Os Escolhidos (Livro 2: Apocalipse)

Capítulo 14: Investida

O grande dia estava chegando não pude deixar de esconder minha ansiedade embora tentasse disfarçar, queria me manter firme para que os outros se sentisse confiantes de que tudo daria certo e que sairíamos vitoriosos dessa guerra. Em circunstâncias normais as pessoas me julgariam um monstro por estar indo atrás do homem que compartilhava do mesmo sangue que o meu, mas nós não estávamos vivendo em circunstâncias normais e sim em um mundo apocalíptico, que se deu origem graças a esse homem que eu não sei ao certo se devo chamá-lo de pai ou Klaus.

Me lembro da conversa que tive com minha mãe no dia anterior, ela me disse qual a fraqueza do nosso inimigo, graças ao descuido de Nikolas, que nos deu uma pequena vantagem.

Com a guerra se aproximando queria aproveitar mais um pouco daqueles dias pacíficos junto às pessoas que tenho convivido durante quase 2 anos, eles foram de estranho para as pessoas que estou disposto a dar minha vida. Marquei com todos os escolhidos de fazer um almoço ao ar livre onde poderíamos respirar o ar puro que aquele pequeno espaço localizado na zona rural nos fornecia.

- O dia hoje está tão lindo, não é mesmo?

Disse Luana se aproximado de mim com seu tom de voz suave.

- Tá sim. (Cruzei os braços) - O que veio fazer aqui dentro?

- Vim buscar alguns pratos para que a galera possa se servir na hora que o almoço estiver pronto.

O local onde marcamos de almoçar era localizado embaixo de uma enorme árvore em frente ao lago cristalino que havia a alguns metros da casa. Ajudei Luana com os pratos e os talheres e junto a ela fui ao lugar designado. Chegando lá vi minha mãe cuidando da carne na churrasqueira, Ramon cortava algumas frutas, enquanto Kecy estava sentada no gramado lendo um livro, Jerdeany estava deitada na coxa da japa olhando para o céu. Luana se juntou a Oliver que organizava a mesa aonde iríamos almoçar, fui ao encontro de Elaine e dei um abraço na mais velha, seguido de um beijo na testa.

- Boa tarde. (Eu disse)

- Dormiu mais do que a cama meu filho? (Elaine disse com um serenidade em seu olhar)

- Quase isso, tenho descansado um pouco nesses últimos dias, essa noite consegui dormir sem pesadelos.

- Isso é ótimo.

Deixei Elaine cuidando da churrasqueira e fui até Ramon.

Me sentei ao seu lado e beijei seu pescoço.

- Salada de frutas? (Perguntei)

- Uhum. (O loiro tira uma lasca da maçã que ele estava cortando e leva até minha boca. ) - Você gosta?

- Gosto sim. (Aproximo meus lábios de seus dedos e suavemente peguei a maçã com a boca, o gosto daquela fruta estava incrível, nunca fui fã de frutas crocantes e ácidas, mas hoje ela me parecia estar com um gosto diferente)

Aproveitei por toda a tarde junto a minha mãe e Ramon, nós pescamos, jogamos bola junto dos outros escolhidos e colhemos alguns legumes.

O dia foi chegando ao fim e o entardecer a prevalecer, decidi ir para o quarto pois estava exausto, subi os degraus da escada entre bocejos, ao chegar em frente ao quarto pensei em voltar e ficar mais um pouco na festa, mas meu corpo não me permitia, abri a porta do quarto caminhei ate a beirada do colchão e me joguei na cama, não se passaram dois minutos até que eu pegasse no sono.

Olhando através do espelho me deparo com uma das cenas mais horripilantes que já tinha visto em toda minha vida, vi todos os escolhidos acorrentados na árvore aonde poucos minutos eu estavamos curtindo, seus corpos estavam faltando alguns membros. Senti meu estômago revirar e não me segurei em jogar para fora todo o meu almoço, ao erguer novamente a minha cabeça vi que o cenário a minha volta estava coberto por uma coloração avermelhada como se eu estivesse preso nas entradas do inferno, senti um calor escaldante se aproximando olhei para trás e vi um meteoro se aproximado de Bangkok, senti um medo, um pânico jamais sentido em toda minha vida. Caminhando de costas não vi a raiz da árvore, tropecei e meu corpo foi jogado ao chão.