Capítulo 4

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Atenção: Este capítulo contém cenas retratando ansiedade e depressão, se você for sensível a este tipo de conteúdo aconselho não ler e pular para parte que deixarei marcada com "»»»" quando as cenas acabarem.

Gabriely★

Estou no meu quarto como sempre, escutando Felipe e seus amigos jogando conversa fora e se divertindo na piscina. Penso em ir já que ele me convidou, mas penso nas coisas que Jaqueline havia me falado hoje mais cedo.

"Você nunca vai encontrar alguém que te ame de verdade"

"Sua mãe não te aguentou né, por isso foi embora e largou você com seu pai"

"Ridícula"

Estou a horas pensando sobre o que ela disse para mim. Será que é verdade? Minha mãe realmente me abandonou porque eu sou chata?

Talvez Jaqueline tenha razão, eu sou ridícula, um lixo, ninguém liga para mim ou se importa com meus sentimentos.

Sinto as lágrimas descendo pelo meu rosto, uma tristeza imensa misturada com raiva.

—Por que você foi embora mãe? –pergunto para mim mesma —isso tudo por causa de um homem que você tinha acabado de conhecer...

Tento evitar a enorme vontade que estou de pegar a lâmina na gaveta do meu banheiro e aliviar essa dor que estou sentindo. Não é primeira vez que eu faço e acredito que não será a última.

Me levanto da cama indo em direção ao banheiro e começo a cortar meu pulso, sentia prazer em fazer isso.
Começo a chorar, vendo o sangue escorrendo pelo meu pulso, não poderia acreditar que fiz isso novamente mesmo depois de prometer para mim mesma que não faria mais.

Porém quem se importa? Afinal sou só uma qualquer.

»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»

Depois de alguns minutos sentada no chão do banheiro, enxugo minha lágrimas e decido ir tomar um banho quente. Acredito que os amigos de Felipe já foram embora, porque a barulheira acabou.

Daqui a pouco meu pai chega do trabalho e minha madrasta chega com as crianças.

Cá entre nós, meu irmão sempre percebe quando eu estava chorando. Como ele mesmo diz "eu sou criança, mas não sou bobo"
Então é melhor me arrumar e descer para jantar, até porque nem tive coragem de descer para almoçar. Mas tudo bem é só colocar um sorriso no rosto e fingir que nada aconteceu.

—Boa noite, gente! –Digo entrando na cozinha

—Carlos:Boa noite, filha. Como foi seu dia?

—Normal –Finjo um sorriso

—Felipe: por que você não foi aproveitar a piscina? eu te esperei lá.

—Eu não estava muito afim, desculpa.

—Manu: Você tá com frio? –pergunta olhando para o moletom que estava vestida, apenas para esconder os cortes

—Um pouco! Deve ser o ar condicionado.

—Carol: eu posso desligar se você quiser –Diz simpática

—Não precisa. obrigada mesmo assim!

[...]

Mal toquei na comida, o máximo que comi foi duas garfadas de arroz para não fazer disfeita.
Felipe me chamou para assistir filme, mas eu recusei. Ele até que está sendo legal esses últimos dias.

Amanhã é já é segunda-feira, dia de ir para aquele inferno que normalmente chamamos de escola. E como tudo na minha vida tem como ficar pior, Felipe vai está estudando lá também. Bom, pelo menos ele é mais velho, então ficaremos em turmas diferentes.

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Erros? Me avisem!🍒

Meu meio irmão Onde histórias criam vida. Descubra agora