Capítulo 34

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Felipe∆

Hoje foi dia de passear com a Manu antes da viagem. Ela disse que queria ir ao parque, mas durante o dia é fechado, então viemos em uma praça e ela está no pula-pula há meia hora.

Vou até o carrinho de pipoca e compro duas pipocas doce. Olho para o pula-pula e vejo a Manu descendo enquanto me procura. Vou até ela e ajudo-a a calçar seu sapato.

—Manu:Eu preciso de água. –Diz cansada tentando controlar sua respiração–

Seguro em sua mão indo até mochila cheia de coisas que a minha mãe mandou eu trazer. Segundo ela é importante levar tudo que a criança pode precisar toda vez que for sair, tem até remédio, então suponho que tenha água também.

Ela bebe a água tão rápido que fico até com medo dela engasgar.

—Vai com calma aí. –Ela solta a respiração que estava prendendo e me entrega a garrafa–

Sentamos em um banco da praça e lhe entrego a pipoca.

—Você tá gostando da escola?

—Manu: É legal, mas sinto falta dos meus outros amigos.

—Os de Pernambuco? –Ela balança a cabeça– Não gosta dos seus amigos daqui?

—Manu:Gosto, eles são legais comigo. –Ela suspira antes de continuar falando– Sinto falta do Marley

Marley era o cachorro da Manu que ficou com nosso pai em Pernambuco. Ela vivia com ele para cima e para baixo, levava para todos os lugares possíveis. Mas uma coisa que ela não sabe é que ele infelizmente morreu...

Quando Carlos me expulsou de casa, fui para casa do meu pai e ele me contou que há uma semana Marley tinha sido atropelado. Eu não contei nem para minha mãe e sei que um dia terei que contar para Manu ou ela vai descobrir sozinha. Porém, ainda não é a hora certa.

Saio dos meus pensamentos quando vejo a Manu correr em direção a rua. Saio correndo atrás dela antes que algum carro passe e o pior aconteça.

—Manuela, para de correr!

Ela para do lado de uma moça que estava passeando com seu cachorro.
A

gora eu entendi porquê ela correu.
O cachorro era todo preto e peludo, não sei de que raça é, mas é muito lindo.

—Desculpa, moça. Eu não conseguir controlar ela!

—Manu:Desculpa. Eu só queria ver o cachorro.

—Xx:Tudo bem! –A moça sorrir amigável– Ele adora crianças, muitas vezes elas param pra brincar com ele aqui na praça. Já estou acostumada.

—Bom, agora a gente precisa ir. –Manu faz uma carinha triste mas se despede do cachorro– Desculpa mais uma vez, moça– Sorrio–

—Manu:Compra sorvete pra mim?

—Compro! Mas tem que prometer que vai se comportar. É perigoso atravessar a rua correndo, ainda mais indo falar com estranhos. Já pensou se a moça não fosse uma boa pessoa ou o cachorro fosse muito bravo? A mamãe me mataria se algo acontecesse com você.

—Manu:Desculpa de novo....

—Tá tudo bem, pirralha! –Abraço ela– Vamos comprar seu sorvete e ir para casa.

—Manu:Ah, tava tão legal.

—Tem uma surpresa quando chegar em casa... Mas não conta pra Gabi que eu te falei isso, finge que não sabe de nada.

—Manu: Tá bom! –Ela sorrir e pega o sorvete de baunilha da minha mão–

O caminho foi um completo silêncio, até estranhei já que a minha irmã é a pessoa mais tagarela que eu conheço.

Abro a porta de casa e vejo Gabi e Alex sentados no sofá.

—Gabi: Estávamos esperando vocês.

—Manu: Cadê a surpresa?

—Manuela! –Ela rir–

—Gabi: Que surpresa?

—Manu: Felipe falou que ia ter surpresa quando chegasse em casa.

Gabi me olha com um olhar de quem vai me matar a qualquer momento e ergo minhas mãos para cima
em forma de defesa.

—Manu: O que foi, gente?

—Gabi:Nada não, Manu. É que seu irmão é um estraga prazeres.

—O pior de tudo é que eu falei pra ela não contar. Dedo duro.

—Alex: Tá bom, deixando a briguinha de casal de lado. Qual é a surpresa?

—Gabi: Não é bem uma surpresa. Nossos pais precisaram sair e vamos passar a noite com vocês hoje, então resolvemos fazer uma festa do pijama.

—Só nós quatro!

—Manu:Ebaa! Eu gostei!

—Alex: Eu também!

—Então podemos começar com a primeira prova. –Alex e Manu me olham animados– Vocês precisam ir lá em cima e quem pegar todas as coisas que a gente precisa para passar a noite aqui  na sala ganha o primeiro desafio.

Eles saem correndo em direção aos quartos pegando tudo que vêem pela frente.

—Gabi:Inventou isso agora né? –Ela rir–

—A gente precisava desse tempinho, vai! Nem que seja só por um minuto.

Ela se aproxima de mim me dando um selinho.

—Gabi:Bora na cozinha fazer alguma coisa pra comer. Certeza que a Manu só comeu besteira hoje.

—Tá insinuando que eu não sou responsável?!

—Gabi:Bom...eu não disse nada, mas já que você falou

—Falou a pessoa mais responsável do mundo.

—Gabi:Mais de que você, eu sou!

[...]

—Cobertas, travesseiros, jogos, comidas... Pra duas crianças vocês conseguiram pegar bastante coisa.

—Gabi: Só está faltando os colchões. Mas isso Felipe e eu pegamos pq é pesado para vocês.

—Se comportem! A gente já volta.

Gabi e eu carregamos os colchões reservas que ficam no "quartinho da bagunça" para sala. Juntamos dois colchões de casal e enquanto ela ajudava a Manu e o Alex escolherem um jogo eu vim à cozinha pegar os sanduíches que fizemos

—E aí, já escolheram? –Digo, sentando-me no colchão–

—Alex:Sim, vamos começar com cara a cara.



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