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Há 11 anos atrás...

Michael Topaz Parker sempre foi um homem extremamente inteligente. Era destaque em tudo que se propunha a fazer. E o projeto com aracnídeos foi o mais ousado dentre todos.

Ele trabalhava para a empresa Oscorp, e
diretamente com o dono, Norman
Osborn. Mas além de inteligente, Mike
também era uma pessoa boa. Ele
percebeu a tempo, que seu projeto de
misturar DNA aracne com o humano e
fazer com que doenças fossem curadas,
seria usado como arma mortal nas mãos
da empresa. Assim como foi com Santos
Dumont, que inventou o avião como um
meio tecnológico para o conforto
humano e velocidade em transporte. Mas
sua invenção foi usada na guerra e matou
milhares de pessoas inocentes.
O cientista tinha se negado a vender seu
projeto e usá-lo como arma química a
todo e qualquer país que fosse
considerado ameaça. Sabia que agora era
só questão de tempo para virem atrás
dele e de sua família, limparem qualquer
vestígio Topaz e se apoderarem do
projeto.

Mas ele foi mais rápido! Entrou escondido
no prédio da Oscorp, foi para a própria
sala e apagou toda a pesquisa dos
computadores da empresa. Também
matou com veneno todas as aranhas
modificadas que estavam ao seu alcance.
Sabia que tinham levado algumas
aranhas, mas não se preocupava com
isso. Ninguém jamais poderia usar o DNA
modificado delas, era mais uma carta na
manga de Mike.

Saiu da empresa e foi direto para casa.
No caminho alugou um jatinho por
telefone e dali em diante sua vida jamais
seria a mesma. Olhou pela janela do carro
e percebeu a chuva forte que começava a
cair.
Ao chegar em casa, foi recebido por uma
abraço carinhoso de sua pequena Toni.
Sua tão amada filha que tinha apenas sete
anos. Pegou a pequena no colo e a
abraçou forte, sentindo o cheiro dos
cabelos negros e longos, enquanto os
bracinhos curtos apertavam em volta de

seu pescoço. Ele amava tanto aquela
criança. Ela não poderia passar por uma
vida que ele e Clara começariam a viver.
Seria difícil, mas necessário.

- Papai, vamos brincar de esconde.
esconde? - Disse balançando as
perninhas para sair dos braços do pai. Foi
colocada no chão e olhou com olhos
suplicantes para o homem, que tinha um
leve sorriso de lado.

- Claro que sim, meu amor. -Agachou-se
na frente da filha e encarou por alguns
segundos, aqueles olhos castanhos...
Nunca conseguiria dizer um não para Toni.
Arrumou a franja da filha e deu um beijo
em sua testa. - Não esqueça que amo
você, tudo bem? Agora conte até 100 ali
no canto da escada, enquanto vou me
esconder.

- Tudo bem papai, mas se esconda logo! - Correu para o canto da escada e colocou as mãos nos olhinhos para não ver nada.- 1... 2... 3.. 6... Errei, vou começar de novo. 1... 2... 3. 4 26
Mike levantou e sorriu para a filha naquela posição. Ficou sério novamente e lembrou que tinha que se apressar. Ele correu até o porão, sentou em frente ao notebook e começou a gravar um vídeo. Pouco tempo se passou até Mike ouvir a filha o chamar no andar de cima...
...As pessoas dirão que sou um
monstro, por causa do que fiz. E talvez
tenham razão. Eu sempre achei que teria
mais tempo.

O chamado de Toni pode ser ouvido de maneira mais forte.
Mike olhou para o lado e decidiu terminar
logo o vídeo. - Me perdoa! - Desligou a
gravação e fechou o notebook.
Correu para o andar de cima e encontrou
Toni em seu escritório, que mais cedo
tinha sido completamente revirado por
agentes da Oscorp. Ele passou pela filha
assustada e pegou alguns documentos na
gaveta da mesa. Colocou tudo na pasta e
segurou junto com o notebook.
Clara já tinha chegado à sala e estava
com Toni no colo. Mike olhou para as
duas e focou nos olhos da esposa, que
também o encarava. Ele acenou
negativamente de leve com a cabeça
para ela, e esse foi o sinal que Clara
precisava para saber que estava tudo
perdido.

Spidergirl -CHONIOnde histórias criam vida. Descubra agora