples fato
delas serem melhores que você.-Toni
o encarou com raiva e viu o garoto fechar
a mão em punho caminhando em sua
direção. A multidão de repente se calou.
Não acreditavam que o garoto teria
coragem de bater em uma mulher.

Spidergirl -CHONIOnde histórias criam vida. Descubra agora