𝐓𝐡𝐞 𝐎𝐧𝐥𝐲 𝐄𝐱𝐜𝐞𝐩𝐭𝐢𝐨𝐧 - Dofia (Concluída)

「Chapter fifteen」

Dove POV

Me remexi na cama sentindo uma dor imensa na cabeça como todos os outros dias depois do acidente. Abri uma fresta do olho vendo que o quarto está totalmente escuro sem nenhuma luz invadindo, fiquei de barriga para cima na cama para poder alcançar o remédio e a água ao lado da cama. Com certeza Verônica havia deixado ali, pois sabia que minhas dores de cabeça durante a manhã são decorrentes. Deitei de bruços colocando o lençol sobre a cabeça sentindo várias pontadas agudas no meu cérebro.

Odiava o fato de passar toda a semana em casa sabendo que o final do semestre se aproxima e as provas também, em alguns dias da semana Lina vem me passar o conteúdo das matérias ou até mesmo fazer algum trabalho em dupla que os professores passam. Além dela, as meninas vem constantemente aqui no meu apartamento e até dormiram algumas vezes comigo, ontem Verônica dormiu aqui porque meu irmão foi dormir no melhor amigo dele. Escuto batidas na porta e logo ela é aberta trazendo a luz do corredor adentrar o quarto. Porém, dessa vez eu não reclamo por estar com o lençol no rosto que impede a luminosidade bater nos meus olhos.

— Dovey, sei que está acordada. Queria avisar que estou saindo — a voz da minha amiga preenche o quarto — Tia Dani vai vim aqui te ver daqui alguns minutos e ficar com você até o Cameron chegar. Tem algum problema?

— Não, pode ir — respondi.

— Nada de fazer extravagância! — falou com tom mandona e autoritária.

— Não vou, Vero — falo, mesmo sabendo que não irei obedecer totalmente. Seus passos se aproximam da cama, sinto o lado direito do colchão afundar e seu perfume invadir minhas vias aéreas. Suas mãos tiram um pouco do lençol o suficiente para revelar minha testa onde dá um beijo.

— Eu amo você, pimpolha — resmungo com seu apelido, escutando ela rir.

— Também amo você, chata — dou um leve empurrão nela, vendo sua risada aumentar.

Pouco tempo depois ela vai embora e o apartamento fica silencioso, o que contribui para que eu me aprofunde nos meus próprios pensamentos. Essa semana não tive nenhum contato com a Sofia, por mais que nas semanas anteriores eu tenha sido uma completa babaca com ela, sinto a falta dela. Sei que o jeito que agi com ela foi por causa da minha memória bagunçada, agora com as memórias certinhas eu posso dizer que estou sentindo falta dela.

Faz dois dias que voltei a lembrar de tudo, claro que ninguém sabia exceto duas pessoas: Tia Dani e a patroa da Sofia. Quando lembrei das coisas esquecidas e tomei ciência das maldades que falei para a Sofia, tomei a liberdade de pedir ajuda para minha tia pra que me ajudasse a arrumar um jeito de pedir desculpas para a morena que sou apaixonada. Então, tivemos a ideia de ligar para a patroa dela, também tomei a liberdade pra fazer isso, para dar folga a ela no sábado.

No caso hoje, certamente tia Dani está vindo para cá me ajudar a terminar os últimos preparativos e torço para Sofia aceitar passar o dia comigo. Depois de um tempo decidi levantar da cama para tomar banho, saio debaixo do lençol e sigo para o banheiro. Ligo a luz parando em frente ao espelho, joguei uma água no rosto para despertar, a dor já tinha amenizado e eu conseguia fazer minhas coisas normalmente.

Tirei a blusa jogando no cesto de roupa suja, no mesmo instante meus olhos caíram para o curativo no meu abdômen, o lembrete do acidente. Com cuidado fui tirando o curativo revelando a cicatriz que já começava a se formar, tombei a cabeça para visualizar melhor o lembrete diário do acidente. Passo alguns minutos até decidir tomar banho antes de me atrasar, eu espero que meu plano dê certo, pois quero me redimir com a Sofia.

[...]

Saio do banheiro com uma toalha enrolada na cabeça e outra no corpo, alcanço a pia para iniciar o tratamento de pele que sempre faço após o banho. Depois de um tempo, adentro o closet atrás de uma roupa confortável, simples porém com certa elegância. Acabo optando por um cropped marrom com uma saia cinza colada no corpo com uma pequena fenda na perna, para combinar pego um blazer da mesma cor da saia. Coloco o colar que meu pai me deu e outro que foi meu irmão me deu, coloquei algumas pulseiras e anéis, ajeito meu cabelo e passo perfume.